Sudão/Novo balanço aponta que protestos provocaram 10 mortos e 140 feridos
Bissau, 27 Out 21(ANG) – Dez pessoas morreram e 140 ficaram feridas durante os protestos de segunda-feira contra o golpe militar no Sudão, anunciou terça-feira a Associação de Profissionais, que liderou em 2019 as manifestações que derrubaram o ditador Omar al-Bashir.
As
mortes foram provocadas por tiros disparados pelo Exército das Forças de Apoio
Rápido, uma antiga milícia acusada de crimes contra a humanidade em Darfur (a
oeste), acrescentou a associação.
O
presidente do Conselho Soberano sudanês, o mais alto órgão de poder no processo
de transição do Sudão, general Abdel-Fattah al-Burhan, dissolveu na
segunda-feira o Governo e o próprio conselho, horas depois de os militares
prenderem o primeiro-ministro.
Al-Burhan
leu uma declaração na televisão estatal sudanesa, na qual anunciou a
instauração de um estado de emergência em todo o país entre um conjunto de nove
pontos, que incluíram a dissolução do Governo e do Conselho Soberano, assim
como a suspensão de vários artigos do documento constitucional que lançou as
bases para a transição após o derrube de Omar al-Bashir em Abril de 2019.
As
manifestações de segunda-feira registaram-se em várias partes do Sudão, após a
dissolução do principal órgão do processo de transição do país, e a detenção do
primeiro-ministro, Abdullah Hamdok.
Nesse
mesmo dia, o Ministério da Informação do já dissolvido Governo denunciou que os
militares dispararam contra os manifestantes que rejeitaram o golpe militar
perante o Comando Geral do Exército em Cartum.
Num
primeiro balanço provisório, o Comité de Médicos relatou três mortes, mas agora
a Associação dos Profissionais triplicou esse número.
O general Al-Burhan declarou hoje, numa conferência de imprensa em Cartum, que o primeiro-ministro deposto está em sua casa, que “ninguém o raptou ou agrediu”, e “quando a situação se acalmar e a paz prevalecer, ele voltará para casa”. ANG/Inforpress/Lusa
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