Covid-19/Apesar de haver
vacinas na Guiné-Bissau só 117 mil guineenses foram imunizados
Bissau,29 Out 21(ANG) - O coordenador da campanha de
vacinação no Alto-Comissariado contra a Covid-19 , Júlio Nogueira, disse hoje à
Lusa estar preocupado com "baixo número de vacinados", quando algumas
doses de vacinas vão perder prazo de validade.
A vacinação contra a covid-19 na Guiné-Bissau arrancou no
mês de abril e até agora foram imunizadas 117.668 pessoas, explicou Júlio
Nogueira, apelando a "sinergia de todos, Governo, técnicos de saúde e a
população" para atingir o compromisso universal de vacinar, pelo menos,
70% da população.
Júlio Nogueira salientou que ainda faltam compilar os
dados dos últimos dias de vacinação, mas em números redondos admitiu que o país
já tenha vacinado cerca de 13 a 14% da população, o que disse ser baixo em
termos de média mundial, mas dentro das recomendações da Organização Mundial da
Saúde (OMS), observou.
De acordo com o responsável guineense, a OMS propôs, numa
primeira fase, que os países africanos vacinassem 10% da população, até agosto,
cifra alcançada em setembro, agora a organização aponta para a meta de 40% até
final do ano.
No passado dia 25, o Governo guineense lançou uma
campanha de vacinação em massa da população para decorrer durante 10 dias e
mobilizou técnicos militares da saúde para reforçarem o processo ao lado dos
agentes civis.
A campanha tem como objetivo imunizar 70% da população
com 18 anos ou mais de idade.
Mas olhando para os números que apontam para "uma
fraca adesão da população" aos postos de vacinação, Júlio Nogueira está
preocupado que "muita vacina venha a perder o prazo de validade",
nomeadamente a da marca AstraZeneca.
A Guiné-Bissau recebeu da comunidade internacional pouco
mais de 600 mil doses de vacinas, entre as quais 202 mil doses da AstraZeneca,
100 mil doses oferecidas por Portugal, mas uma boa parte desses imunizantes
deverá ficar fora do prazo de validade no final deste mês e a outra parte no
final de novembro, alertou Nogueira.
Por ser a dose única, os guineenses preferem mais a
vacina da fabricante norte-americana, contudo, Júlio Nogueira sublinhou que até
aqui apenas 62.817 mil pessoas receberam aquele imunizante, cujo prazo de
validade, entre as doses disponibilizadas ao país, termina em dezembro, disse.
O coordenador da campanha de vacinação do
Alto-Comissariado contra a Covid-19 apontou as greves do pessoal médico e a
desinformação sobre a vacina como fatores para o baixo número de pessoas
vacinadas na Guiné-Bissau até aqui.
O Governo guineense decretou na quinta-feira o estado de
alerta na saúde pública até final de janeiro e tornou obrigatória a vacina para
os docentes e funcionários de qualquer nível escolar e os estudantes do ensino
superior.
Ou seja, quem não tenha pelo menos a primeira dose da
vacina até 10 de novembro ou a segunda dose até 10 de janeiro vai passar a ser
obrigado a fazer testes RT-PCR quinzenalmente para ter acesso ao
estabelecimento.
O decreto impõe a mesma medida para a circulação em
transporte público rodoviário ou fluvial para passageiros e condutores ou
pilotos.
A partir de 10 de novembro, a circulação fica
condicionada à tomada da primeira dose de vacina e a partir de 10 de janeiro a
dose completa da vacina é requerida.ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário