Quénia/Menos tuberculose em África mas metas para acabar com as mortes estão em risco
Bissau, 24 Mar 23 (ANG) – A taxa anual de diminuição da tuberculose na África subsaariana é 4%, o dobro da global, mas a região pode falhar a meta de acabar com as mortes pela doença se não intensificar os esforços, alertou hoje a OMS.
O alerta da Organização
Mundial da Saúde (OMS) aconteceu no Dia Mundial da Tuberculose, que se assinala
hoje, com a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, a enaltecer
os progressos, mas a lembrar as metas.
"Os países
africanos têm feito progressos notáveis (…). A questão já não é se podemos
acabar com a tuberculose, mas sim a rapidez com que devemos agir para reduzir o
fardo da doença", disse.
Para atingir o objetivo
da OMS de reduzir os casos em 50% e as mortes em 75% até 2025, a partir dos
dados de 2015, a taxa anual de declínio tem de atingir os 10%, sendo
necessárias mais ações para alcançar um mundo sem tuberculose até 2035,
advertiu a organização.
Contudo, o continente
africano enfrenta obstáculos, como o acesso limitado aos serviços de saúde,
infraestruturas sanitárias, qualidade dos cuidados, recursos médicos e
financeiros, e cobertura social inadequados, prosseguiu.
A organização também
lamentou o "subinvestimento" em programas de combate à doença por
parte dos governos.
Dos estimados 3,9 mil
milhões de dólares (cerca de 3,6 mil milhões de euros) necessários entre 2018 e
2021 para responder à tuberculose na região africana da OMS - que inclui 47
países subsarianos e a Argélia - apenas 977 milhões de dólares (cerca de 909
milhões de euros) foram angariados.
Existe ainda um fosso
"significativo" entre os casos estimados e os detetados, com 40% das
infeções não identificadas ou não diagnosticadas em 2021.
No entanto, o continente
também obteve recentemente alguns ganhos importantes, incluindo uma redução de
26% nas mortes por tuberculose na região, entre 2015 e 2021.
Além disso, os países
africanos estão a utilizar cada vez mais as indicações e ferramentas
recomendadas pela OMS, o que permitiu, por exemplo, que a percentagem de
pacientes com tuberculose submetidos a um teste de diagnóstico rápido
aumentasse de 34%, em 2020, para 43%, em 2021.
"Os esforços de
controlo da tuberculose exigem uma ação concertada de todos: comunidades,
governos, setor privado e parceiros internacionais", disse Moeti.
E prosseguiu: "A
nossa região ainda sofre de uma taxa de tuberculose inaceitavelmente elevada.
Sem esforços conjuntos fortes, esta doença tratável e evitável continuará a ser
uma séria ameaça à saúde pública".
A doença, causada pela
bactéria mycobacterium tuberculosis, afeta principalmente os pulmões e pode ser
disseminada pela via aérea, através da expetoração das pessoas afetadas.
De acordo com
estimativas da OMS, a região africana contabiliza 23% dos casos da doença a
nível mundial e mais de 33% das mortes. ANG/Lusa
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