Finanças/”Novos impostos visam reforçar investimento”, diz ministro Fadia
Bissau,12
Abr 21(ANG) - O ministro das Finanças
João Alaje Mamadú Fadiá disse que os novos impostos
introduzidos no país, e que têm gerado alguma polémica, servem para garantir
recursos para investimentos e suportar as despesas de funcionamento do Estado.
"O
objetivo destes impostos tem a ver com factos concretos. O país tem ele mesmo
que gerar recursos e com base nesses recursos fazer investimentos essenciais
para o crescimento económico e suportar as suas despesas de funcionamento",
afirmou João Fadiá, em entrevista à Lusa, quando questionado sobre as críticas
à introdução de novos impostos.
O ministro afirmou que os
novos impostos não têm um impacto muito significativo no bolso dos
consumidores, referindo-se aos impostos sobre as telecomunicações, da democracia,
saneamento básico e ordenamento do território.
João Fadiá explicou que o
imposto sobre as telecomunicações vai servir para investimento público e para
melhorar a comunicação social pública, enquanto o imposto da democracia visa
pagar as eleições no país.
"Nós
sabemos quanto tem sido o esforço da comunidade internacional para apoiar a
realização das eleições aqui na Guiné-Bissau. Sem eleições, não há democracia,
naturalmente. E um país soberano, que queira ter a sua soberania, tem de
suportar as suas despesas ligadas com as eleições",
afirmou, salientando que esse imposto está apenas a ser cobrado a quem tem
rendimentos fixos.
"Não
vejo nenhum país do mundo que se entregue completamente a apoios externos. São
bem-vindos, mas também temos de fazer esforços. Se queremos boas escolas, bons
hospitais, boas estradas, bom fornecimento de energia e de água potável, boas
telecomunicações e uma boa comunicação social temos de contribuir, nós é que
temos de contribuir", salientou.
Questionado sobre a
oportunidade da introdução de novos impostos, tendo em conta a pandemia do novo
coronavírus, o ministro disse que a cesta básica tem mantido os valores de
referência.
"Também
os salários continuam a ser pagos regularmente. É um sacrifício que se pede,
mas não há alterações significativas das condições de vida para se dizer se o
momento é oportuno ou não para a introdução de impostos",
salientou.
Questionado sobre a
possibilidade de aumentos salariais, principalmente do ordenado mínimo, que é
de 50.000 francos cfa (cerca de 45 euros), o ministro disse que essa é a
"questão fulcral".
"Para
aumentar os salários precisamos de mais recursos. Este sacrifício que hoje
estamos a pedir aos cidadãos guineenses é para que possam beneficiar dele",
afirmou, salientando que se houver mais recursos as finanças poderão pensar num
aumento salarial.ANG/Lusa
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