Ensino/Polícia dispersa manifestação de professores
Bissau, 14 Jun 22 (ANG)
- A polícia de Ordem Pública dispersou segunda-feira uma manifestação de um
grupo de professores junto à sede do Governo, em Bissau, numa acção considerada
de "violência desnecessária e excessiva" pelo porta-voz da Frente
Comum dos Sindicatos dos Docentes, Sene Djassi.
Os professores
recentemente admitidos no sistema do ensino público estavam a manifestar o seu
desagrado por terem nove meses de salários por receber, observou o
sindicalista.
Sene Djassi adiantou aos
jornalistas que a carga policial resultou no "ferimento grave" de
dois professores e na detenção de um docente levado para o Ministério do
Interior.
"Com este tipo de
actuação da polícia estão a afugentar os investidores no nosso país",
disse o porta-voz dos sindicatos dos professores, que responsabiliza o ministro
do Interior pelo sucedido.
"A responsabilidade
é inteiramente do ministro do Interior, Botche Candé, que é curiosamente
presidente do Partido dos Trabalhadores que hoje saíram à rua e foram
barbaramente agredidos", notou Sene Djassi.
O sindicalista afirmou
ainda que a violência utilizada pela polícia, que se defende dizendo que a
manifestação não tinha sido autorizada, demonstra o "nível de
degradação" do Estado em que se encontra a Guiné-Bissau.
Sene Djassi prometeu
para quarta-feira o anúncio público de novas formas de luta, que disse, não
passarão pelas manifestações de rua, mas, por exemplo, reter as fichas de
avaliação dos alunos ou uma greve geral dos professores.
"Estamos num Estado
de direito, não estamos num Estado selvagem", notou Djassi, para frisar
que a manifestação dos trabalhadores ou de cidadãos não carece de qualquer
autorização prévia por parte da polícia "ou de quem quer que seja",
disse.
O sindicalista observou
que os professores saíram à rua devido
ao "incumprimento de promessas" de pagamento dos salários,
alegadamente feitos pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló, e pelo
primeiro-ministro, Nuno Nabiam.
"Prometeram que iam
pagar até dia 10 do mês Maio dois meses de salário em atraso e agora em Junho
outros dois meses", sublinhou Sene Djassi. ANG/Angop
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