Brasil/”Mundo será diferente depois do alargamento dos BRICS", diz PR brasileiro
Bissau, 30 Ago 23 (ANG) - O presidente brasileiro, Lula da Silva, disse hoje que a expansão do fórum BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, mudará o equilíbrio de poder no mundo e dará mais poder às economias emergentes após o alargamento do grupo este mês em Joanesburgo (África do sul).
"Os
BRICS tornaram-se uma coisa mais poderosa, mais forte, mais importante. Penso
que o mundo não será o mesmo depois do alargamento dos BRICS, pelo menos nas
discussões económicas globais", disse Luiz Inácio Lula da Silva na sua
transmissão semanal nas redes sociais.
O
presidente brasileiro aproveitou para destacar os resultados da sua visita a
África na semana passada, especialmente a sua participação na Cimeira dos BRICS
na África do Sul, onde foi decidido que a partir de janeiro do próximo ano o
fórum será ampliado com a participação de seis novos membros: Argentina, Arábia
Saudita, Egipto, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irão.
Segundo
Lula da Silva, esta ampliação torna os BRICS um bloco economicamente mais
poderoso que o G7, que reúne as sete maiores economias mundiais.
"Agora
os BRICS são mais fortes que o G7. Em 1995, os países do G7 tinham uma
participação de 45% no PIB [Produto Interno Bruto] global através da paridade
de compra e os BRICS 16%. Agora os BRICS têm 32% e o G7 29%", disse o
Presidente brasileiro.
Segundo
Lula da Silva, esse empoderamento permite que as economias emergentes criem
novas bases de negociação nas discussões mundiais e nos organismos
multilaterais.
Neste
sentido, o governante destacou o artigo da declaração final da cimeira
sul-africana em que os BRICS defendiam uma reforma do Conselho de Segurança das
Nações Unidas e a expansão da organização que actualmente conta apenas com
cinco membros permanentes.
"Queremos
que outros países entrem no Conselho de Segurança para lhe dar representação. A
ONU de 1945 já não representa o mundo. Tem de ser ampliada e há países da
América Latina, de África e alguns como a Alemanha e a Índia que querem
entrar", disse.
Lula
da Silva afirmou que este assunto será um dos que abordará no encontro que terá
em Setembro próximo com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Nova
Iorque.
"Insistiremos
nisso porque acredito que a ONU perdeu representatividade e que problemas como
as alterações climáticas ou a guerra na Ucrânia só podem ser resolvidos com uma
governação global forte. A guerra é um problema de falta de comando na ONU,
porque só os países do Conselho de Segurança são os que fazem a guerra.
Precisamos de outros países para controlar", afirmou.
O
Presidente brasileiro referiu que outra das propostas que apresentou na Cimeira
dos BRICS, e que foi aceite, passa pela criação de uma moeda empresarial para
que as economias emergentes possam promover o seu comércio sem a necessidade de
utilizar o dólar.
"Aprovámos
um mandato para os ministros das Finanças discutirem uma solução este ano para
ver se na cimeira do próximo ano podemos criar uma moeda de referência para as
exportações, tal como os europeus criaram o euro", disse.
Lula
da Silva esclareceu que a proposta não visa incomodar nenhum país, mas sim
favorecer o comércio com países emergentes.
"Não
é contra o dólar. É a favor do Brasil e do comércio brasileiro", concluiu.
ANG/Angop
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