STP/Segundo organização juvenil são-tomense, 80% dos jovens do país querem emigrar
Bissau, 28 Mar 23 (ANG) - Um estudo efectuado pelo Conselho Nacional da Juventude são-tomense revela que quase 80% dos jovens do país pretendem emigrar em busca de melhores condições de vida e oportunidades de trabalho.
O mesmo refere
que parte importante dos jovens não deposita
esperança na actuação dos políticos do seu país, apesar de participarem
largamente nos actos eleitorais, conforme refere o secretário-geral dessa
entidade, Laudino Tavares.
“O estudo provou que 78% dos
jovens querem emigrar. Quando nós vemos uma percentagem desse nível, de jovens
que pensam sair do país, enquanto plataforma da juventude, isso preocupa-nos
imensamente”, declara o
secretário-geral do Conselho Nacional da Juventude (CNJ) de São Tomé e Príncipe,
Laudino Tavares que ao enumerar alguns dos motivos que levam os jovens a optar
por deixar o país, menciona questões ligadas à saúde, e a "falta de
oportunidade de emprego” em São Tomé e Príncipe.
Realizado em Julho do ano passado com o
apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) ainda antes
das legislativas de Setembro de 2022 e do ataque contra o quartel militar em
Novembro, este estudo aponta que a imigração juvenil não parou de crescer e “tem sido o ‘calcanhar de Aquiles’ nos últimos
meses”.
“Eu converso com os jovens diariamente e o que eu percebo é que ninguém
quer ficar no país. Quando se pergunta sobre as causas de emigração, já
conhecemos, então é necessário criar condições para que os jovens não sintam
essa necessidade de emigrar”, vinca Laudino
Tavares ao dar, por outro lado, conta de uma descrença dos jovens na sua classe
política.
“Costumávamos pensar que a taxa de abstenção em São Tomé e Príncipe era
um problema que vivia no seio da juventude, mas o inquérito que nós fizemos
prova o contrário. De acordo com os resultados do inquérito, os jovens
são-tomenses participam sim nas eleições, porque nós concluímos que em cada 10
jovens, oito participaram na eleição presidencial de 2021” refere o líder juvenil sublinhando que segundo o
estudo “os jovens
classificam a política em São Tomé e Príncipe como péssima” e “dizem que há muita corrupção”.
Refira-se que recentemente o chefe do
Governo são-tomense prometeu a realização de um inquérito para recolher as
ideias dos jovens o intuito de “definir uma política" em
adequação com este desafio.
Na passada sexta-feira, o ministro da
Saúde são-tomense, Célsio Junqueira, disse que o sistema de saúde do seu país
está a assistir a uma fuga de profissionais do sector, em elo nomeadamente com
as facilidades de obtenção de visto para a emigração de quadros para Portugal,
no âmbito do acordo de mobilidade da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP).
Os jovens representam uma parte significativa da população do país cuja média de idade ascende aos 19 anos aproximadamente, de acordo com dados oficiais.ANG/RFI
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