ONU/Japão saúda regresso ao Conselho de Segurança mas pede reformas
Bissau, 10 Jun 22(ANG) -
O Japão saudou nesta sexta-feira o regresso do país ao C
onselho de Segurança da
Organização das Nações Unidas (ONU) como membro não-permanente, mas mostrou-se
crítico com a eficácia do mecanismo, pedindo reformas, noticiou a Lusa.
“O Japão vai procurar
manter e fortalecer a ordem internacional baseada no Estado de Direito, enquanto
coopera para que o Conselho de Segurança das Nações Unidas cumpra o papel
esperado", reagiu num comunicado o ministro dos Negócios Estrangeiros
japonês, Yoshimasa Hayashi.
Tóquio "vai
continuar a participar activamente na reforma" do organismo, acrescentou.
O Japão vai ocupar o
lugar temporário por dois anos, a partir de Janeiro de 2023, naquela que é a
12.º vez que o faz desde que entrou para a organização, em 1956.
Apesar de celebrar este
novo capítulo, Hayashi foi crítico em relação ao funcionamento do Conselho no
contexto actual.
"É actualmente
incapaz de funcionar efectivamente diante da agressão da Rússia contra a
Ucrânia, nem contra as actividades nucleares e de mísseis da Coreia do Norte,
que violam repetidamente as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e
ameaçam a paz e a segurança do Japão, da região e da comunidade
internacional", apontou.
Em Maio, o país asiático
classificou de "extremamente lamentável" o veto da China e da Rússia
a uma resolução para endurecer as sanções contra a Coreia do Norte, em resposta
aos recentes testes balísticos.
Além do Japão, os
Estados-membros da ONU elegeram na quinta-feira outros quatro países - Equador,
Malta, Moçambique e Suíça - para o Conselho de Segurança, sem qualquer
surpresa, uma vez que todos concorreram sem oposição.
O voto secreto na
Assembleia-Geral de 193 membros resultou em 190 votos para o Equador, 184 para
o Japão, 185 para Malta, 192 para Moçambique e 187 para a Suíça.
Suíca e Moçambique
chegam pela primeira vez ao Conselho de Segurança.
O Presidente da Suíça,
Ignazio Cassi, considerou a eleição "um dia muito importante" para o
país, 20 anos após a adesão às Nações Unidas.
Já o Presidente
moçambicano, Filipe Nyusi, disse que o país vai defender o diálogo e o
multilateralismo para a paz no mundo, durante os dois anos de mandato de membro
não-permanente.
De acordo com as regras
da ONU, mesmo que um país concorra sem oposição, deverá obter os votos de dois
terços dos Estados-membros presentes e votantes na sessão da Assembleia-Geral
para garantir um assento no Conselho.
Os países recém-eleitos
vão juntar-se aos cinco membros permanentes do Conselho com poder de veto -
Estados Unidos da América, Rússia, China, Reino Unido e França - e aos cinco
países eleitos no ano passado: Albânia, Brasil, Gabão, Ghana e Emirados Árabes
Unidos. ANG/Angop
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