Burkina Faso/ Junta militar suspende a difusão do canal France 24
Bissau, 28 Mar 23 (ANG) - A junta no poder no Burkina Faso ordenou segunda-feira a suspensão da difusão do canal de televisão internacional France 24.
Esta decisão
intervém depois da transmissão de uma crónica sobre o responsável do ramo
norte-africano da Al-Qaeda e a France 24 condenou a decisão, em comunicado.
A direcção da
France 24 não tardou a reagir e condenou a suspensão da difusão do seu canal no
território do Burkina Faso.
Em comunicado, o canal de informação
internacional contestou todas as acusações, que considera porem em causa o
profissionalismo de seus jornalistas.
Umas horas antes, um comunicado do
porta-voz do governo do Burkina Faso acusou o canal francês oferecer "um
espaço de legitimação das acções terroristas e dos discursos de ódio de forma a
confortar as intenções malignas dessa organização [Al Qaeda do Magrebe
Islâmico, AQMI] no Burkina Faso".
Estas acusações
surgem depois de uma crónica sobre o responsável do ramo norte-africano da
Al-Qaeda, no passado dia 6 de Março. As autoridades do Burkina Faso culpam o
canal francês de ter dado voz ao chefe da Al-Qaeda do Magrebe Islâmico através
de uma entrevista.
O canal France 24 tinha na realidade
divulgado as respostas escritas de Abu Youssef al-Annabi às perguntas do
jornalista e especialistas das questões jihadistas da France 24, Wassim Nassr.
Para além disso, a crónica tratava, entre outros, de confirmar que o refém
francês Olivier Dubois, entretanto libertado, tinha sido detido pelo ramo
norte-africano da Al Qaeda.
Em Dezembro, o
Burkina Faso já tinha ordenado a suspensão da difusão da Radio França
Internacional, do mesmo grupo mediático que a France 24, e ambos estão também
suspensos no Mali, país vizinho governado por uma junta militar.
A France 24 relembrou que o seu canal é seguido por um terço da população cada semana no Burkina Faso e por mais de 60% de executivos e dirigentes e que continua acessível através da internet, Youtube e redes sociais. ANG/RFI
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