Mali/CEDEAO rejeita alargamento do período de
transição
Bissau, 08 Jun 22 (ANG) - A Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) rejeitou o período de transição de 24 meses anunciado
nesta terça-feira pela junta militar no poder no Mali, mais longo do que o
prazo exigido pela organização.
A CEDEAO
"lamenta que esta decisão tenha sido tomada numa altura em que as
negociações para se chegar a um consenso ainda estão em curso", disse a
organização, numa declaração divulgada terça-feira, 07.
No
entanto, a CEDEAO garantiu que prosseguirá as suas conversações com as
autoridades de transição "para chegar a acordo sobre um calendário de
transição mutuamente aceitável".
O
Presidente e líder golpista do Mali, Coronel Assimi Goïta, assinou terça-feira
um decreto que estabelece um período de transição de dois anos "a partir
de 26 de Março", lê-se no texto.
O
bloco de 15 nações realizou uma cimeira extraordinária em 25 de Março no Ghana,
que detém a presidência rotativa, para um período de transição entre 12 e 16
meses, além dos 18 meses que já decorreram desde o segundo de dois golpes de
Estado no país nos últimos dois anos.
Depois
de o Mali não ter cumprido a sua promessa de organizar eleições até Fevereiro,
os países da África Ocidental impuseram duras sanções ao país em Janeiro, as
quais foram criticadas por receios de que pudessem exacerbar uma grave crise
humanitária.
As
medidas incluem o bloqueio das contas dos membros da junta militar nos bancos
regionais, a retirada dos seus embaixadores em Bamako e a suspensão de todas as
transacções comerciais com o Mali, com excepção de algumas mercadorias.
Numa
cimeira extraordinária em 04 de Junho em Acra, o bloco regional manteve as
sanções por enquanto e adiou uma decisão sobre o seu possível levantamento até
outra reunião, em 03 de Julho.
Os
militares malianos levaram a cabo um golpe de Estado em Agosto de 2020 e outro
em Maio de 2021; desde então, os líderes golpistas arrastaram repetidamente o
processo de transição enquanto redefiniam a sua política externa com um
confronto aberto com a França, a antiga potência colonial, e uma aproximação
com a Rússia.
Nesta região, houve também um golpe na Guiné, em Setembro de 2021, e outro no Burkina Faso, em Janeiro de 2022, além de uma tentativa de golpe de Estado na Guiné-Bissau, em 01 de Fevereiro deste ano.ANG/Angop
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