Turquia/ Últimas sondagens dão ligeira vantagem a Kiliçdaroglu
Bissau, 12 Mai 23 (ANG) –sessenta milhões de eleitores turcos escolhem no próximo
domingo o seu futuro, numa eleição com importantes consequências para uma
grande área do globo.
Se nenhum dos três candidatos registar uma maioria, haverá uma segunda volta daqui a duas semanas.
A dois dias de uma das mais importantes e
disputadas eleições da história da moderna república turca, cresce a incerteza
sobre o desfecho das eleições presidenciais e legislativas. Uma das últimas
sondagens, publicadas hoje (sexta-feira, 12 de Maio de 2023), dá a Kemal
Kiliçdaroglu, 74 anos, líder do principal partido da oposição, (CHP, esquerda
nacionalista e laica), 48%, contra os 47% do actual presidente Recep Tayyip
Erdogan, 69 anos, há 21 anos no poder, com uma governação marcada pela
polarização, erosão do estado de direito e ataques às liberdades e direitos
individuais. Um terceiro candidato, nacionalista, terá cerca de 4%.
A profunda crise económica que o país
vive, com uma redução acentuada do poder de compra dos cidadãos, em virtude de
uma hiperinflação, parcialmente causada pelas políticas económicas pouco
ortodoxas do actual presidente, e o facto de que desta vez a oposição se ter
unido numa frente anti-Erdogan, criaram as condições para uma eventual mudança
de regime.
Pela primeira vez em duas décadas, a
oposição tem uma chance real de derrotar Erdogan, que no seu quarto de século
no poder ganhou as treze eleições que disputou, geralmente com larga margem.
A Turquia está fracturada ao meio,
resultado de um estilo de governação baseado em políticas identitárias e
nacionalistas, e numa retórica de divisão, do eles contra nós, muçulmanos
contra cristãos, patriotas contra curdos separatistas, sunitas contra alevitas,
crentes contra laicos.
De um lado, um estilo mais autocrático,
beligerante, defendendo um nacionalismo feroz e um conservadorismo social. Do
outro, uma agenda e discursos mais inclusivos, tolerantes, apelando à
reconciliação nacional e à melhoria das relações entre a Turquia e os seus
vizinhos.ANG/RFI
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