quarta-feira, 22 de março de 2023

             África do Sul/ Mais de 550 pessoas detidas em protestos

 Bissau, 22 Mar 23 (ANG) - Mais de 550 pessoas foram detidas na segunda-feira, 20 de Março, na África do Sul, depois do partido de extrema-esquerda liderado por Julius Malema ter apelado à "revolução"  e à “paralisação do país” em protesto contra a crise de electricidade, criminalidade e elevado índice de desemprego.

Julius Malema, o líder do partido de extrema-esquerda Economic Freedom Fighters, apelou à manifestação para exigir a demissão do presidente Cyril Ramaphosa, que segundo Malema, é o responsável, entre outros, pelo desemprego endémico (32,9%), desigualdades sociais e a crise de electricidade que afecta o dia-a-dia de 60 milhões de sul-africanos com cortes recorrentes.

Apesar da mobilização ao protesto não ter sido massiva, apenas cerca de 5.000 pessoas se juntaram em Pretória, capital do país, centenas de pessoas foram detidas por “violência na via pública, intimidação, estragos, roubos e tentativa de pilhagem”. 

O episódio traz à tona as violências mortíferas de Julho de 2021, as mais violentas desde o fim do apartheid, que matou mais de 350 pessoas.

Na semana passada o presidente Ramaphosa prometeu impedir a "anarquia". Com a polícia em “máxima mobilização" em todo o país, assistida por mais de 3.500 soldados. As empresas de segurança privadas, que são numerosas na África do Sul, suportam o executivo e são vectores de “multiplicação de força no terreno”.

No seguimento dos protestos, em entrevista à agência Lusa, o presidente da Associação de Pequenos Importadores de Moçambique, Sudekar Novela, apelou aos seus filiados para evitarem entrar na África do Sul, alertando para o perigo de “morte imediata” para os estrangeiros, devido à violência que normalmente caracteriza os protestos no país e à xenofobia que acompanha este tipo de acções.ANG/RFI

 

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