Israel/
Ministro da Defesa pede suspensão da reforma judicial
Bissau,27 Mar 23(ANG) - O
ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, pediu este sábado a suspensão do
processo de reforma judicial, alegando risco para a segurança do Estado perante
o aumento da contestação popular.
Milhares de manifestantes
voltaram a reunir-se este sábado, 25 de Março, em Tel Aviv para protestar
contra a reforma do sistema judicial apresentada pelo governo do
primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
Face à oposição massiva, o
ministro da Defesa, Yoav Gallant, pediu a suspensão da reforma,
considerando que este projecto de lei representa um problema de segurança para
o país.
“Temos
de parar o processo legislativo (…) Sou fiel aos valores do Likud (...) mas
grandes mudanças, a nível nacional, devem ser feitas através da concertação e
do diálogo", disse.
As declarações de Yoav
Gallant foram bem recebidas pelo líder da oposição, Yaïr Lapid, que
saudou um "passo corajoso
(...) para a segurança de Israel".
A posição do responsável
pela pasta da Defesa vem romper com a unidade no governo de coligação de
direita e extrema-direita liderado pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu,
que até agora tem resistido a qualquer recuo do projecto de lei de reformar o
sistema judicial, mesmo perante manifestações de protesto que já duram há 12
semanas.
Os manifestantes consideram
que a reforma vai enfraquecer os poderes do Supremo Tribunal, concedendo mais
força ao poder executivo em detrimento do poder judicial. O
Primeiro-Ministro israelita, investigado em vários casos de corrupção, é ainda
acusado de querer usar esta lei para anular uma possível condenação.
Também dois deputados do
Likud, partido de Netanyahu, apoiaram o apelo do ministro da Defesa,
aconselhando ao Governo que seja sensível às manifestações de contestação, que
aumentam de tom.
Os principais aliados de
Israel, incluindo Washington, questionaram os planos de dar mais poder aos
políticos e de limitar os poderes do Supremo Tribunal. A porta-voz da
casa Branca, Karine Jean-Pierre, referiu que o presidente dos EUA, Joe Biden,
está preocupado com as reformas no sistema de justiça. Já
o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak, sublinhou, durante um encontro
com o homólogo israelita, em Londres, “a importância de respeitar os valores democráticos, inclusive no
projecto de reforma judicial em Israel”.
Esta semana, os deputados
israelitas devem votar um dos pontos mais polémicos desta reforma que prevê uma
mudança no processo de nomeação de juízes.ANG/RFI
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