“Mobilidade deve avançar a duas velocidades”, diz
secretário-executivo
Bissau, 8 mai 19 (ANG) – O
secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) disse
terça-feira que o projecto da mobilidade no espaço daquela organização pode
avançar a duas velocidades, mas não garante que em Julho possa ser assinado o
primeiro acordo.
“Percebemos que dada a natureza da CPLP,
que tem descontinuidade geográfica e níveis de desenvolvimento económico
diferenciados, neste momento era difícil encontrar um projecto comum que
englobasse todos os Estados-membros.
De forma que o que está em cima da mesa
é uma abordagem flexível e gradual”, afirmou o embaixador Francisco Ribeiro
Telles, em declarações aos jornalistas, à margem do III Encontro sobre
Mobilidade Académica na CPLP, que decorreu na sede da organização em Lisboa.
“Isto significa que podemos ter uma CPLP
de geometria variável, isto é, se dois países quiserem avançar mais cedo, ou
quatro ou cinco, no que diz respeito à mobilidade, não ficam à espera de todos
os outros”, acrescentou.
As decisões na CPLP são tomadas por
consensos, lembrou o diplomata, adiantando que neste momento haver consenso entre
os nove estados-membros em relação à mobilidade “talvez fosse difícil de
alcançar”.
Quanto aos países que querem avançar já
e os que não querem, Ribeiro Telles recusou-se a indicar algum.
Quando questionado sobre se mantém a
esperança de que o acordo para a mobilidade académica possa avançar já em
Julho, durante o Conselho de Ministro da organização, a decorrer em Cabo Verde,
respondeu: “Continuo com esperança que durante a Presidência de Cabo Verde, que
é de dois anos, sejam dados passos importantes em relação à mobilidade. Mas não
me comprometo com calendários”.
Em 2017, Cabo Verde e Portugal
apresentaram uma proposta conjunta de mobilidade interna, que prevê a criação
de um regime de autorizações de residência válido para todos os países da CPLP.
Este regime está fundado no critério da
nacionalidade, mas pressupõe o reconhecimento recíproco de habilitações
académicas e qualificações profissionais e a portabilidade dos direitos
sociais. ANG/Inforpress/Lusa
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