Cultura/“Funcionários do Muséu de Cacheu não
recebem há mais de um
ano ", diz Secretário de Estado
Bissau 08 Dez 20 (ANG) – O
Secretário de Estado da Cultura revelou esta segunda-feira que os funcionários
do Museu Memorial da Escravatura e Tráfico Negreiro, em Cacheu, não recebem os seus
salários há um ano e seis meses.
Segundo o semanário O
Democrata, Francelino Cunha fez esta revelação no quadro de uma visita conjunta
com a delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO),
às áreas da Educação, Ciência e Cultura ao referido Muséu, em Cacheu.
De acordo com o governante,
o Museu Memorial da Escravatura e Tráfico Negreiro foi reabilitado pelo músico
José Carlos Schwarts, antes do seu falecimento, deste então ninguém assumiu o
papel de interlocutor entre os parceiros financeiros.
Cunha acrescentou que o Memorial da Escravatura e Tráfico
Negreiro de Cacheu continua sob alçada da ONG Acção para o Desenvolvimento AD.
“O Muséu em causa, está num
estado avançado de degradação, por isso, o Governo deve assumir as suas
despesas e as dos seus funcionários. Por isso , estamos no processo de
negociação para que a Secretaria de Estado da Cultura assume a gestão do mesmo
no processo de reabilitação e os salários dos funcionários", disse Cunha.
Por sua vez, o Comissário da
CEDEAO para as Áreas da Educação, Ciência e Cultura ,Leopoldo Amado, frisou que
a sua organização está a apoiar os 15 Estados membros ,entre os quais a
Guiné-Bissau, tendo criticado alguns desses países por não terem uma politica relacionada com a
cultura.
referiu que a Guiné-Bissau é um país muito rico em temos culturais, e que, por isso, até 2021, poderá
ter uma Politica Nacional da Cultura , um documento politico nacional que Amado
considera de “muita importância e
atractivo” para o desenvolvimento do país.
Segundo Leopoldo Amado o
desemprego juvenil é de 50 por cento no país, “por isso as actividades culturais
poderiam ser importantes para atrair jovens e ser uma oportunidade de
empregabilidade juvenil”.
“A cultura tem uma
potencialidade muito importante para o desenvolvimento do país desde que seja
pensada estratégica e cientificamente, e transformada numa politica coerente e
harmoniosa, bem como a definição de um Plano de Acção correspondente às
demandas actuais “,disse.
Amado sustenta que a cultura
é um factor de aceleração do crescimento económico tendo criticado que os
guineenses nunca tiveram orgulho da sua história porque “nunca “ o Governo
apresentou uma proposta para o prémio do património mundial da UNESCO.
Defendeu a criação de um
Plano Estratégico de acção que defina as prioridades para o desenvolvimento do sector.
A Secretaria de Estado da
Cultura procedeu recentemente ao lançamento do processo de elaboração da
Política Nacional da Cultura. ANG/MSC/ÂC//SG
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