Rússia/Detenção de jornalista
americano
Bissau, 31 Mar
23 (ANG) - Um jornalista norte-americano do Wall Street Journal foi detido
pelas autoridades russas na cidade de Ecaterimburgo, nos Urais.
O Kremlin acusa
Evan Gershkovich de espionagem, um caso sem precedentes na história recente do
país e que suscita a “preocupação” dos Estados Unidos.
As autoridades russas afirmam que Evan
Gershkovich estava a tentar recolher informação classificada sobre a actividade
de uma das empresas do complexo industrial militar russo. O porta-voz do
Kremlin, Dmitri Peskov, garantiu ainda que o jornalista do Wall Street Journal
foi detido em flagrante delito pelos serviços secretos russos.
Antes de ser detido, Evan Gershkovich
estava a trabalhar num artigo sobre o grupo Wagner, propriedade do oligarca
Yevgeny Prigozhin, que é próximo do Presidente russo Vladimir Putin e cujos
mercenários estão a combater na Ucrânia. O último artigo do jornalista
publicado pelo Wall Street Journal data de 28 de Março, com o título A economia
russa está a começar a desmoronar-se.
O diário norte-americano já reagiu à
detenção do jornalista na cidade de Ecaterimburgo, nos Urais, mostrando-se
“profundamente preocupado” com a segurança de Evan Gershkovich, que de acordo
com o artigo 276 do código penal russo, o jornalista arrisca, em teoria, uma
pena de prisão de 20 anos.
A porta-voz da Casa Branca, Karine
Jean-Pierre, criticou a prisão "inaceitável" do jornalista,
considerando ridícula a acusação de espionagem. Já o Secretário de Estado
norte-americano, Antony Blinken, disse estar "extremamente preocupado".
A União Europeia, através do responsável
pela diplomacia, Josep Borrell, "condenou" a detenção de Evan
Gershkovich, denunciando o "desrespeito sistemático" de Moscovo pela
liberdade de imprensa.
Desde 24 de Fevereiro de 2022, início da
ofensiva russa na Ucrânia, Moscovo endureceu as leis de censura e a definição
do que constitui um segredo de Estado, particularmente na esfera militar, foi
também ampliada. ANG/RFI
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