Equador/ Segunda volta das presidenciais entre Luisa González e Daniel Oboa
Bissau, 21 Ago 23 (ANG) - O Equador vai ter uma segunda volta de eleições presidenciais a 15 de Outubro, depois de, no domingo, a primeira volta ter sido ganha por Luisa González, candidata do movimento político liderado pelo antigo Presidente Rafael Correa, seguida por Daniel Oboa, filho de um dos homens mais ricos do país e adversário assumido de Correa.
Numa altura em que estão apurados mais de 80%
dos boletins de voto, Luisa González lidera a contagem, com 33% dos votos, e
Daniel Noboa surge em segundo lugar, com 24% dos votos.
Luisa González é candidata da
"Revolución Ciudadana", o movimento político liderado pelo
ex-Presidente Rafael Correa (2007-2017) e Daniel Noboa é filho de um dos homens
mais ricos do país e assumidamente oposto ao ex-chefe de Estado actualmente no
exílio.
Pela terceira vez consecutiva, o
escrutínio vai ser um embate entre esquerda e direita num país minado pela
corrupção e narcotráfico.
Na primeira volta das presidenciais de
domingo, em terceiro lugar surge o jornalista de investigação Christian Zurita,
com 16% dos votos, que substituiu à última hora um dos candidatos favoritos que
foi assassinado a 9 de Agosto, Fernando Villavicencio.
Jan Topic, antigo membro da Legião
Estrangeira francesa, surge em quarto lugar, com 14%, seguido do antigo
vice-Presidente Otto Sonnenholzner (7%) e do candidato indígena Yaku Perez
(3,8%).
Luisa González, única mulher na corrida à
presidência, falou em "grande vitória", disse que se "entra na
história" e que espera "uma segunda vitória definitiva" na
segunda volta.
Por sua vez, Daniel Oboa disse que "a
juventude o escolheu" e que "mais do que nunca, é preciso continuarem
juntos". Daniel Oboa é o candidato mais jovem, com 35 anos, e é filho de
Álvaro Oboa, um milionário que construiu um império em torno da exportação de
bananas e que em 2007 enfrentou Rafael Correa.
Apesar do clima de insegurança e de
instabilidade, marcado pelo assassínio de um dos candidatos favoritos num
comício, 82% dos 13,4 milhões de eleitores foram às urnas. A
Comissão Nacional Eleitoral falou em participação “em massa” e em
escrutínio sem incidentes, apenas marcado por “dificuldades” técnicas
rapidamente resolvidas no que toca à votação online a partir do estrangeiro.
Além de serem chamados para escolherem o
Presidente e o vice-Presidente, este domingo os eleitores foram mobilizados
para a eleição dos 137 parlamentares que compõem a Assembleia Nacional e para
se pronunciarem, em referendo, sobre a exploração petrolífera na floresta
amazónica de Yasuni, uma terra indígena e reserva da biosfera. Os primeiros
resultados apontavam que 58% dos eleitores se pronunciaram pela suspensão da
exploração.
Estas são eleições antecipadas, depois de, em
Maio, o Presidente conservador Guillermo Lasso, ter sido alvo de acusações de
corrupção e de ter convocado eleições para 20 de Agosto, antecipando o fim do
seu mandato que deveria terminar em 2025.
Com uma taxa de homicídio recorde e massacres
entre gangues rivais nas prisões, o Equador tem sido afetado, nos últimos anos,
pelo tráfico de droga dirigido por cartéis mexicanos.ANG/RFI
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