Migrarção/Itália vai expulsar migrantes após
registar aumento de 115,1% em 2023
Bissau, 15 ago 23 (ANG) – O
Governo italiano vai aumentar as expulsões de migrantes a partir de setembro,
depois de registar um aumento de 115,1% nos primeiros sete meses deste ano face
ao mesmo período do ano passado, informou hoje o Ministério do Interior.
De acordo com os últimos
dados oficiais, 89.158 migrantes desembarcaram na costa italiana em 2023 face
aos 41.435 no mesmo período de 2022, o que significa um aumento de 115,1%.
A Tunísia é agora o
principal país de origem dos migrantes que chegam a Itália.
Os repatriamentos também
tiveram um aumento de 28,05%, assim como os pedidos de asilo (70,59%), dos
quais um em cada dois foi indeferido.
“Reforçaremos o sistema de
expulsões, especialmente para pessoas que se mostraram perigosas”, disse o
ministro do Interior, Matteo Piatendosi, em entrevista à edição de hoje do
jornal "Il Messaggero".
Piatendosi referiu que o
Governo já conseguiu um aumento de 30% nas expulsões em 2023, percentagem que
quer agora aumentar.
O aumento de chegadas de
migrantes está "ligado a uma dramática crise socioeconómica na Tunísia”,
reforçou.
“Prova disso é que se as
estatísticas se limitassem aos países tradicionais de partida, nomeadamente
Argélia, Líbia e Turquia, os dados das chegadas ao nosso país até
diminuiriam", acrescentou.
E sobre a mudança em relação
às Organizações não Governamentais (ONGs) de ajuda no Mediterrâneo, alvo de
ataques do Governo italiano, o ministro garantiu que “eles agora também estão a
agir sob as diretrizes da guarda costeira italiana”.
“O salvamento no mar é
garantido pelo Estado, visto que, dos 72.046 salvamentos na zona SAR [zonas
marítimas sob soberania] quase todos foram realizados pelo Estado, enquanto as
ONGs realizaram 4.113”, enfatizou.
A oposição italiana criticou
o governo de Meloni pela gestão da imigração: “Eles gritam portos fechados, os
italianos vêm primeiro, mas a direita está a demonstrar uma manifesta
incapacidade de gerir a imigração", escreveu na segunda-feira o presidente
do progressista Partido Democrático (PD), Stefano Bonaccini, nas suas redes
sociais.
Contudo, os desembarques
continuam em Lampedusa onde, desde a meia-noite, chegaram 299 migrantes em sete
pequenas embarcações, somando-se às 454 que desembarcaram na segunda-feira.
O Papa Francisco lembrou, no
domingo, que "já morreram quase 2.000 homens, mulheres e crianças desde o
início do ano" ao tentar chegar à Europa através da travessia do
Mediterrâneo, apelando a "esforços políticos e diplomáticos" para
evitar novas tragédia.ANG/Lusa
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