Níger/ONG's
pedem excepção às sanções para garantir ajuda humanitária
Bissau,
30 Ago 23 (ANG) - Mais de 40 organizações não-governamentais (ONG) de
assistência humanitária que operam no Níger defenderam hoje "isenções
humanitárias" às sanções decretadas no seguimento do golpe de Estado de
Julho para poderem ajudar 4,3 milhões de pessoas.
"Atualmente,
as reservas dos mantimentos vitais, como ajudas nutricionais e fornecimento de
medicamentos, estão retidas nas fronteiras do Níger devido às sanções; num país
onde as taxas de má nutrição são incrivelmente altas, estes atrasos podem ser
catastróficos", disse Paolo Cernuschi, o diretor do Comité Internacional
de Resgate para o Níger, uma das organizações que assinam a petição.
Cernuschi
recordou que 13% da população do Níger padece de "insegurança alimentar
grave", um problema que aumentou devido aos ataques de fundamentalistas, à
ausência de chuva e à inflação que acelerou depois das sanções ao país.
"Temos
o dever moral de atuar com rapidez e decisivamente, há vidas em jogo, não
podemos permitir que as barreiras burocráticas se interponham no caminho do
salvamento de pessoas", lê-se no comunicado assinado na vizinha Nigéria.
O
golpe de Estado no Níger foi liderado em 26 de Julho pelo auto-denominado
Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CNSP), que anunciou a destituição
do Presidente e a suspensão da Constituição.
Uma
intervenção militar regional contra a junta está em cima da mesa desde 30 de
Julho, anunciada então pelos chefes de Estado e de Governo da Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que manifestam, não
obstante, continuar empenhados no diálogo para resolver a crise.
Até à
data, a junta militar em Niamey não só ignorou as ameaças como nomeou um novo
primeiro-ministro e formou um governo de transição, avisando que o uso da força
será objeto de uma resposta imediata e enérgica.
Uma
eventual ação militar dividiu, no entanto, a região. Do mesmo modo, a União
Africana (UA) manifestou-se contra a possibilidade de uma intervenção militar,
mas suspendeu o Níger como membro da organização até ao restabelecimento
efetivo da ordem constitucional. ANG/Angop
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