quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Cultura/Secretário de Estado cessante diz que sem meios financeiros  não se pode executar qualquer projeto cultural

Bissau, 17 ago 23 (ANG) – O Secretário de Estado cessante da Cultura defendeu hoje que não se pode executar qualquer projeto cultural sem meios financeiros, referindo-se às dificuldades enfrentadas para materialização de vários planos culturais durante seu mandato de três anos.

Imagem Ilustrativo

Francelino Cunha fez estas afirmações  no ato de transferência de poderes ao ministro das Pescas e Economia Marítima, Dionísio do Reino Pereira, que substitui a ministra da Cultura, Indira Cabral Embaló, que ainda não foi empossada.

Cunha acrescentou que, apesar do fraco orçamento do Estado para o setor da Cultura, conseguiram fazer o possível durante os três anos de exercício da função, graças a colaboração de parceiros nacionais e internacionais.

Destacou entre as realizações feitas, a recuperação do grupo cultural, “Esta é a Nossa Pátria Amada” e da sua agenda, depois de longos anos de paralisação.

Outra realização apontada por Francelino Cunha é a recuperação da Escola  de Música, que não funcionava ao longo de muito tempo, com apoio da Cooperação Portuguesa.

 “Chegamos ao ponto de formar numa primeira fase 44 alunos na área de Ciências Musicais que receberam curso de formação de professores e que já estão aptos para ensinar a música ao lado dos professores portugueses”, disse.

A direção cessante da Cultura ainda elaborou a Carta de Política Nacional de Cultura.

 “Esta carta, estrutura, cria, define estratégias e permite a cultura andar nos caris de desenvolvimento, e ainda   saber onde se deve investir no setor”, referiu acrescentando que, entre países da CPLP e CEDEAO, a Guiné-Bissau era o único que não disponha  de Carta de Política Nacional de Cultura, mas hoje já dispõe em duas versões – português e francês. “Hoje só falta a sua aprovação em Conselho de Ministros”, disse.

Francelino Cunha, jornalista de profissão, recomendou ao novo titular da pasta a aprovação dessa carta em Conselho de Ministros, por ser um instrumento de cooperação exigida pelos parceiros.

“Os parceiros rejeitam colocar o dinheiro no setor da cultura alegando não existir estratégia de investimento”, disse.

A Carta de Política Nacional de Cultura é acompanhada de um Plano de Ação, para um período de cinco anos.

Por sua vez, Dionísio do Reino Pereira defendeu que a estabilidade política e governativa é  importante para o exercício das funções governamentais.

Pereira garantiu que o  governo, não  só vai  dar  continuidade aos trabalhos realizados pelo Secretário de Estado cessante como também vão ser ampliados com novas ideias e projetos.

“Se existir  estabilidade e tranquilidade, acho que quem virá já tem condições básicas  para  fazer muito mais”, diz Pereira. ANG/DMG/ÂC//SG

 

   

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