Nova Iorque/Tribunal da ONU vai pronunciar-se sobre “obrigações” dos países no clima
Bissau, 30 Mar 23 (ANG) – A Assembleia Geral da ONU aprovou quarta-feira, com aplausos, uma resolução “histórica” para que o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) esclareça as “obrigações” dos Estados na luta contra as alterações climáticas.
A resolução,
copatrocinada por mais de 130 países, pede ao TIJ para se pronunciar sobre a
questão das “obrigações que cabem aos Estados” na proteção do clima “para as
gerações presentes e futuras”.
Segundo o texto,
trata-se de “um desafio inédito de importância civilizacional”.
“Juntos, estão a
escrever a História”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres,
considerando que, embora não seja vinculativo, o futuro parecer do órgão
judicial das Nações Unidas pode ajudar os líderes a “tomar as medidas
climáticas mais corajosas e importantes de que o mundo tanto necessita”.
O governo do Vanuatu
lançou esta “iniciativa histórica” em 2021, após uma campanha iniciada dois
anos antes por estudantes de uma universidade das Fiji, outro país insular
localizado no Oceano Pacífico.
É “uma mensagem clara e
consistente para todo o mundo e para o futuro, que, neste dia, os povos das
Nações Unidas (…) tenham decidido deixar de lado as diferenças e trabalhar em
conjunto para enfrentar o principal desafio do nosso tempo, as alterações
climáticas”, declarou o primeiro-ministro do Vanuatu, Ishmael Kalsakau.
Na semana passada, um
relatório dos peritos do Painel Intergovernamental contra as Alterações
Climáticas (IPCC) da ONU advertiu que o mundo necessita de reduzir para metade
as emissões de gases com efeito de estufa até 2030, para limitar o aquecimento
global a 1,5 grau celsius neste século.
O texto, que sintetiza
nove anos de trabalho do IPCC, lembra a necessidade de a humanidade agir de
modo radical durante esta década crucial para garantir "um futuro
habitável".
Apesar de os pareceres
do TIJ não serem vinculativos, têm um peso legal e moral significativo, sendo
muitos vezes tidos em conta pelos tribunais nacionais.
ANG/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário