sexta-feira, 4 de julho de 2025

Saúde/Hospital Nacional Simão Mendes regista aumento de casos de intoxicação por drogas entre jovens

Bissau, 04 Jul 25(ANG) - O Hospital Nacional “Simão Mendes” (HNSM) tem recebido, diariamente,  número considerável de adolescentes e jovens com elevadas quantidades de drogas no organismo, havendo igualmente registo de casos envolvendo adultos.

A informação foi avançada recentemente  pelo diretor clínico do serviço de Urgência do HNSM, Bubacar Sissé, na sequência de  crescentes denúncias sobre a venda e o consumo descontrolado de diferentes tipos de drogas no país, sobretudo entre a juventude, mas também entre alguns adultos.

Em entrevista à Rádio Sol Mansi, Bubacar Sissé alertou ainda que os números tendem a aumentar nos fins de semana e em dias de espetáculos musicais, o que agrava a preocupação das autoridades de saúde.

" (…) Recebemos jovens com drogas no corpo e que chegam em estados graves com manifestações desta substância no corpo", explica.

O médico enfatizou os perigos associados ao consumo dessas substâncias, destacando que elas são extremamente prejudiciais à saúde humana.

Bubacar alerta que entre os efeitos estão ansiedade, câncer nos pulmões, hipertensão, distúrbios mentais, problemas no fígado e até ataques cardíacos.

"Estas drogas afetam o nosso cérebro, o nosso sono, afeta a apetite, alucinação, falhas na memória e alguns têm comportamentos mais agressivos e existem casos de pessoas com comportamentos mais lentos. Isso muda totalmente a personalidade das pessoas", avisa.

O médico advertiu que muitos jovens correm o risco de desenvolver dependência total dessas substâncias.

A situação, considerada alarmante e preocupante, segundo o médico, ocorre diante do silêncio das autoridades. Os casos mais graves, segundo relatos, são registrados durante concertos musicais, em que  o consumo parece intensificar-se.

Bubacar Sissé pede a atuação urgente das  autoridades competentes  para travar o mal que diz estar a afetar gravemente a sociedade.

"Que controlem a fonte desta droga, porque, caso contrário,  vai continuar a ser expandida no país", exorta.

Para melhor compreender os efeitos das drogas, a Rádio Sol Mansi entrevistou também o diretor do Centro de Saúde Mental de Quinhamel.

De acordo com Domingos Té, a instituição acolhe atualmente mais de 50 pacientes, sendo a maioria jovens entre os 18 e  25 anos, já toxicodependentes.

O diretor, que também é pastor, descreveu a situação como extremamente preocupante.

"Esta é uma situação muito preocupante e cada vez mais o nível dos problemas de transtornos mentais está a aumentar", lamenta.

Segundo o pastor, essa “doença” afeta principalmente a camada juvenil, e por isso, considera que as famílias devem assumir um papel mais ativo e responsável no combate à esse flagelo.

O pastor diz temer  que  o país venha a ter, num futuro próximo, uma juventude gravemente afetada pelo consumo de drogas, tendo em conta  o uso excessivo dessas substâncias no dia a dia dos jovens.

Nos últimos tempos, a sociedade guineense tem sido confrontada com comportamentos negativos por parte da juventude, associados ao consumo de drogas, algumas das quais injetáveis e sintéticas. Muitas dessas substâncias são comercializadas sob nomes disfarçados, como “Mário Dias”, “Seco Tidjane”, “KÚS”, “MD”, “Blota” e “AX”, e muitas vezes o seu uso está associado ao consumo de bebidas alcoólicas.

Relatos indicam que os efeitos de algumas dessas drogas podem durar até três dias, provocando alucinações, alterações psicológicas e até picos anormais de adrenalina no corpo. ANG/RSM

Energia/CMB e EAGB assinam Memorando de Entendimento para recolocação e manutenção de postes de iluminação nas vias públicas da capital

Bissau, 04 Jul 25 (ANG) – A Câmara Municipal de Bissau (CMB) e a Empresa de Eletricidade e Águas da Guiné-Bissau (EAGB), assinaram, quarta-feira, em Bissau, um Memorando de Entendimento para recolocação e manutenção de postes de iluminação nas vias públicas da capital Bissau, com objetivo de melhorar progressivamente a qualidade de vida dos munícipes.

O acto foi testemunhado pelos ministros que tutelam as duas instituições nomeadamente o  da Administração do Território e Poder Local, Aristides Ocante da Silva e da Energia, José Carlos Varela Casimiro.

Em declarações à  imprensa, Aristides Ocante explicou que o documento  assinado incide sobre a iluminação  das principais artérias da cidade de Bissau.

 “Constatamos que várias artérias da cidade de Bissau estão completamente às escuras e agora temos a energia da OMVG que vem da central hidroelétrica de Caleta na República da Guiné. Por isso, as nossas instituições devem trabalhar de mãos dadas para oferecer uma certa qualidade de vida as nossas populações e isso passa pela iluminação pública da cidade. Esta ação veio para durar”, explicou.

Ocante da Silva salientou que quer-se fazer de Bissau uma cidade luz para bem dos munícipes, contribuindo  igualmente para a  segurança pública e redução dos  efeitos até da delinquência e  criminalidade.

 José Carlos Varela Casimiro, por seu lado,  reafirmou que a situação da iluminação na cidade de Bissau tem vindo a melhorar nos últimos tempos, significativamente, graças a intervenção da EAGB e diz  “ainda se pode dar um salto qualitativo”.

Varela Casimiro acrescenta que é nessa perspectiva que foi assinado o Memorando de Entendimento.

Disse que outro elemento importante na origem da iniciativa , tem a ver com a realização da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo dos Países de Língua Portuguesa(CPLP) , prevista para este mês.

“Comprometemos aqui, enquanto tutela da EAGB, dar todo o apoio necessário para implementação prática deste documento”, garantiu.

O Presidente da CMB, José Medina Lobato, disse que se pretende com o acto dar um grande salto qualitativo para a melhoria de segurança de vida das pessoas, em termos de iluminação, casos de alunos que estudam a noite, turistas que devem andar nas ruas com segurança, realçando que o primeiro passo foi dado no dia 02 de julho e vai durar até 31 de Dezembro nesta primeira fase.

“Depois vamos fazer um balanço e de lá assinar outro documento com maior dilatação. No tempo colonial a tarefa de iluminar a cidade era da CMB, bem como manutenção das estradas. Estamos a caminhar para as autarquias e trabalhar com espirito de cidadania, uma vez que é possível”, disse.ANG/MSC/ÂC//SG

Cabo Verde/Amílcar Cabral e luta de libertação longe do consenso em Cabo Verde

Bissau, 04 Jul 25 (ANG) - Os investigadores portugueses Inês Nascimento Rodrigues e Miguel Cardina defendem que a memória da luta de libertação e de Amílcar Cabral está longe de ser consensual em Cabo Verde 50 anos depois da independência.


"Aluta e Cabral são ainda hoje objeto de disputas memoriais acesas", disse hoje à agência Lusa Miguel Cardina, que, tal como a sua colega, se encontra na antiga colónia para participar em atividades evocativas do meio século de emancipação política do arquipélago africano.

Inês Nascimento Rodrigues vê também "como a memória da luta de libertação em Cabo Verde está longe de ser consensual".

"A figura de Cabral pode funcionar, por um lado, como símbolo identitário e força agregadora. Por outro, como ponto de fricção e debate político-partidário", declarou à Lusa.

Os dois investigadores do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra intervieram esta semana, na capital cabo-verdiana, Praia, em realizações académicas evocativas dos 50 anos da independência do país, organizadas pela Universidade de Cabo Verde (Uni-CV), em parceria com o CES.

Na sequência da revolução do 25 de Abril de 1974, chegou a verificar-se no país de Cabral, líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), uma "mobilização de setores adeptos de uma qualquer manutenção da relação política com Portugal", recordou Miguel Cardina.

"Cinquenta anos depois, Cabo Verde está pacificado com a ideia de ser um estado independente. Algo que não foi consensual nas elites de então, na década de 1970", quando "setores claramente pró-independência e envolvidos na luta" contaram com "a adesão popular ao ideário da independência", referiu.

Segundo o historiador, "se hoje a independência é um dado inquestionável e valorizado, não é tão consensual assim a evidência histórica de que a independência resulta de um processo ancorado na luta de libertação".

"A luta de libertação -- e a própria figura de Cabral -- nem sempre é equacionada de forma consequente com o papel histórico que efetivamente tiveram", admitiu.

Miguel Cardina e Inês Nascimento Rodrigues são autores do livro "O dispositivo mnemónico. Uma história da memória da luta de libertação em Cabo Verde", editado em Portugal, em 2023, pela Imprensa da Universidade de Coimbra.

"Há quem celebre esse passado como um marco identitário incontornável e quem, embora em menor escala, o procure desvalorizar ou relativizar. O mesmo acontece com Amílcar Cabral: continua presente, mas de formas muito diversas e por vezes contraditórias", enfatizou a investigadora do CES.

Em Cabo Verde, a luta de libertação e a independência nacional "continuam a ser evocadas de várias formas, muitas vezes atravessadas por lógicas político-partidárias" e "ainda hoje há monumentos, discursos e até performances populares que o homenageiam, mas também há silêncios, omissões e leituras críticas", ressalvou Inês Nascimento Rodrigues.

Amílcar Cabral, assassinado em Conacri, em 1973, "continua a ser apropriado de muitas maneiras", desde "a figura quase mítica que circulava no meio rural ainda em tempos coloniais", passando pela sua "presença em práticas religiosas contemporâneas" e pelas "críticas mais duras que o classificam como uma figura ultrapassada ou uma fraude", acrescentou.

"Ao mesmo tempo, há setores jovens e da diáspora que o reinventam, como se vê, por exemplo, na Marxa Cabral [desfile em homenagem do cofundador e líder do PAIGC], usando o seu legado como ferramenta crítica para pensar as injustiças do presente", salientou a investigadora de Coimbra.

Na Cidade da Praia, o programa comemorativo na Uni-CV incluiu a exibição de três documentários da autoria da jornalista portuguesa Diana Andringa.

Um acordo entre Portugal e o PAIGC, assinado em 1974, permitiu a instalação de um governo de transição em Cabo Verde, seguido da eleição da Assembleia Nacional Popular que proclamou a independência, em 05 de julho de 1975.ANG/Lusa

 

Turquia/Erdogan acusa Netanyahu de transformar região num banho de sangue

Bissau, 04 Jul 25 (ANG) - O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou hoje o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, de ter transformado o Médio Oriente num "banho de sangue" com os seus ataques a Gaza, Síria, Líbano e Irão.


"Não podemos abandonar a causa palestiniana e nem permanecer em silêncio enquanto Netanyahu e o seu Governo transformam a nossa região num banho de sangue", afirmou o presidente turco sobre o primeiro-ministro israelita.

O presidente turco está no Azerbaijão para participar na 17ª Cimeira da Organização de Cooperação Económica (OCE), na cidade de Khankendi, e dedicou parte da sua primeira intervenção a condenar mais uma vez as "políticas agressivas de Israel" que "ameaçam a paz e a estabilidade em toda a região" do Médio Oriente.

Erdogan afirmou que a intenção final dos ataques regionais lançados por Israel é "forçar o povo palestiniano a ajoelhar-se" numa "política de subjugação".

"Continuaremos a falar a verdade com coragem e a manter-nos firmes ao lado dos oprimidos e contra os opressores", acrescentou o Presidente turco durante o seu discurso.

Israel iniciou a guerra na Faixa de Gaza após os ataques liderados pelo grupo islamita palestiniano Hamas ao território israelita em 07 de outubro de 2023. Mais de 1.200 pessoas morreram nestes ataques a Israel e cerca de 250 foram sequestradas. Em Gaza, a guerra contra o Hamas já matou mais de 57 mil pessoas.

Os israelitas também têm atacado o sul do Líbano, onde está o grupo xiita libanês Hezbollah, que apoia o Hamas. Outro alvo de ataques israelitas é a Síria e Israel também promoveu uma campanha de bombardeamentos, há algumas semanas, contra instalações nucleares do Irão.ANG/Lusa

Médio Oriente/ONU contou 613 mortes em pontos de distribuição ajuda alimentar em Gaza

Bissau, 04 Jul 25 (ANG) - Mais de 600 pessoas morreram em Gaza perto de comboios humanitários e em pontos de distribuição de ajuda administrados por uma organização norte-americana apoiada por Israel

Segundo Ravina Shamdasani, porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), a organização não tem sido capaz de atribuir a responsabilidade pelo que considera ser assassínios no conflito que opõe Israel ao movimento de resistência islâmico Hamas.

No entanto, Shamdasani considerou que grande parte das 613 mortes registadas são da responsabilidade do exército israelita, "que bombardeia e dispara sobre palestinianos que tentam chegar aos pontos de distribuição" operados pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF).

Em declarações aos jornalistas numa conferência de imprensa, a porta-voz acrescentou também desconhecer quantas dessas mortes ocorreram nos pontos de distribuição ou junto dos comboios humanitários.

Shamdasani sublinhou que os números abrangiam o período de 27 de maio a 27 de junho e que "houve mais incidentes" desde então, ainda por contabilizar e salientou que as informações são asseadas num relatório interno da situação elaborado pelo gabinete do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A porta-voz ressalvou que os números, compilados através dos processos de verificação padrão da organização, "não mostram provavelmente um quadro completo".

"Talvez nunca sejamos capazes de compreender a dimensão total do que está a acontecer aqui devido à falta de acesso" das equipas da ONU às áreas afetadas, sublinhou.

Praticamente desde o início do conflito, a 07 de outubro de 2023, que Israel tem sitiado a Faixa de Gaza, privando os palestinianos de ajuda humanitária e alimentar.

A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do movimento islamista palestiniano Hamas ao sul de Israel.

O ataque causou a morte de 1.219 pessoas do lado israelita, na sua maioria civis, de acordo com uma contagem da AFP realizada a partir de dados oficiais, e 49 das 251 pessoas sequestradas nesse dia continuam reféns em Gaza, das quais 27 foram declaradas mortas pelo exército israelita.

Mais de 57.000 palestinianos, na maioria civis, foram mortos na campanha de retaliação militar israelita na Faixa de Gaza, de acordo com dados do Ministério da Saúde do Governo do Hamas para Gaza, considerados confiáveis pela ONU.ANG/Lusa

 

      Angola/ Governo nega acordo com jornalistas sobre aumento salarial

Bissau, 04 Jul 25 (ANG) - O Sindicato dos Jornalistas de Angola(SJA) anunciou ter chegado a acordo com os Conselhos de Administração dos Órgãos Públicos de Comunicação Social sobre o aumento salarial de 58% para a classe, a partir de Agosto deste ano, com retroactivos a partir do mês de Junho. 

A tutela reage e nega ter acertado reajustar os salários dos jornalistas, esclarecendo que o assunto é da competência do governo central.

Os jornalistas das empresas públicas realizaram esta semana uma assembleia de trabalhadores, cujo objectivo foi de analisar as respostas do patrão em relação as preocupações apresentadas pelos trabalhadores.

Na ocasião, o secretário-geral adjunto do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), André Mussamo, revelou o aumento de 58% do salário base da classe já em agosto, como resultado das negociações com a entidade patronal.

“Um dos principais pontos que colocávamos era o incremento de 100% do salário base dos trabalhadores dos órgãos públicos de comunicação social. Mas, como todos os processos, ao longo da negociação, recebemos contrapropostas e chegamos a acordo para um aumento de 58%, a implementar já no salário de Agosto, mas a contar com o retributivo no mês de Junho”, anunciou o jornalista, também presidente do MISA-ANGOLA.

Em reacção, o porta-voz da comissão negocial da imprensa pública, Pedro Neto, desmentiu a posição do sindicato, alegando que o mote do incremento salarial dos jornalistas é da responsabilidade do executivo e não das empresas.

“Não foi uma decisão em relação a essa percentagem. Aliás, as empresas de comunicação social não têm competência para decidir sobre aumentos, para mexer nos salários. Portanto, isso é uma competência do Governo. Portanto, não incumbe àquela comissão negocial decidir sobre esse aumento e para mais dois meses depois, portanto, no mês de Agosto, desmentiu   Pedro Neto. 

Entretanto, face ao pronunciamento da comissão negocial dos órgãos públicos, o Sindicato dos Jornalistas Angolanos fez sair um comunicado nesta quinta-feira, 3 de julho, a apelar aos associados a se manterem calmos e serenos, por acreditar no bom senso dos gestores dos órgãos públicos em relação ao cumprimento do acordo. ANG/RFI

 

RDC/ONU acusa Ruanda de ter organizado ofensiva rebelde no leste da RDC

Bissau, 04 Jul 25 (ANG) - – Um relatório da ONU acusa o Ruanda de estar por detrás das operações militares no leste da República democrática do Congo.

O documento foi tornado público na quarta-feira., e a  ONU não descarta vir a adoptar sanções e aponta o dedo a uma série de governantes de Kigali.

A coligação militar AFM/M23, activa no leste da RDC, assumiu o controlo de Goma e de Bukavu no início do ano, tendo, para o efeito, contado com o apoio do Ruanda.

Os peritos da ONU denunciam a presença massiva de soldados ruandeses no antigo Congo belga entre Janeiro e Maio deste ano.

As Nações Unidas que não excluem, por isso, a adopção de sanções.

Porém o Ruanda, através da porta-voz do governo, Yolande Makolo, afirmou que o seu país está plenamente comprometido com o Acordo de paz, assinado a 27 de Junho passado em Washington, e também com a neutralização das FDLR.

As FDLR que são as Forças democráticas de libertação do Ruanda, um grupo de exilados hutus ruandeses, activo desde o ano 2000 no leste do antigo Zaire.

A ONU aponta, nomeadamente, o dedo ao ministro ruandês da cooperação regional, James Kabarebe, de ter sido o organizador da ofensiva rebelde no leste da RDC.

Ele que desde Fevereiro é já alvo de sanções do Tesouro americano por ter organizado o apoio de Kigali à coligação rebelde AFC/M23.ANG/RFI

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Sociedade/Presidente eleita de REMPSECAO promete trabalhar em equipe para reorganizar a instituição

Bissau, 03 Jul 25 (ANG) – A nova presidente  da Rede de Paz e Segurança para as Mulheres  no Espaço da CEDEAO-Antena Guiné-Bissau (REMPSECAO), prometeu hoje trabalhar em equipa, para reorganizar e reorganizar a instituição, durante os quatro anos do seu mandato..

Elci Pereira Dias, numa entrevista exclusiva  à Agência de Notícias da Guiné (ANG), declarou  que a sua prioridade é reorganizar a REMPSECAO, e que isso não quer dizer que a organização nunca esteve organizada, mas sim vai  redobrar os esforços de cumprimento dos objetivos da organização.

“Eu fui Presidente-Interina da Organização por um período de tempo, mas o meu foco e o meu olhar eram limitados,. Agora  que me  confiaram a  missão de dirigir a REMPSECAO, penso que a minha visão e ambição em colaboração com a minha equipa vai contribuir para estruturar a REMPSECAO, na luta para  garantir a paz e estabilidade no país  assim como na Sub-Região.

Segundo Elci Pereira Dias, para fazer face a problemática de garantia de paz e segurança na Guiné-Bissau e assim como nos países da Sub-Região, é necessário reforçar a Rede com quadros jovens, tal como  exigem as regras internacionais e sub-Regionais.

Questionada sobre o que pretende a REMPSECAO fazer para envolver as mulheres nos órgãos de tomada de decisão, ao nível da CEDEAO,  Elci Pereira Dias disse que é uma preocupação,  não especificamente da Rede.

“Criamos uma Plataforma Política que trabalha neste domínio, e foi a mesma que trabalhou a lei de paridade, que foi submetida  e aprovada pela ANP. É a  mesma que está a fazer uma campanha de mobilização dos partidos políticos, para o cumprimento dessa norma”, disse a nova presidente de REMPSECAO.

Elci Dias sublinha que  apesar de vários esforços feitos pela Plataforma Política criada para gerir os assuntos da lei de paridade na Guiné-Bissau, o seu cumprimento, até então, não está a ser respeitado, pelos homens.

“Não queremos dizer que, na esfera de tomada de decisão no  país, nenhuma mulher está envolvida, mas, na verdade, os homens representam , por isso, aconselho as mulheres a se esforçarem para capacitação, e deixarem de lado as diferenças sociais”, disse
Pereira Dias.

Defende , por outro lado, que uma ativista que trabalha para a garantia de paz e estabilidade não deve ter cores partidárias ou pensar em algo de troca.

“A humildade e isenção é a peça chave para uma ativista”, disse.

Elci Pereira Dias, ex-presidente interina de REMPSECAO, e antiga Diretora-Geral do Jornal Nô Pintcha (JNP), foi eleita terça-feira novo presidente da Organização, com 38 votos a favor, e sem nenhum opositor na corrida ao cargo durante a Terceira Assembleia Geral da organização.ANG/LLA/ÂC//SG  

Justiça/ECOSC e FP repudiam  “tentativa de intimidação” por parte da Procuradoria Geral da República

Bissau, 03 Jul 25 (ANG) - O Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil(ECOSC) e a Frente Popular(FP), reagiram esta quinta-feira à acusação da PGR segundo a qual as duas organizações são ilegais, sem personalidade jurídica.

Em comunicado conjunto  à imprensa, as duas organizações dizem repudiar  com veemência o que consideraram “tentativa de intimidação”, por parte da Procuradoria Geral da República.

No comunicado conjunto, os dois movimentos cívicos exigem a demissão imediata de Bacar Biai do cargo de Procurador-Geral da República, por “manifesta incompetência, parcialidade e desprezo pelos valores constitucionais”, que deveria defender.

"Esta manobra do Ministério Público não é mais do que uma tentativa desesperada de desviar a atenção do povo guineense da real situação do país, dos: órgãos de soberania caducados, a captura do poder judicial, serviços públicos em colapso com permanentes greves nos sectores de educação, saúde e justiça, pobreza extrema, corrupção desenfreada e governação fictícia com assinaturas de acordos secretos que comprometem os recursos naturais vitais do nosso país, com destaque para o sector da pesca," lê-se no comunicado.

Reafirmaram  que não vão calar e nem  recuar, porque as suas lutas são   do povo guineense,  que vencerão.

"A Constituição da República da Guiné-Bissau garante a todos os cidadãos o direito inalienável de participar ativamente na vida pública, através de iniciativas cívicas que promovam o aprofundamento da democracia e do Estado de Direito, neste espírito nasceram os movimentos cívicos Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil, em 2019, e a Frente Popular, em 2024. Ambos são compostos por dezenas de organizações da sociedade civil legalmente reconhecidas, com o objetivo de contribuir para a consolidação da paz, da democracia e do Estado de Direito na Guiné-Bissau", refere o comunicado conjunto.

Declararam  que foi com profunda indignação, mas sem surpresa que  tomaram conhecimento, através da comunicação social, de um comunicado do Ministério Público declarando-os ilegais e ameaçando com consequências penais.

Os dois movimentos dizem tratar-se de  um “ato inconstitucional, arbitrário e politicamente motivado, que denuncia a instrumentalização do Ministério Público por forças autoritárias e retrógradas”. ANG/MI/ÂC//SG

 

Sudão/Médicos Sem Fronteiras alerta para atrocidades e limpeza étnica no Darfur

Bissau, 03 Jul 25 (ANG) - A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) alertou hoje para "atrocidades em massa" e "limpezas étnicas" em curso no norte do Darfur, onde os combates entre o exército sudanês e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido continuam.

 

"As pessoas não estão apenas presas em combates ferozes e cegos", afirmou num comunicado Michel Olivier Lacharité, responsável pelas emergências da ONG, afirmando que as pessoas são, também, alvo das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) e dos seus aliados, "principalmente devido à sua etnia".

Desde abril de 2023, os sudaneses vivem numa guerra pelo poder que opõe o exército regular às RSF, um conflito que causou já dezenas de milhares de mortos e 13 milhões de deslocados.

Depois de perder a capital, Cartum, em março, as RSF redirecionaram a sua ofensiva para o oeste do país, onde tentam tomar El-Facher, a capital do Darfur, ainda controlada pelo exército.

Num relatório intitulado "Assediados, atacados, famintos", a MSF alerta para o risco de um "banho de sangue" em El-Facher, onde cerca de 800.000 pessoas estão sitiadas pelos paramilitares desde maio de 2024.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou na sexta-feira que estava a tentar negociar um cessar-fogo para permitir o envio de ajuda humanitária a El-Facher.

A cidade está em grande parte privada de alimentos, água e cuidados médicos, enquanto a fome atinge três campos de deslocados vizinhos.

Um relatório da MSF, elaborado a partir de 80 testemunhos recolhidos entre maio de 2024 e maio de 2025, descreve "padrões sistemáticos de violência, incluindo pilhagens, massacres, violência sexual, raptos, fome" e ataques contra infraestruturas civis.

De acordo com testemunhas citadas pela MSF, os soldados das RSF planeiam "limpar El-Facher" das suas comunidades não árabes, em particular a etnia Zaghawa --- pilar das Forças Conjuntas aliadas ao exército ---, suscitando receios de um massacre após as atrocidades perpetradas em 2023 contra os Masalit no oeste do Darfur.

"Tememos que tal cenário se repita em El-Facher", disse Mathilde Simon, consultora de assuntos humanitários da MSF.

As tropas do general Abdel Fattah al-Burhane, que lidera o país desde o golpe de Estado de 2021, e as RSF do seu antigo aliado, o general Mohamed Daglo, são regularmente acusadas de cometer massacres.

O conflito, que entra no seu terceiro ano, provocou o que a ONU descreve como "a maior crise humanitária atual".

Só no norte do Darfur, mais de um milhão de pessoas estão à beira da fome, segundo a ONU.

O conflito fragmentou o país africano, com o exército a controlar o leste, o centro e o norte, enquanto as RSF controlam quase todo o Darfur e partes do sul.ANG/Lusa

 

     Iraque/PKK confirma desarmamento em cerimónia no norte do Iraque

Bissau, 03 Jul 25 (ANG) - O Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) confirmou hoje que os seus combatentes no norte do Iraque vão começar a entregar as armas numa cerimónia entre 10 e 12 de julho, na cidade de Sulaymaniyah.


"Um grupo de guerrilheiros descerá das montanhas e despedir-se-á das suas armas, num esforço para declarar a sua boa vontade para com a paz e a política democrática", declarou o PKK num comunicado.

A cerimónia, que deverá ter lugar entre 10 e 12 de julho na cidade de Sulaymaniyah, na região curda semi-autónoma do norte do Iraque, será o primeiro passo concreto para o desarmamento num conflito que se estende há mais de quatro décadas e que causou mais de 40.000 mortos.

Zagros Hiwa, porta-voz do PKK, disse que os combatentes destruirão as suas armas "sob a supervisão das instituições da sociedade civil e das partes interessadas".

O Partido dos Trabalhadores do Curdistão, ou PKK, anunciou em maio que iria dissolver-se e renunciar ao conflito armado. A medida foi tomada depois de o líder do PKK, Abdullah Ocalan, preso numa ilha perto de Istambul desde 1999, ter instado o seu grupo, em fevereiro, a convocar um congresso e a dissolver-se e desarmar-se formalmente.

Para que o PKK possa dar novos passos no sentido do desarmamento, "o regime de isolamento" imposto a Ocalan na prisão "tem de ser abolido" e devem ser tomadas medidas "constitucionais, legais e políticas" para "garantir que os guerrilheiros que abandonaram a estratégia da luta armada possam ser reintegrados na política democrática da Turquia", de acordo com Zagros Hiwa.

O número de combatentes que irão participar ainda não foi determinado, mas poderá situar-se entre os 20 e os 30, afirmou ainda o porta-voz.

Na Turquia, na segunda-feira, Omer Celik, porta-voz do Partido da Justiça e do Desenvolvimento do Presidente Recep Tayyip Erdogan, disse que o PKK poderia começar a entregar armas "dentro de dias", mas não forneceu pormenores.

Celik acrescentou que Erdogan se reuniria com membros do partido pró-curdo na próxima semana para discutir o esforço de paz.

O Governo turco não fez qualquer declaração imediata sobre o anúncio de hoje.

Alguns analistas e opositores receiam que Erdogan queira manter-se no poder, apesar de não se poder recandidatar, uma vez que procura redigir uma nova Constituição. 

O recente esforço do Governo turco para terminar o conflito de décadas com o PKK, de acordo com os mesmos analistas, pode fazer parte da estratégia para ganhar o apoio de um partido pró-curdo no Parlamento e obter a maioria necessária para aprovar uma nova Constituição.ANG/Lusa

 

Justiça/Procuradoria Geral da República considera de “ilegais” Frente Popular e Espaço de Concertação das organizações da Sociedade Civil

Bissau,03 Jul 25 (ANG) – A Procuradoria-Geral da República considerou, em nota à imprensa, de ilegais, a Frente Popular e o Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil, por carecerem de personalidade jurídica.

Por isso, segundo a Nota do Gabinete da Imprensa e Relações Públicas da PGR, à  que a ANG teve acesso hoje, as duas organizações não podem organizar atividades que são reservadas as entidades com personalidade jurídica sob pena da lei faltando.

No documento, o Ministério Público, informou que pela legitimidade conferida pelos arts. 1259/1 da Constituição da República da Guiné Bissau e art. 1º da Lei Orgânica do Ministério Público, oficiou a Frente Popular e o Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil, no sentido de apresentarem os respetivos estatutos e, consequentemente, o documento comprovativo da aquisição da personalidade jurídica.

O Ministério Público solicitou ainda um encontro de trabalho com as mesmas organizações, mas não se dignaram a receber o convite.

“No entanto, oficiosamente, o Ministério Público tomou conhecimento da falta de personalidade jurídica destas duas supostas pessoas coletivas”, refere.

A PGR acrescenta que, por falta da constituição formal, nos termos do art. 158 do Código Civil, esta anormalidade jurídica constitutiva inibe essas pessoas coletivas de atuarem no mundo jurídico, pese embora os seus fundadores poderem ser responsabilizados pelos atos da organização .

O Ministério Público alerta à todas as instituições Públicas e parceiros de desenvolvimento que a personalidade jurídica das pessoas coletivas não é supralegal, e que tanto a Frente Popular como o Espaço de Concertação das Organizações da Sociedade Civil carecem desta personalidade, pelo que não podem entrar em relação jurídica com quaisquer entidades, ou seja, não podem praticar atos jurídicos em seu nome próprio ou demandar em juízo.ANG/LPG/ÂC//SG

Regiões/Diretor Regional da Educação de Biombo diz  que algumas escolas   não estarão em condições de funcionar no próximo ano letivo

Biombo, 03 Jul 25 (ANG)- O Diretor Regional da Educação   de Biombo afirmou ,quarta-feira, que algumas escolas  da região  não vão estar em condições de funcionar no próximo ano letivo,  devido falta de cobertura.

Francisco Có fez a  afirmação numa conferência de imprensa, realizada  após uma   visita que efetuou recentemente  às  escolas da região .

Disse ter constatado   dificuldades de vária ordem e  disse que muitos  estabelecimentos escolares se encontram em avançado estado de degradação.

“Durante a visita verifiquei que  as pessoas particulares estão à construir suas casas no espaço de alguns estabelecimentos escolar, estão a colocar contentores de vendas no espaço de algumas escolas. Tudo isto é bastante preocupante, uma vez que não é normal esta prática”, lamentou aquele responsável.

Francisco Có lançou um apelo à Administração Local no sentido de fazer a delimitação do terreno da escola de Cumura de Pepel 2, Pefine 1 e Biquedje, situada em Quisset.

Có disse ainda que  a Delegacia Regional  se depara com falta de meios de transporte, de impressora e computadores.

“Para realizar esta visita às diferentes escolas tivemos que alugar as motorizadas . Tudo isso acarreta um custo um pouco elevado. Assim sendo, a Delegacia precisa de apoios”, disse Francisco Có. ANG/AALS//SG

Regiões/ Associação Portuguesa Guinanos doa quatro painéis solares ao Centro de Formação de Quinhamel

 

Biombo, 03 Jul 25 (ANG) – A Associação Portuguesa Guinanos doou , quarta-feira, quatro painéis solares e lotes de livros didáticos   ao Centro de Formação Juvenil  de Quinhamel.

De acordo com o despacho do Correspondente da ANG, na região de Biombo, na ocasião, a Presidente da Associação de Guinanos, Mariana Inglês disse que na sua primeira visita a Guiné-Bissau, ficou surpreendida com as condições precárias com  que as escolas se deparavam.

Lembrou que os  professores e alunos queriam eletrificar as salas, ter mais livros e  computadores, e, essa foi a força dos Guinanos para iniciar os trabalhos  e ver as condições da maioria das escolas do país.

Segundo Mariana Inglês,  os referidos painéis solares foram  financiados pela Organização  “Dona Ajuda” que investiu juntamente com a CFJ e Guinanos na construção dos painéis Solares.

O Guinanios tem 54 voluntários e  cerca de 50 desses voluntários vêm a Guiné-Bissau, anualmente entre Janeiro, Julho e Agosto, para dar formação aos professores e concretizar os projetos que estão a ser desenvolvidos.

Mariana Inglês garantiu que daqui há um mês, virão computadores, um furo de água  e mais outros projetos que vão surgir.

Intervindo no ato, o  Diretor-geral do Centro de Formação Juvenil de Quinhamel, Bloco C, lembrou que o mesmo foi fundado em 2001, com duas salas alugadas mas que agora cresceu graças ao empenho e dedicação de toda a camada educativa envolvida: a direção, professores, alunos e  pais e encarregados de educação e a  comunidade local.

Nino Vieira Té  disse que os painéis solares recebidos constituem  uma ferramenta fundamental para ampliar o acesso ao ensino educacional local.

Vieira Té elencou as várias dificuldades com que o centro se depara , relacionadas ao  pagamento de salários aos professores, das rendas, frisando que  a maior tem a ver com o pagamento das propinas por parte dos alunos , pais e encarregados de educação.

O Governador da Região de Biombo, Fernando Djú, pediu a direção do Centro , professores e alunos para cuidarem dos materiais recebidos, para o doador não voltar e não os encontrar em bom estado de  conservação. ANG/MN/JD/ÂC//SG

 

Desporto/Guiné-Bissau participa pela primeira vez nos jogos Olímpicos de Inverno Itália
2026

Bissau, 03 Jul 25 (ANG) – A Federação de Desportos de Inverno da Guiné-Bissau (FDI-GB),anunciou, em comunicado, a participação, pela primeira vez, do país,  nos Jogos Olímpicos de Inverno, que vai decorrer no próximo ano, em Milão –Cortina Itália.

A Guiné-Bissau deverá ser representada nesse evento desportivo por  uma atleta  na modalidade do Esqui Alpino.

 “Estamos honrados em trazer a Guiné-Bissau para o palco dos jogos Olímpicos de Inverno pela primeira vez  e este marco, é o resultado da dedicação incansável de nossos atletas ,treinadores e apoiadores, reflete também a nossa missão mais ampla de expandir os horizontes dos desportos  de inverno para nações onde a neve não faz parte naturalmente da paisagem", frisa Thomas Tang , Secretário-geral da FDI-GB.

Thomas Tang  realçou que a conquista que considera histórica foi recentemente destacada no site oficial da Federação Internacional de Esqui(FIS),após o reconhecimento do país como membro associado  no 55ºCongresso do FIS realizado em Reykjavik ,Islândia.

Além do esqui alpino FDI-GB tem planos  para desenvolver o Esqui Cross-Coutry por meio de treinamento em terra firme e Roller –Ski, permitindo uma participação mais ampla nas próximas temporadas.

 “Agradeço a FIS pelo seu apoio e parceria ,esperando juntar-se à comunidade global de desportos de inverno no próximo Jogos Olímpicos de 2026”, disse Tang.

A FDI-GB, foi criada em 2024 para promover o desenvolvimento dos desportos de neve e gelo na Guiné-Bissau ,tendo ganhado impulso rapidamente ,estabelecendo três clubes regionais ativos e inscrevendo mais de 500 membros ,incluindo atletas, treinadores e administradores desportivos. ANG/MSC//SG