CPLP/Cabo
Verde recebe encontro internacional da Rede Lusófona pelo Direito à Educação
Bissau,30 Ago 23 (ANG) – Os membros da Rede da Campanha de Educação para Todos da CPLP estão hoje reunidos na cidade da Praia, no segundo encontro internacional da Rede Lusófona pelo Direito à Educação (Relus), visando trocas de experiências e fortalecimento institucional.
Criada
em 2016, a Rede Lusófona pelo Direito à Educação é uma coalizão internacional
que engloba todas as ONG da sociedade civil que trabalham com a educação em
Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor Leste.
Em
declarações à Inforpress, a porta-voz do encontro, Andressa Pellanda, explicou
que a ideia é trocar experiências sobre o processo de desenvolvimento,
fortalecimento institucional a nível do planeamento estratégico, teoria da
mudança passando por articulação institucional, mobilização e comunicação, que
são estratégias utilizadas para fortalecer a advocacia.
“Nos
fazemos incidência política junto dos governos, nas diversas instâncias, seja
legislativo, executivo e no próprio sistema judiciário, para que toda a pessoa
no mundo tenha direito a educação, que não tenham pessoas marginalizadas e que
essa educação seja com qualidade”, sublinhou.
Andressa
Pellanda, que é também coordenadora geral da campanha brasileira pelo direito à
educação, realçou que essa educação vai para além do aprendizado, ou seja,
notas e provas, mas sim, uma educação crítica para a transformação da
sociedade.
Neste
sentido, assegurou que a rede constitui uma oportunidade para fortalecer a
sociedade civil dedicada à educação, mas que é pilar também para o
fortalecimento da democracia e das instituições do Estado.
Na
ocasião, apontou que um dos desafios da Relus tem a ver com a língua
portuguesa, apesar de ser a quinta mais falada no mundo, ainda não é oficial em
vários espaços da sociedade civil e organizações internacionais como as Nações
Unidas.
“Nos
temos feito uma incidência tanto pela língua portuguesa, mas também no desafio
de atuarmos junto da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa para que seja
mais voltada a um compromisso real de mudar e garantir a educação para todos os
nossos países”, avançou a porta-voz.
Andressa
Pellanda considerou ainda que o facto de Cabo Verde receber este encontro vai
fortalecer o continente africano que tem a maior número das coalizões.
Por
seu turno, o coordenador nacional da campanha de Rede Nacional de Campanha
Educação para Todos, Adão Borges, disse que é uma honra receber este encontro,
uma vez que vai partilhar aquilo que o país tem estado a fazer a nível da
educação inclusiva, da pequena infância, mas também mostrar um pouco da cultura
cabo-verdiana.
Adão
Borges disse esperar que as organizações saiam deste encontro mais
fortalecidas, principalmente no que tange à forma de fazer a advocacia junto do
Governo para aumentar o financiamento para o sector da educação, sobretudo para
o pré-escolar, que é o calcanhar de Aquiles no país.
“Ou
seja, nós queremos que a educação pré-escolar fosse integrado no sistema
educativo normal, para que não haja assimetria entre as crianças, haja formação
de professores e monitoras do ensino pré-escolar”, acrescentou o coordenador,
para quem a qualidade da educação passa necessariamente pelo alicerce, que é o
pré-escolar.
Em
2010, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação do Brasil trabalhou para
implementar um Programa de Cooperação Sul-Sul para Países Lusófonos
(PCSS-Lusófonos) que culminou em 2016, com a criação da Rede Lusófona do
Direito à Educação (ReLus).
O
principal objetivo do programa de cooperação era apoiar o desenvolvimento de
estratégias das sociedades civis nacionais para envolver os governos no desenvolvimento,
reforma e expansão de políticas e disposições educacionais que garantam o
direito à uma educação de qualidade.
A
RNCEPT-CV, Rede Nacional da Campanha de Educação Para Todos de Cabo Verde, é
membro fundador da Relus e atualmente preside a comissão gestora da rede
juntamente com o Brasil e Moçambique. ANG/Inforpress
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