Guerra/Enviado da China parte para um périplo que inclui visitas à Ucrânia e Rússia
Bissau, 15 Mai 23(ANG) – Um enviado do governo chinês vai partir hoje num périplo que inclui visitas à Ucrânia e à Rússia, como parte dos esforços de Pequim para mediar um acordo político que ponha fim à guerra, que dura há 15 meses.
A China afirmou ser neutra no conflito e que quer desempenhar o papel de mediador, mas mantém uma relação “sem limites” com a Rússia e recusou-se a criticar a invasão da Ucrânia.Pequim
divulgou um plano de paz em fevereiro que foi amplamente rejeitado pelos
aliados da Ucrânia, que insistem que as forças russas devem primeiro retirar-se
do território ucraniano.
Li
Hui, ex-embaixador em Moscovo, também vai visitar a Polónia, França e Alemanha,
de acordo com o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, que não deu outros
detalhes sobre a programação.
Analistas
políticos consideram que as possibilidades de haver um acordo de paz são
baixas, já que nem a Ucrânia nem a Rússia estão prontas para parar de lutar. Os
analistas dizem que, ao destacar um enviado, a China está a tentar neutralizar
as críticas à sua proximidade com o líder russo, Vladimir Putin, e afastar os
aliados europeus de Washington.
O
Presidente chinês, Xi Jinping, falou por telefone com o homólogo ucraniano,
Volodymyr Zelensky, no final de abril, preparando o terreno para uma investida
diplomática.
O
périplo do enviado de Pequim “expressa o compromisso da China em promover a paz
e as negociações”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros
Wang Wenbin. Wang disse que a China deseja evitar uma “escalada da situação”.
Vários
líderes europeus, incluindo o presidente francês, Emmanuel Macron, a líder da
Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro espanhol, Pedro
Sánchez, visitaram Pequim, nos últimos dois meses, visando encorajar a China a
usar a sua influência junto de Moscovo para pôr fim ao conflito.
Xi
Jinping reclama um papel maior para a China na resolução de questões
internacionais, em consonância com a ascensão económica e militar do país. Em
particular, o líder chinês propôs a Iniciativa de Segurança Global, que visa
construir uma “arquitetura global e regional de segurança equilibrada, eficaz e
sustentável”, ao “abandonar as teorias de segurança geopolíticas ocidentais”.
Num
triunfo para Xi, o Irão e a Arábia Saudita anunciaram, em março passado, em
Pequim, um acordo para restabelecerem as relações diplomáticas, cortadas por
Riade em 2016.
A
China mantém boas relações com Moscovo e influência económica, sendo o maior
cliente do petróleo e gás russo.
A
China considera a parceria com a Rússia fundamental para contrapor a ordem
democrática liberal, numa altura em que a sua relação com os Estados Unidos
atravessa também um período de grande tensão, marcada por disputas em torno do
comércio e tecnologia ou diferendos em questões de Direitos Humanos, o estatuto
de Hong Kong ou Taiwan e a soberania dos mares do Sul e do Leste da China.
Pequim usou a sua posição como um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas para bloquear ataques diplomáticos à Rússia. ANG/Inforpress/Lusa
Sem comentários:
Enviar um comentário