Cultura/Secretário de Estado cessante diz que sem meios financeiros não se pode executar qualquer projeto cultural
Bissau, 17 ago 23 (ANG) – O Secretário de Estado cessante da Cultura defendeu hoje que não se pode executar qualquer projeto cultural sem meios financeiros, referindo-se às dificuldades enfrentadas para materialização de vários planos culturais durante seu mandato de três anos.
Imagem Ilustrativo |
Francelino Cunha fez estas
afirmações no ato de transferência de
poderes ao ministro das Pescas e Economia Marítima, Dionísio do Reino Pereira,
que substitui a ministra da Cultura, Indira Cabral Embaló, que ainda não foi
empossada.
Cunha acrescentou que,
apesar do fraco orçamento do Estado para o setor da Cultura, conseguiram fazer
o possível durante os três anos de exercício da função, graças a colaboração de
parceiros nacionais e internacionais.
Destacou entre as
realizações feitas, a recuperação do grupo cultural, “Esta é a Nossa Pátria
Amada” e da sua agenda, depois de longos anos de paralisação.
Outra realização apontada
por Francelino Cunha é a recuperação da Escola
de Música, que não funcionava ao longo de muito tempo, com apoio da
Cooperação Portuguesa.
“Chegamos ao ponto de formar numa primeira
fase 44 alunos na área de Ciências Musicais que receberam curso de formação de
professores e que já estão aptos para ensinar a música ao lado dos professores
portugueses”, disse.
A direção cessante da
Cultura ainda elaborou a Carta de Política Nacional de Cultura.
“Esta carta, estrutura, cria, define
estratégias e permite a cultura andar nos caris de desenvolvimento, e
ainda saber onde se deve investir no
setor”, referiu acrescentando que, entre países da CPLP e CEDEAO, a
Guiné-Bissau era o único que não disponha de Carta de Política Nacional de Cultura, mas hoje já dispõe em
duas versões – português e francês. “Hoje só falta a sua aprovação em Conselho
de Ministros”, disse.
Francelino Cunha, jornalista
de profissão, recomendou ao novo titular da pasta a aprovação dessa carta em
Conselho de Ministros, por ser um instrumento de cooperação exigida pelos
parceiros.
“Os parceiros rejeitam
colocar o dinheiro no setor da cultura alegando não existir estratégia de
investimento”, disse.
A Carta de Política Nacional
de Cultura é acompanhada de um Plano de Ação, para um período de cinco anos.
Por sua vez, Dionísio do
Reino Pereira defendeu que a estabilidade política e governativa é importante para o exercício das funções
governamentais.
Pereira garantiu que o governo, não
só vai dar continuidade aos trabalhos realizados pelo
Secretário de Estado cessante como também vão ser ampliados com novas ideias e
projetos.
“Se existir estabilidade e tranquilidade, acho que quem
virá já tem condições básicas para fazer muito mais”, diz Pereira. ANG/DMG/ÂC//SG
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