Gabão/Presidente em prisão
domiciliária com o filho após golpe de Estado
Bissau, 30 Ago 23 (ANG) - As autoridades
militares do Gabão, que levaram a cabo um golpe de Estado e anunciaram esta
quarta-feira a dissolução das instituições democráticas, revelaram que o
presidente recentemente eleito está detido em prisão domiciliária.
O anúncio surgiu na televisão nacional do
país, a Gabon 24, no qual as forças armadas declararam que as últimas eleições,
realizadas no sábado, foram canceladas, após alertas por parte das autoridades
nacionais e internacionais sobre fraude eleitoral no país.
"O presidente Ali Bongo está em prisão
domiciliária, rodeado pela sua família e médicos", declarou o militar que
leu o comunicado, explicando que o líder do país, eleito em 2009, foi preso com
um dos seus filhos por "traição".
Depois de constatar "uma governação
irresponsável e imprevisível que resulta numa deterioração contínua da coesão
social que corre o risco de levar o país ao caos (...) decidiu-se defender a
paz, pondo fim ao regime em vigor", declarou um dos soldados.
O mesmo militar, alegando falar em nome de
um Comité de Transição e Restauração Institucional, disse que todas as
fronteiras do Gabão estavam "encerradas até nova ordem".
De acordo com jornalistas da agência de
notícias France-Presse, durante a transmissão televisiva ouviram-se tiros de
metralhadoras automáticas em Libreville.
Horas antes, a meio da noite, às 03:30
(mesma hora em Angola), o Centro Eleitoral do Gabão (CGE, na sigla em francês)
tinha divulgado na televisão estatal, sem qualquer anúncio prévio, os
resultados oficiais das eleições presidenciais.
A comissão eleitoral disse que o presidente
Ali Bongo Ondimba, no poder há 14 anos, tinha conquistado um terceiro mandato
nas eleições de sábado com 64,27% dos votos expressos, derrotando o principal
rival, Albert Ondo Ossa, que obteve 30,77% dos votos.
O anúncio foi feito numa altura em que o
Gabão estava sob recolher obrigatório e com o acesso à Internet suspenso em
todo o país, medidas impostas pelo Governo no sábado, dia das eleições.
O governo invocou o risco de violência, na
sequência das declarações de Ondo Ossa, que exigia ser declarado vencedor. ANG/Angop
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