Cultura/Mostra de arte e cultura arranca em Bissau
Bissau, 04 Mai 23
(ANG) - A mostra de Arte e Cultura da Guiné-Bissau, MoAC
Biss arranco com um vasto leque de actividades culturais a decorrer ao longo
deste mês.
Tratas-se de uma
bienal coordenada pelo sociólogo Miguel de Barros, da organização não
governamental Tiniguena.
Conferências,
lançamento de livros, palestras, exposições de fotografias, filmes, actuações
musicais, etc, uma panóplia de acontecimentos coordenados pelo sociólogo Miguel
de Barros e com as curadorias de Nú Barreto, Zaida Pereira e António Spencer
Embaló.
A mostra pretende valorizar e debater a
diversidade da produção cultural guineense e coincide com os 50 anos da
proclamação da Guiné-Bissau.
As curadorias
são distribuídas de forma temática: a literatura do "MoAC Biss" ficou
sob a alçada da linguista Zaida Pereira , o sector das artes visuais, cénicas e
performativas está a cargo do artista plástico Nu Barreto, radicado em França,
e as conferências têm a curadoria do sociólogo António Spencer Embaló.
O que é a cultura, para que serve e para
quem serve ? Este é o mote de uma das primeiras conferências agendada para 5 de
Maio, nas instalações da ong Tiniguena.
Segue-se a Cultura como valor acrescentado
prevista para o dia 12 do próximo mês na Casa dos Direitos Humanos e fecha-se o
ciclo com a internacionalização das “Artes e da Kultura da Guiné-Bissau”, que
deve acontecer a 19 de Maio.
O evento era suposto arrancar em
pleno a 3 de Maio, pelas 9h locais, na Casa dos Direitos Humanos, com duas
conferências sobre os regimes "possíveis" e os regimes “impossíveis”
da patrimonialização da violência na Guiné-Bissau, mas foi antecedido nesta
terça, 2 de Maio, pelas primeiras iniciativas, incluindo uma conferência de
imprensa de apresentação.
Em declarações à RFI Miguel de Barros
descreveu as perspetivas da iniciativa:
"Hoje, a nossa transformação
sócio-económica é eminentemente cultural. A Casa dos Direitos permitiu-nos
trazer a criação, o pensamento, a manifestação e a performance marcada pela
intervenção dos Netos de Bandim e de todos os curadores, de académicos, de
criadores, de jornalistas", avançou o coordenador Miguel de Barros,
expondo partes da programação.
"Hoje à tarde [2 de Maio] vamos ter a
primeira actividade com o artista plástico Nu Barreto que veio apresentar o
documentário autobiográfico "Pretu Funguli" que retrata o seu olhar
sobre estas questões de transformações sociais e económicas na Guiné-Bissau e
como é que impactaram a sua vida. Haverá também a performance do artista e
poeta e autor Marinho de Pina, dialogando com os textos de Mussá Baldé, do
próprio Amílcar Cabral mas também com as letras de Super Mama Djombo a partir
dessa questão da diferenciação social e de como têm sido elementos de clivagem.
Não menos importante, hoje ficou também
bem traçada a forma como este espaço de animação, de ofertas culturais vai ser
marcado com o pensamento. As conferências irão trazer uma possibilidade de
debate que até hoje ainda não tínhamos encontrado e que nos vai permitir
definir as metas a médio prazo para, a partir de 2025, lançar um processo muito
mais consolidado em termos de bienal de artes e cultura da Guiné-Bissau." ANG/RFI
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