Justiça/Coletivo de advogados pede Ministério Público
para pronunciar sobre detenção dos líderes sindicais
Bissau, 25 Out 21 (ANG) – O
coletivo de advogados dos líderes sindicais, Yoio João Correia e João Domingos
da Silva, detidos na passada sexta-feira, pediu hoje ao Ministerio Público para
pronunciar-se sobre a referida detenção.
Em declarações à imprensa, Marcelino
Ntupe, um dos advogado dos líderes sindicais, disse que o Ministério Público deve responder a notificação
ainda hoje, caso contrário vai dar facilidade ao magistrado para criar condição
de decidir sobre o processo dentro do prazo, porque, conforme a lei, a detenção
não pode passar 48 horas.
"Acho que tudo está a
decorrer de forma razoável porque somos legalistas temos que ir por via da
lei”, disse.
Ntupe sublinhou que do ponto de vista jurídico a detenção é
ilegal porque os detidos são acusados de crime de omissão de “absidio”, o que
quer dizer não apoiaram o doente até a morte.
Acrescentou que, do ponto de
vista processual, a omissão de "absidio"
é um crime que tem que presenciar o momento onde a vítima se encontra: por
exemplo, “se alguém encontrar outra
pessoa deitada na estrada tem por obrigação de tirá-la para não ser atropelada”.
Por outro lado, disse que a omissão
que foi evocada no processo depende da
queixa de um falimiar da vítima, que devia ser assegurada, o que não foi
verificado.
"No processo temos dois
tipos de crime, crime público onde o Ministério Público toma parte sem alguém
lhe dizer e semi público em que Ministério Público deve esperar que alguém
apresentasse uma queixa, neste caso, refiro-me ao artigo 144 do código do
processo penal”, referiu.
Intupe defendeu que o crime
em questão é semi público pelo que o Ministério Públco não pode atuar sem que alguém
lhe apresentasse uma queixa, e diz que a queixosa é uma das vice-procuradora Geral da República,
Manuela Lopes, que “não é vitima e nem disse quem da sua familia
morreu”.
Marcelino Ntupe disse que o
coletivo de advogados já entrou um recurso de Habeas Corpus, nas primeiras
horas desta segunda-feira, para a soltura dos detidos.
Os dois líderes sindicais
foram ouvidos e detidos na sequência de uma ação de “boicote” contra serviços
sanitários ocorridos recentemente em todos os serviços sanitários do país, no
quadro de reivindicação salarial e melhoriais das condições do pessoal da
saúde.
Em vez de uma greve, um direito consagrado nas
Leis guineenses, os profissionais da saúde decidiram declarar que se trata de
um “boicote”.ANG/MI/ÂC//SG
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