Haiti/ONU reclama medidas de urgência contra violência
dos gangues
Bissau, 18 Ago 23 (ANG) - A violência dos gangues
que disseminam o terror no Haiti provocou mais de 2.400 mortos desde o início
do ano, informou a ONU nesta sexta-feira.
"Entre o dia 1 de Janeiro e o 15 de Agosto
deste ano, pelo menos 2.439 pessoas foram mortas e 902 outras feridas",
disse o Alto Comissariado para os Direitos Humanos, em Genebra.
Perante a
persistência desta situação há largos anos, a ONU também constatou um aumento
dos casos de "justiça popular" e o
surgimento de grupos de autodefesa.
"Desde
o dia 24 de Abril até meados de Agosto, mais de 350 pessoas foram
linchadas pela população local e grupos de autodefesa. Entre os mortos estão
310 presumíveis membros de gangues, 46 membros do público e um policial", indicou ainda
o Alto Comissariado para os Direitos Humanos.
Ainda nesta semana, os ataques recorrentes de
um gangue contra os habitantes de Carrefour-Feuilles, um bairro de
Port-au-Prince, a capital, provocaram pelo menos 30 mortos, entre os quais 2
polícias, assim como 4 desaparecidos, segundo um balanço provisório de uma ONG
local. Os serviços de protecção civil indicam por outro lado que face a esta
situação, mais de 5 mil pessoas têm fugido daquele bairro só nestes últimos
dias.
Neste contexto, Volker Türk, o
Alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos reclamou que sejam tomadas
medidas urgentes, depois de o Secretário-Geral das Nações Unidas ter já apelado
ao destacamento in loco de
uma força multinacional não-onusiana para apoiar a polícia haitiana.
O Haiti está mergulhado há anos numa profunda
crise económica, política e de segurança que reforçou o poder dos
grupos armados que, segundo dados oficiais, controlam cerca de 80% da capital
haitiana, onde os crimes violentos são frequentes. ANG/RFI
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