sexta-feira, 3 de maio de 2024

               Níger/Forças russas e dos EUA partilham base militar

Bissau, 03 Mai 24 (ANG)- Tropas russas ocuparam esta manhã um hangar na base aérea no Níger, acção que terá sido feita com o apoio das autoridades do país, que querem desta forma tentar expulsar os militares norte-americanos, afirmou um oficial dos EUA, que preferiu manter o anonimato,  noticiou hoje Reuters.

Segundo a fonte da Reuters, as forças militares locais já tinham dito aos EUA para retirarem os seus cerca de mil efectivos militares do país.

O Governo tinha sido, até ao golpe de Estado do ano passado, um parceiro fundamental na luta contra os terroristas que mataram milhares de pessoas e deslocaram milhões.

Tudo indica que, após a entrada na base em causa, as tropas russas ocuparam um hangar separado na Base Aérea 101, que fica ao lado do Aeroporto Internacional Diori Hamani, em Niamey, capital do Níger.

Porém, a acção coloca as tropas americanas e russas em estreita proximidade, numa altura em que a rivalidade militar e diplomática das nações é cada vez maior devido ao conflito na Ucrânia. ANG/Angop


          França/Mais de 40 jornalistas mortos nos últimos 15 anos

Bissau, 03 Mai 24 (ANG) - Um total de 44 jornalistas que informavam sobre temas ambientais foram assassinados no mundo nos últimos 15 anos, e pelo menos outros 24 sobreviveram a tentativas de assassínio.

A informação, de acordo com a Lusa, foi avançada na quinta-feira pela agência das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

Destes crimes, apenas cinco tiveram condenação judicial, segundo a UNESCO, que redigiu o relatório juntamente com a Federação Internacional de Jornalistas, no quadro do Dia Internacional da Liberdade de Imprensa (3 de Maio).

O organismo internacional também revelou que pelo menos 749 jornalistas e meios de comunicação dedicados ao ambiente foram alvos de agressões em 89 países, desde 2009, e que 300 dessas agressões ocorreram, nos últimos cinco anos.

“Estes jornalistas e meios cobriam um leque amplo de casos, desde as causas das alterações climáticas, a mineração ilegal, a desflorestação e os combustíveis fósseis, até questões que afectam especificamente as comunidades em que se integram, como a agroindústria, a apropriação de terras, os megaprojetos de infraestruturas e as consequências dos fenómenos meteorológicos extremos", indicou-se no documento.

Pelo menos, metade das 749 agressões foram praticadas por agentes estatais, como polícias, militares, funcionários e contratados pelos governos, com os agentes privados, como empresas da indústria extractiva ou grupos criminosos, responsáveis por uma quarta parte.

Este ano, o Dia Internacional da Liberdade de Imprensa é dedicado à importância do jornalismo e à liberdade de expressão, no contexto da actual crise ecológica mundial.

Além do documento sobre agressões e assassínios de jornalistas, a UNESCO divulgou ainda um inquérito a 905 jornalistas de 129 países, no qual 70% disseram já ter sido “objecto de pressões, ameaças ou pressões, enquanto cobriam assuntos ambientais”.

A investigação mostrou ainda que mais de dois terços dos inquiridos consideram que a distorção da informação e as mentiras relacionadas com as alterações climáticas aumentou nos últimos anos e que o jornalismo não está a fazer o suficiente para contrariar a tendência. ANG/Angop

    Suíça / Governo convida 160 delegações nacionais para cimeira de paz

Bissau, 03 Mai 24 (ANG) - O Governo suíço confirmou quinta-feira ter convidado 160 países, excluindo a Rússia, para participar na cimeira de paz para a Ucrânia, em Junho a pedido do governo ucraniano e destinada a legitimar a "fórmula de paz" do Presidente Volodymyr Zelensky.

Entre os convidados estão nações de todos os continentes, além do G7, G20 e BRIC (grandes economias emergentes), com a excepção da Rússia, confirmou hoje o Governo suíço após a sua reunião semanal.

Embora o governo suíço estivesse aberto a convidar a Rússia, as autoridades do Kremlin declararam a sua indiferença em relação à reunião, porque uma solução para a guerra na Ucrânia não pode ser alcançada sem a sua participação.

A Suíça declarou a sua convicção de que Moscovo deve ser envolvida no desenvolvimento deste processo diplomático, uma vez que "a paz sem a Rússia é impensável".

A "fórmula de paz" de Zelensky baseia-se no pressuposto de que a solução para o actual conflito com a Rússia surgirá quando Moscovo abandonar os territórios ucranianos que ocupa e a soberania e a integridade territorial da Ucrânia forem restauradas.

Além dos governos, o Vaticano e o Patriarca Ecuménico da Igreja Ortodoxa também receberam um convite.

O governo suíço indicou que a lista final de convidados vai ser conhecida pouco antes da conferência e que a selecção dos participantes foi feita com o desejo de que o maior número possível de países envie representantes de alto nível.

Zelensky comentou hoje que "todas as nações pacíficas do mundo vão querer participar nesta cimeira, porque a sua importância ultrapassa a Ucrânia" e acrescentou que, com a sua presença, mostrarão "respeito pelo direito internacional e pela coexistência pacífica".

A Suíça pretende que esta reunião resulte num roteiro sobre a forma de envolver ambas as partes num processo de paz e acredita que a participação maciça dos países vai contribuir para esse objectivo.

Os organizadores indicaram que o programa ainda está a ser elaborado e, até ao momento, apenas se sabe que a reunião terá lugar na remota aldeia de Bürgenstock, situada entre os cantões de Nilwalden e Lucerna, cujo acesso pode ser facilmente restringido para garantir a segurança dos convidados.

A ideia da cimeira surgiu na sequência da visita de Estado de Zelensky à Suíça, em Janeiro, embora não seja a primeira vez que a Confederação Helvética acolhe um evento de alto nível dedicado à Ucrânia, neste caso na sequência da invasão russa.

Em Julho de 2022, a Suíça organizou uma conferência dedicada ao planeamento da reconstrução e do desenvolvimento da Ucrânia no pós-guerra, na qual participaram 58 delegações nacionais, bem como o sector privado e a sociedade civil.

A Suíça afectou cerca de 5,5 mil milhões de euros à reconstrução e ao desenvolvimento da Ucrânia até 2036. ANG/Angop

Bélgica/NATO condena ataques cibernéticos da Rússia contra SDP alemão e República Checa

Bissau,  03 Mai 24 (ANG) – O Conselho do Atlântico Norte, principal órgão de decisão política da NATO, condenou quinta-feira os ataques cibernéticos cometidos por uma entidade russa contra o Partido Social Democrata da Alemanha e a República Checa, Poe tentarem “minar instituições democráticas”.

“Estamos solidários com a Alemanha na sequência da campanha cibernética maliciosa contra um partido político, neste caso o Partido Social Democrata da Alemanha [SDP, partido do chanceler alemão, Olaf Scholz], e com a República Checa na sequência das atividades cibernéticas maliciosas contra as suas instituições”, afirma o organismo em comunicado.

Em concreto, de acordo com o Conselho do Atlântico Norte, “os Aliados reconhecem que a Alemanha e a República Checa atribuíram a responsabilidade das atividades cibernéticas maliciosas nos seus respetivos países ao agente de ameaça APT28, patrocinado pela Federação Russa, especificamente pela Direção Principal de Informações do Estado-Maior russo”.

Além disso, “os Aliados registam também com preocupação que o mesmo agente de ameaça visou outras entidades governamentais nacionais, operadores de infraestruturas críticas e outras entidades em toda a Aliança, nomeadamente na Lituânia, Polónia, Eslováquia e Suécia”, refere o principal órgão de decisão política da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO).

Precisamente um dia depois de ter manifestado “profunda preocupação” sobre os ataques híbridos pela Rússia, de desinformação e interferência cibernética, o Conselho do Atlântico Norte diz “condenar veementemente as atividades cibernéticas maliciosas destinadas a minar as nossas instituições democráticas, a segurança nacional e a sociedade livre”.

“As atividades cibernéticas maliciosas dirigidas contra a Alemanha e a Chéquia sublinham que o ciberespaço é sempre contestado. Os atores das ciberameaças procuram persistentemente desestabilizar a Aliança”, adianta a NATO, garantindo empenho para “combater a ameaça cibernética substancial, contínua e crescente”.

“Promovemos um ciberespaço livre, aberto, pacífico e seguro. Apelamos a todos os Estados, incluindo a Rússia, para que respeitem as suas obrigações e compromissos internacionais de defesa do direito internacional e atuem no quadro de um comportamento responsável dos Estados no ciberespaço, tal como afirmado por todos os membros das Nações Unidas”, afirma ainda a Aliança Atlântica.

Na União Europeia, têm-se sucedido os alertas de alegada interferência e desinformação russa, nomeadamente na campanha eleitoral para as eleições europeias, marcadas para 06 a 09 de junho. ANG/Lusa

Justiça/Ministério Público acusa 20  pessoas de crime de homicídio no processo relativo a morte de oito pessoas  em São Domingos

Bissau, 03 Mai 24 (ANG) - A Delegacia do Ministério Público, junto ao Tribunal Regional de Cacheu, em Bissorã, Província Norte, acusou e requereu o julgamento de 20 pessoas por alegado envolvimento na morte de oito indivíduos e vinte e um feridos, em Fevereiro passado, em Culadji, Setor de São Domingos, por  ingestão de um  líquido de origem vegetal que se acredita poder  identificar feiticeiros.

A informação consta  na Nota Informativa do Ministério Público, com data de  02 de Maio,  enviada a redação de ANG .

“No total foram constituídos 23 arguidos, entre eles um vidente (“djambacus”), contratado pela população local para, segundo eles, fazer a limpeza do bairro de Bafora de feiticeiros, devido as constantes mortes das grávidas, crianças e jovens e ainda dos insucessos escolar e político dos naturais desta povoação”, lê-se no documento.

De acordo com a Nota, com a excepção do vidente e duas arguidas, os vinte incriminados estão a aguardar o julgamento em prisão preventiva.

“Estes arguidos são acusados de oito crimes de ofensas corporais agravado pelo resultado e 21 de ofensas corporais simples. Nos termos da legislação penal em vigor na Guiné-Bissau, os mesmos podem ser condenados até dez anos de prisão”, refere a nota.

Segundo o documento, o vidente  e dois arguidos que se encontram em fuga serão julgados a revelia absoluta própria. ANG/AALS/ÂC//SG

Politica/ Presidente do Partido Luz acusa Governo de falta de sensibilidade pelo  aumento do preço de arroz

Bissau,03 Mai 24 (ANG) - O Presidente do Partido Luz da Guiné acusa o Governo de falta de sensibilidade e pede que seja repensada a decisão sobre o aumento do preço de arroz recentemente anunciado pelo Executivo.

Lesmes Mutna Monteiro falava em conferência de imprensa realizada quinta-feira na Sede do partido, em Bissau, em jeito de reação à subida do preço de arroz anunciado pelo Executivo de Rui  Barros, na reunião do Conselho de Ministros, do dia 19 do corrente mês de Abril.

De acordo com os preços fixados em Conselho de Ministros, o arroz nhelén 100% partido passa de 17.500  para 21.500 francos cfa, e o saco de 50 quilos de arroz nhelén 5% partido sobe de 22.500  para 24.000 francos cfa.

O líder do Partido Luz exigiu uma explicação clara do Governo sobre as reazões que motivaram a tamada dessa medida.

Lesmes Mutna Monteiro disse que está contra a decisão do Executivo de aumentar o preço do arroz e acusou os decisores de falta de sensibilidade e exorta-os a repensar a medida.

O líder do partido Luz da Guiné diz que reconhece, não só a responsabilidade que o Presidente da República tem neste assunto, mas também dos principais partidos, nomeadamente PRS, APU-PDGB, Coligação PAI/ Terra Ranka e MADEM-G15 sustentando que todas essas formações políticas têm representação no Governo de iniciativa presidencial.

Lesmes Monteiro criticou que esses partidos com representação no Executivo liderado por Rui Barros estão a ter uma postura oportunista com realizações de conferências de imprensa para se demarcar das decisões do Governo sobre aumento do peço de arroz. ANG/LPG/ÂC//SG


quinta-feira, 2 de maio de 2024

                Reino Unido/Recorde de 700 migrantes ilegais  num só dia 

Bissau, 02 Mai 24 (ANG) - Mais de 700 migrantes chegaram ao Reino Unido na quarta-feira após atravessarem o Canal da Mancha em pequenas embarcações, um recorde neste ano, quando o Governo britânico quer acabar com estas travessias.


De acordo com os dados do Ministério do Interior publicados na quinta-feira, 711 migrantes em 14 embarcações atravessaram o braço de mar que separa a Grã-Bretanha da Europa continental na véspera.

O anterior recorde de 2024, a 14 de abril, registou 534 pessoas a fazer a perigosa travessia num dia.

Isto sem contar com 66 migrantes, incluindo mulheres e crianças, que foram resgatados na quarta-feira ao largo de Dieppe, em França, quando o seu barco estava em dificuldades. Segundo as autoridades francesas, os migrantes foram levados de volta para Dieppe.

A poucos meses das eleições legislativas, o governo conservador do Reino Unido considera prioritário pôr termo à travessia do Canal da Mancha pelos imigrantes.

Uma lei controversa, aprovada a 23 de abril, visa a deportação de milhares de imigrantes para o Ruanda até ao final do ano. Os seus pedidos de asilo seriam analisados no Ruanda, sem opção de regresso ao Reino Unido, independentemente do resultado.

Para preparar as deportações, que deverão começar dentro de 9 a 11 semanas, foram efetuadas esta semana várias operações em todo o país para deter um número indeterminado de imigrantes ilegais.

O Ministério do Interior publicou fotografias que mostram homens a serem algemados e escoltados em carrinhas de rede metálica.

O Governo insiste que a lei terá um efeito dissuasor.

As travessias do Canal da Mancha bateram um recorde histórico nos primeiros quatro meses de 2024, com mais de 8.000 migrantes a chegarem às costas inglesas, a maioria proveniente do Afeganistão, Irão e Turquia.

ANG/Lusa

 

                   Quénia/Pelo menos 188 mortos  desde Março devido as cheias

Bissau,  02 Mai 24 (ANG) - Pelo menos 188 pessoas morreram em inundações no Quénia desde março, de acordo com um novo relatório do ministério do Turismo local, divulgado hoje.

As chuvas torrenciais, ampliadas pelo fenómeno meteorológico El Niño, já provocaram inundações devastadoras neste país da África Oriental, resultando na destruição de estradas, pontes e outras infraestruturas.

"Infelizmente, o país registou a morte de 188 pessoas devido às condições meteorológicas adversas", declarou o ministério em comunicado. Um relatório anterior do Governo estimava o número de mortos em 179, segundo à agência de notícias France-Presse (AFP).

Além disso, 125 pessoas ficaram feridas e 90 outras estão desaparecidas, enquanto 165.000 pessoas foram deslocadas.

No episódio mais mortífero deste mau tempo, dezenas de pessoas morreram no domingo à noite quando uma barragem natural no centro do país rebentou sob o efeito da chuva acumulada.

De acordo com o ministério do Interior, foram encontrados 52 corpos e 51 pessoas continuam desaparecidas perto de Mai Mahiu, no Vale do Rift, a cerca de 60 quilómetros da capital Nairobi.

Além disso, cerca de uma centena de turistas ficaram retidos na quarta-feira, quando um rio da famosa reserva nacional de Masai Mara transbordou após fortes chuvas.

De acordo com o ministério do Turismo, as equipas de salvamento conseguiram retirar 90 pessoas da reserva, onde 19 alojamentos ficaram inundados.

Vários outros países da África Oriental estão a enfrentar as consequências devastadoras das chuvas sazonais que foram multiplicadas por dez pelo El Niño. Na Tanzânia, pelo menos 155 pessoas morreram em inundações ou deslizamentos de terras.

O El Niño é um fenómeno climático natural geralmente associado ao aquecimento global, que provoca secas em algumas partes do mundo e chuvas fortes noutras.

ANG/Lusa

 

Portugal/ “A reparação às ex-colónias está a ser feita através da cooperação”, diz PR portuguesa

Bissau, 02 Mai 24 (ANG) - O Presidente português disse que a reparação às ex-colónias está a ser feita através da cooperação portuguesa com as ex-colónias. Marcelo Rebelo de Sousa está em Cabo Verde para participar nas comemorações dos 50 anos da libertação com campo de concentração do Tarrafal.

O chefe de Estado português considera que que a reparação às ex-colónias está a ser feita através da cooperação portuguesa com as ex-colónias. Questionado pelos jornalistas, Marcelo Rebelo de Sousa explicou que Portugal nunca teve duvidas sobre a prioridade a dar aos países que falam português.

“Ainda agora houve um apelo das instituições internacionais para o Norte apoiar o Sul. Para Portugal não houve dúvidas nenhumas sobre a prioridade a dar àqueles que são Estados que falam português, que vieram a independência depois de terem sido colónias”, explicou.

O chefe de Estado português sublinhou que a que a reparação às ex-colónias está a ser feita através da cooperação portuguesa com as ex-colónias

“[Está] a ser feita, mas vai continuar a ser feita. É um processo, está em crescendo”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa está em Cabo Verde para participar nas comemorações dos 50 anos da libertação com campo de concentração do Tarrafal.

Por seu lado, o Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves salientou que em democracia não há tabus, reiterando que as relações entre Cabo Verde e Portugal são excelentes.

“Não há temas tabus em democracia e entre nós. Então, com a maturidade que nós já temos de conversar como gente que se entende e de discussão em democracia nascem novas luzes. (…). As relações são excelentes, muito maduras e de todas as nossas discussões podem nascer novas luzes para construirmos um novo futuro, um futuro muito melhor para os cabo-verdianos e para os portugueses”, notou.

Na semana passadaMarcelo Rebelo de Sousa afirmou, num evento com os jornalistas estrangeiros, que Portugal devia assumir a responsabilidade total pelos crimes cometidos no passado colonial português.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse respeitar a opinião de Marcelo Rebelo de Sousa, mas evitou comentar os propósitos do chefe de Estado português sobre o processo de Portugal assumir e reparar as consequências do período do colonialismo.

O chefe de Estado são-tomense, Carlos Vila Nova, reconheceu que os actos de maus tratos e violência da colonização não estão resolvidos.

“Houve colonizadores e houve países colonizados. No nosso caso, Portugal colonizou cinco países em África e essa colonização hoje é parte da nossa história. A descolonização pode estar resolvida, mas os actos de maus tratos e de violência e outros que aconteceram não está resolvido”, defendeu.

O chefe de Estado português acrescentou que esses crimes tiveram custos que “é preciso avaliar a forma como é possível reparar acções que não foram punidas, responsáveis que não foram presos, bens que foram saqueados e que não foram devolvidos”.

As declarações surgem num contexto em que tem havido crescentes reivindicações de organizações da sociedade civil no sentido de Portugal e outras antigas potências coloniais compensarem os países que ocuparam e de se estabelecer um tribunal especial sobre a questão.

Durante praticamente os 500 anos da colonização portuguesa, pelo menos 12,5 milhões de africanos foram raptados e levados dos seus territórios de origem para lugares distantes, designadamente o continente americano, onde a sua força foi usada no trabalho escravo.ANG/RFI

 

 França/Macron assume novamente a possibilidade de enviar tropas terrestres à Ucrânia

Bissau, 02 Mai 24 (ANG)  -  O presidente francês, numa entrevista publicada hoje pelo semanário britânico “The Ecomist”, tornou a assumir a possibilidade de o ocidente enviar tropas terrestres à Ucrânia "se Moscovo avançasse nas linhas da frente e se Kiev o reclamasse".

Já em finais de Fevereiro, Emmanuel Macron tinha evocado esta possibilidade, mas boa parte dos seus aliados ocidentais, nomeadamente os Estados Unidos, tinham-na claramente rejeitado.

Macron tornou nesta quinta-feira a evocar a hipótese de se enviar tropas terrestres para o terreno de guerra ucraniano. "Afastar esta possibilidade equivale a não tirar os ensinamentos destes dois últimos anos", argumentou o Presidente francês que, em declarações ao 'The Economist', recordou que no início do conflito também se excluía a possibilidade de se enviarem aviões e carros de assalto e que isso tinha mudado. 

"Não excluo nada, porque temos diante nós alguém que não exclui nada", disse ainda Emmanuel Macron ao reiterar que "se a Rússia ganhar na Ucrânia não teremos mais segurança na Europa".

Nesta entrevista, o chefe de Estado francês também abordou as relações da Europa com a China, numa altura em que o seu país está prestes a receber a visita do Presidente Xi Jinping nos dias 6 e 7 de Maio. 

Ao insistir sobre a necessidade de um maior equilíbrio e reciprocidade nas relações económicas com Pequim, Macron preconizou que a Europa defenda "os seus interesses estratégicos", evocando nomeadamente discrepâncias em termos de taxas alfandegárias e também questões de segurança nacional.

Noutro aspecto, questionado sobre as perspectivas das eleições europeias de 9 de Junho, o Presidente francês teceu advertências sobre a subida dos nacionalistas, dizendo que os partidos de extrema-direita são todos "brexiters escondidos" que "tomam o continente como refém" com "um discurso de mentira"

Declarações que surgem numa altura em que, de acordo com uma sondagem divulgada no começo da semana em França, o partido presidencial beneficia apenas de 17% de intenções de voto contra 32% para a extrema-direita de Marine le Pen.ANG/RFI

 

Crime de guerra/Rússia acusada de executar soldados que se renderam

Bissau, 02 mai 24 (ANG) - Um relatório da ONG Human Rights Watch publicado esta quinta-feira, 2 de Maio, revela que a Rússia executou “pelo menos 15 soldados ucranianos que tentavam render-se e exige uma investigação por potenciais crimes de guerra.


No documento a ONG Human Rights Watch acusa as autoridades russas de terem executado “pelo menos 15 soldados ucranianos que tentavam render-se, acrescentando ter recebido relatos de que as forças russas terão também executado outros seis soldados ucranianos que se estavam a render-se ou que já se tinham rendido.

De acordo com vídeos capturados por drones militares russos e publicados online em Fevereiro, um dirigente terá instado os soldados russos na região de Donetsk a não fazerem prisioneiros.

"Não façam prisioneiros, disparem contra todos", avança aorganização não-governamental.

A directora de Crises e Conflitos da Human Rights Watch afirma, num comunicado, a que desde a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, o exército cometeu crimes de guerra hediondos”. Belkis Wille acrescenta que a “execução sumária - ou assassínio - de soldados ucranianos rendidos e feridos, mortos a tiros a sangue-frio” é expressamente proibida pelo direito humanitário internacional.

A Human Rights Watch também reitera que “além das obrigações ao abrigo do direito humanitário internacional, a Rússia é um Estado signatário do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos, que proíbe estritamente as execuções extrajudiciais”.

A ONG insiste ainda que “ao abrigo do direito humanitário internacional, a Rússia tem a obrigação de investigar alegados crimes de guerra cometidos pelo exército, ou por outros indivíduos nos territórios que controla, e de processar os processos apropriados”. ANG/RFI

 


Função Pública
/Festejos de 1º de Maio têm efeitos negativos  na produção das instituições públicas

Bissau, 02 Mai 24(ANG) – Os festejos do Dia Internacional dos Trabalhadores que se assinala ao 1 º de Maio, têm  efeitos negativos na  produção nas diferentes instituições públicas do país, sobretudo quando ococrrem  nos dias úteis da semana.

Funcionários Públicos na festa de 1 de maio

Este ano tal como em  anos anteriores a função pública voltou a ser praticamente deserta no dia 02 de Maio, conforme pude constatar um repórter da Agência de Notícias da Guiné-ANG.

Neste órgão de comunicação social público, por exemplo, apenas compareceram no serviço quatro funcionários inclusive o Diretor-geral, os restantes nove não deram sinal de vida.

Uma visita em diferentes instituições púbicas, nomeadamente aos Ministérios das Finanças ,da Função Pública ,da Saúde e de Educação Nacional , esta quinta-feira, permitiu a constatação de uma fraca  presença dos funcionários nos diferentes serviços.

O mesmo  se verificou nos principais licéus da Capital nomeadamente Rui Barcelos da Cunha, Agostinho Neto, Kwame Nkurmah, e na escola Salvador Allende.

Queluntam Sanha estudante do 9º ano no licéu Agostinho Neto, um dos poucos alunos que foram a escola, diz que esta situação não é de hoje, tendo questionado a autoridade do Estado  e dos país e encaregados de educação.

Sanhá diz que os  alunos não são funcionários, mas são eles que mais festejam o primeiro de Maio,  e não comparem as aulas no dia seguinte.

“Quando falo dos alunos, posso dizer o mesmo de muitos professores. Como podes ver, as aulas serão retomadas só na segunda-feira, e num país que precisa de tudo como o nosso não se deve aceitar comportamentos destes. É preciso muita sensibilização  das  autoridades nas escolas, que sejam marcadas  avaliações para dias depois desta paragem”,explicou.

Funcionários Públicos na festa de 1 de maio
Uma senhora que diz que é uma das secretárias  do Ministério da Administração Pública, Formação Profissional e Segurança Social, que não quis que o seu nome seja revelado, diz que na sua instituição há pessoas que vão voltar ao serviço só na próxima semana, deixando sobrecarregados outros funcionários.

Esta fonte que preferiu o anónimato disse que o Estado perde muito e que  para desencorajar a prática  o Governo deve ser mais rigoroso e marcar e descontar as faltas dadas no dia ou nos dias a seguir a 01 de Maio.

 “Este tipo de comportamento não é de agora e prejudica, de que maneira, o avanço do país”, diz a senhora.

A ANG tentou sem sucesso falar sobre o assunto com os Serviços de Inspeção do Ministério da Administração Pública, Formação Profissional e Segurança Social.

Uma fonte de uma das direções deste Ministério reconheceu que essa “prática recorrente” é de conhecimento desse Ministério que gere os servidores públicos.

“Sempre que há uma paragem sobretudo na quarta-feira muitos  funcionários boicotam simplesmente o serviço por toda a semana.Isso não acontece noutros países da sub-região”, disse.

O 1º de Maio tem sido celebrado com festas em grupo, de funcionários públicos, trabalhadores independentes, mas quem mais celebra são os jovens rapazes e raparigas que organizam piqueniques por tudo quanto é zona de praia ou braço de rios, de Bissau e várias localidades do interior do país.

ANG/MSC//SG

 

 

 

Campo de  Tarrafa/ PR  considera festejo de 50 anos da  libertação dos presos politicos como uma justa homenagem a todos aqules que contribuiram para reforço do nacionalismo africano

Bissau, 02 Mai 24 (ANG) – O Presidente da República  considerou  que as celebrações dos 50 anos da libertação dos presos políticos do Campo de Tarrafal, em Cabo Verde, é uma justa homenagem a todos aqueles que contribuiram para o reforço do nacionalismo africano.

Vista do Campo de concentração de Tarrafal

Sissoco Embaló   falava  em Cabo Verde, onde assistiu  as comemorações do 50.º aniversário de libertação dos presos políticos do Campo de Concentração de Tarrafa, à convite do seu homólogo cabo-verdiano,José Maria Neves.

Qualificou o evento de resgate da memória e de exercício de reflexão que vai ser seguramente um momento de homenagem à centenas de portugueses, angolanos, guineenses e cabo-verdianos que passaram anos encarcerados no Campo de Concentração do Tarrafal, conhecido como um campo de “morte lenta e  um lugar de sofrimento”, no qual muitos perderam a vida.

“Neste campo de concentração, além de estar representada sucessivamente a  memória de um portugal amordeçado a memória do anti facismo e da aspração da democracia que animou tanto os portugueses contra a ditadura ,  também encontramos  no Tarrafal a representação da memória histórica do nacionalismo dos africanos, dos angolanos e dos  guineenses, que se ergueram pela libertação nacional dos seus povos contra o império colonial  português”, afirmou o Presidente guineense.

De acordo com o Chefe de estado guineense, Tarrafal representa ainda algo que foi essencial para a luta dos povos, a consciência da solidariedade estrutural e anti facista e anti colonialistas contra a ditadura em Portugal e o império colonial.

Lembrou no evento os compatriotas guinneeses que perderam vida, nomeadamente Cutubó Cassamá e Abiela Na Bué, que seriam sepultados no cemitério deste campo de trabalho de Chão Bom.

Umaro Sissoco Embalò acrescentou que apesar disso há quatro guineenses sobriviventes da prisão de Tarrafal,todos eles já bastante idosos e diz que, com  muito prazer, integrou um deles na sua  delegação, o guineense Mário Soares, que passou sete anos nesse campo de trabalho de Chão Bom.

O Presidente da República,em nome do povo guineense,  rendeu homenagem  à todos os combatentes da liberdade de  Angola,Cabo Verde, Guiné-Bissau e  Portugal. ANG/LPG//SG

  


Desporto/ Comissão organizdora do 8º Congresso da FFGB anuncia abertura de candidatura à presidência da instituição

Bissau 02 Mai 23(ANG) – A  Comissão Organizadora do 8º Congresso da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) anunciou a abertura de candidaturas para o cargo do presidente e os respectivos membros do Comité Executivo daquela instituição desportiva, agendada  para o dia 29 de Junho de 2024.

O anúncio  consta na deliberação número 1 da Comissão eleitoral, divulgada na página oficial de Facebook da FFGB, e refere que a decisão saíu da reunião magna daquela entidade, decorrida no dia 20 de Abril do ano em curso.

“A Comissão Eleitoral da FFGB, no uso das competências reservadas nos  Estatutos da FFGB e no regulamento eleitoral, informa aos socios e demais interessados, a abertura da candidatura para eleger o  Presidente,bem como os respectivos membros do Comité Executivo”, diz o anúncio.

Acrescenta que as candidaturas devem ser entregues junto a Comissão Eleitoral de  30 de Abril à 30 de Maio em curso.

 Os pretendentes devem  apresentar um manifesto de  interesse por escrito.

Outras condições exigidas para os candidatos são a  apresentação de  uma declaração de candidatura  anexando a renúncia de militância partidária, conforme o disposto no art, 5  nº1 dos Estatutos da FFGB e uma lista de nove elementos, que deve incluir obrigatóriamente uma mulher  conforme nº 3 do art 30 do Estatuto da FFGB.

Lê-se documento que os interessados devem ainda  possuir o atestado da organização desportiva filial da FFGB ou da própria FFGB que demonstra que o candidato ao cargo de Presidente e dos membros do  comité executivo estão ativos.  ANG/MSC//SG

Justiça / Presidente da República  diz que  antigo Presidente da RCA, François Bozizé não vai ser extraditado

Bissau,02 mai 24 (ANG) – O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló esclareceu que  o antigo Presidente da República Centro Africana (RCA), François Bozizé, exilado na Guiné-Bissau  e alvo de um mandado de captura internacional, não vai ser extraditado.

O Presidente  explicou que a Guiné-Bissau "não tem na lei a extradição" e disse que vai telefonar ao homólogo da RCA "para saber o que se passa". Sissoco Embaló encontra-se em Cabo Verde para assistir hoje às comemorações do 50.º aniversário de libertação dos presos políticos do campo de concentração do Tarrafal, onde afirmou ter sido surpreendido pela notícia da emissão de um mandado de captura internacional contra o antigo Presidente Bozizé.

O chefe de Estado guineense lembrou que a Guiné-Bissau foi solicitada para dar exílio a Bozizé, no âmbito da União Africana, e notou que o ex-líder da RCA desde que se encontra exilado em Bissau "não fez nada contrário ao seu estatuto" e que a intenção do seu país em ordenar a sua extradição o apanhou de surpresa.

"O que sabemos é que desde que ele chegou à Guiné-Bissau não criou nenhum problema. Está cá como exilado, como nós também, durante a nossa luta pela independência, tivemos exilados noutros países", afirmou Embaló.

François Bozizé reside numa casa no centro de Bissau e regularmente é visto nas ruas e aos domingos costuma frequentar a missa na Sé Catedral da capital guineense a escassos metros da sua residência.

Um Tribunal Penal Especial da República Centro Africana lançou um mandado de captura internacional contra o ex-Presidente do país, François Bozizé, exilado em Bissau, desde março de 2023.

Uma nota de imprensa deste tribunal, emitida em Bangui, a capital da RCA, dá conta da intenção de deter e extraditar Bozizé, de 76 anos, para ser julgado por crimes cometidos por elementos da sua Guarda Presidencial.

Chegado ao poder, em 2003, através de um golpe militar, tendo derrubado o Presidente Ange Félix Patassé, François Bozizé, um cristão, é acusado de ser responsável pelos crimes cometidos pela sua Guarda Presidencial entre 2009 e 2013.

Saiu do poder, também através de um golpe militar, comandando por Michel Diottadi, um muçulmano que comandou uma coligação de rebeldes contra Bozizé. Desde essa altura e por ser acusado por Bangui de liderar tentativas de golpes para retornar ao poder, François Bozizé tem vivido de país em país como exilado ou refugiado.

Em março de 2023 e a pedido da Comunidade de Estados da África Central (CEMAC), Bozizé, que vinha do Chade, foi acolhido em Bissau pelo Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que anunciou que aquele se encontrava no país como exilado, "mas por razões puramente humanitárias".

Nos últimos 20 anos, a RCA tem vivido em sobressaltos onde regularmente há relatos de tentativas de golpe de Estado, com Bozizé como suspeito. Portugal e outros países integram uma força de capacetes azuis das Nações Unidas, MINUSCA, que tenta manter a paz naquele país.

ANG/LUSA

Política/PR guineense não cumpriu o que prevê a Constituição por falta de dinheiro

Bissau, 02 Mai 24 (Lusa) – O porta-voz do Presidente da Guiné-Bissau justificou hoje em Lisboa a não marcação de eleições gerais pelo chefe de Estado guineense no decreto de dissolução do parlamento, conforme exige a Constituição, com a falta de dinheiro.


“Nunca as eleições na Guiné-Bissau foram feitas sem apoio internacional. O Presidente só pode anunciar eleições quando assegurar a sua viabilidade mediante os apoios que o país possa conseguir”, afirmou António Óscar Barbosa.

"Estamos a desenvolver esforços nesse sentido. Já solicitámos à União Europeia, que tem sido um parceiro fundamental, Já solicitámos a Portugal. Já solicitámos a muitos outros países ajuda para a efetivação das eleições”, justificou.

O porta-voz e conselheiro do Presidente Umaro Sissoco Embaló acrescentou que “o dinheiro faz falta à Guiné-Bissau para por a funcionar a saúde, a educação, a administração pública. Mesmo elementos fundamentais para a boa governação, depende muito da ajuda internacional”, frisou.

A atual crise política na Guiné-Bissau espoletou-se depois de o Presidente Sissoco Embaló ter decretado em 04 de dezembro de 2023 a dissolução do parlamento, eleito seis meses antes, antes do prazo constitucional para o poder fazer.

Sissoco Embaló justificou a dissolução com a alegação de que o parlamento guineense era foco de instabilidade no país.

Em seguida, o Presidente demitiu o então primeiro-ministro, Geraldo Martins, depois deste recusar formar um Governo de iniciativa presidencial, e nomeou, em substituição, Rui Duarte de Barros, episódios de uma crise que começou a ser desenhada na sequência de confrontos entre militares, nos passados dias 30 de novembro e 01 de dezembro.

Sissoco Embaló classificou esses incidentes de tentativa de golpe de Estado.

Os confrontos ocorreram na sequência da detenção de dois membros do Governo acusados de alegada corrupção no pagamento de dívidas do Estado a empresas.

A Guiné-Bissau realizou eleições legislativas em 04 de junho passado.

Na conferência de imprensa de hoje, convocada pela Presidência da República da Guiné-Bissau “para esclarecimento das razões que levaram à dissolução da Assembleia Nacional Popular e nomeação de um Governo de iniciativa presidencial”, Óscar Barbosa começou por historiar todo o processo.

“Logo que tenhamos os meios necessários para as eleições, anunciaremos no seu devido momento”, garantiu, salientando que a organização do processo eleitoral está em curso, com a realização do recenseamento eleitoral pela Comissão Nacional Eleitoral.

Óscar Barbosa frisou ainda que Sissoco Embaló “quer fazer as eleições o mais rápido possível”. ANG/Lusa