sexta-feira, 13 de setembro de 2024

Centenário de Cabral/Diretor-Geral de INEP aconselha guineenses à fazer um “pato de respeito mútuo” para esquecer males do passado 

Bissau, 13 Set 24 (ANG) - O Diretor-geral do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) João Paulo Pinto Có aconselhou na quinta-feira os guineenses no sentido de fazerem um “pacto” que promova respeito mútuo com a finalidade de esquecer os males do passado e de promover o desenvolvimento da Guiné-Bissau.

Pinto Có falava , em declarações  à imprensa à margem do simpósio realizada sexta-feira pela Embaixada de Cabo Verde na Guiné-Bissau, em colaboração com o Governo, no âmbito das comemorações do Centenário  do líder e fundador da Nação guineense e cabo-verdiana, Amílcar Lopes Cabral.

 O Diretor-geral de INEP admitiu ainda que os guineenses defraudaram os pensamentos de Amílcar Cabral de transformar a Guiné-Bissau num modelo de desenvolvimento da África.

“O Cabral lutou pela independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde, mas a independência deve constituir a responsabilidade de cada cidadão, de forma a alcançar o desenvolvimento e benefício comum”, disse aquele responsável.

Pinto Có acrescentou que é preciso reconhecer os erros do passado com o objetivo de corrigi-los e de viver num ambiente de paz e tranquilidade.

Disse  que o simpósio não se limita  em falar de Amílcar Cabral, mas  que também serve para que os escritores apresentassem alguns livros que permitam dar mais ênfase ao mundo ciêntífico na Guiné-Bissau.

No referido simpósio foram abordados os temas sobre “o conceito de Emancipação no Pensamento e Práticas de Amílcar Cabral”,  “Amílcar Cabral entre os 20 Maiores Líderes Mundiais de Todos os Tempos”, “o Legado de Amílcar Cabral e a Mediação na África”, a Visão de Cabral para o Homem Negro e o Futuro de África”, “Cabral e Desenvolvimento Sócio Económico da África”, “Amílcar Cabral e as mudanças Climáticas”, entre tantos.

ANG/AALS/ÂC//SG

Rússia/Putin tece advertências contra eventual utilização de armas ocidentais contra Rússia

Bissau, 13 Set 24 (ANG) -  Presidente russo Vladimir Putin avisou que se os ocidentais permitirem que a Ucrânia ataque o território russo com mísseis de maior alcance, isso significará que "os países da NATO estão em guerra com a Rússia".

Esta advertência surge depois de o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, SergueÏ Lavrov, ter declarado "não ter dúvidas de que a decisão de levantar as restrições sobre as armas de longo alcance para atacar o território da Federação da Rússia já foi tomada há muito tempo".

Com efeito, ontem, as autoridades ucranianas lançaram uma vez mais um apelo para as suas forças armadas tenham a possibilidade de utilizar as armas de longo alcance fonrnecidas pelos seus aliados ocidentais contra alvos russos.

O chefe da diplomacia americana Antony Blinken e o seu homólogo britânico David Lammy que se encontravam ontem em Kiev numa visita de solidariedade, não se comprometeram para já neste sentido, prometendo apenas responder "com urgência" a esta questão.

Único resultado concreto desta visita, antes de seguir hoje para a Polónia para abordar com as autoridades locais a situação na Ucrânia, Antony Blinken anunciou um novo envelope de ajuda à Ucrânia de 717 milhões de Dólares, a serem aplicados nos sectores da energia, do fornecimento de água potável e operações de desminagem.

Entretanto, no terreno, a violência continua.

As autoridades ucranianas indicaram que três funcionários do Comité Internacional da Cruz Vermelha foram mortos e dois outros foram feridos nesta quinta-feira num bombardeamento russo contra Viroliubivka, uma aldeia da região de Donetsk, no leste da Ucrânia. Trata-se de "mais um crime de guerra russo", denunciou o Presidente Zelensky na rede social X.

Noutros pontos do país, os bombardeamentos russos também continuaram, nomeadamente em Konotop, cidade do nordeste do país, onde as autoridades locais referem que os ataques contra instalações energéticas e infra-estruturas provocaram 14 feridos.

As forças aéreas ucranianas afirmam, por outro lado, ter abatido 44 dos 64 drones lançados ontem à noite pela Rússia na zona leste do país.

Paralelamente, a Rússia afirmou hoje ter retomado o controlo de 10 localidades que os ucranianos tinham conquistado no começo de Agosto na zona de Kursk, em território russo, junto da fronteira com a Ucrânia. O Presidente Zelensky confirmou nesta quinta-feira que a Rússia lançou um contra-ataque nesta região. ANG/RFI

Rússia/ Governo retira acreditação a seis diplomatas britânicos suspeitos de espionagem

Bissau,13 Set 24(ANG) - A Rússia retirou hoje a acreditação a seis diplomatas da Embaixada do Reino Unido em Moscovo por suspeita de espionagem e "ameaças à segurança russa".

"Como represália aos numerosos atos hostis de Londres, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo (...) retirou a acreditação a seis funcionários do departamento político da embaixada britânica em Moscovo", declararam os serviços de segurança russos (FSB).

O FBS acusou os seis diplomatas britânicos de exercerem "atividades subversivas e de espionagem", de acordo com a mesma nota.

ANG/Inforpress/Lusa



Faixa de Gaza/ONU denuncia a morte de seis funcionários em ataque israelita na Faixa de Gaza

Bissau, 13 Set 24 (ANG) - As Nações Unidas anunciaram que seis dos seus funcionários foram mortos ontem à noite por dois bombardeamentos aéreos israelitas contra uma escola em Nusseirat, no centro da Faixa de Gaza, este tendo sido o balanço mais pesado para os funcionários da ONU durante um único ataque desde o começo da ofensiva israelita no enclave.

"Uma escola transformada em abrigo para 12 mil pessoas foi novamente alvo de ataques aéreos israelitas. Seis dos nossos colegas da UNRWA estão entre os mortos", disse a agência da ONU na rede X referindo-se a este ataque que, segundo as autoridades locais, mataram pelo menos 18 pessoas, incluindo os funcionários da agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos. 

O exército israelita afirma, por sua vez, ter bombardeado "terroristas" ao visar o que designou de centro de comando do movimento palestiniano do Hamas em Nuseirat.

Reagindo à ocorrência, António Guterres, secretário-geral da ONU, disse que é "totalmente inaceitável" que o assassinato de funcionários da ONU e trabalhadores humanitários em Gaza tenha tão poucas consequências para os seus autores.

No mesmo sentido, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, declarou-se "escandalizado". " A violação dos princípios fundamentais do direito internacional humanitário, em particular da protecção de civis, não pode e não deve ser aceite pela comunidade internacional", considerou Josep Borrell.

Quanto ao chefe da diplomacia dos Estados Unidos, aliados de Israel, também deu conta da sua preocupação. Ao pedir que se protejam os trabalhadores humanitários, Antony Blinken garantiu que iria "continuar a abordar esta questão com Israel."

O Secretário de Estado americano considerou ainda que "isso enfatiza, mais uma vez, a urgência de se alcançar um cessar-fogo", esta sendo a seu ver "a melhor maneira de garantir um espaço verdadeiramente protegido em todo o território da Faixa de Gaza, um espaço no qual os humanitários não só podem continuar a fazer o seu trabalho, mas também intensificam-no massivamente para beneficiar as pessoas que mais precisam".

Esta não é a primeira vez que o comportamento do exército israelita para com os trabalhadores humanitários é alvo de críticas. Ainda esta semana, a ONU disse que militares israelitas tinham cercado e apontado as suas armas para trabalhadores humanitários que se encontravam no norte da Faixa de Gaza a participar nas operações de vacinação de crianças contra a poliomielite.

O exército israelita diz que está a tentar reduzir os riscos para os civis no contexto da guerra em Gaza, mas afirma que pelo menos um terço das vítimas palestinianas do conflito pertence a grupos armados.ANG/RFI

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

Centenário Amílcar Cabral/Aly Hizaji diz que  legado de Amílcar Cabral continua a inspirar gerações

Bissau, 12 Set 24 (ANG) – O Ministro dos Combatentes da Liberdade da Pátria, sublinhou  hoje que o legado de Amilcar Lopes Cabral ainda inspira novas gerações , tanto a nível nacional assim como internacional.

Ao discursar na presença do Presidente da República (PR) Umaro Sissoco Embaló, e demais personalidades presentes no acto que assinalou os 100 anos de nascimento de Amílcar Cabral , e de 51 anos depois do seu desaparecimento físico, Aly  Hizaji recordou que o homem a quem  na primeira Assambleia Nacional Popular (ANP) reunida nas Colinas de Boé, no dia 24 de Setembro de 1973, foi atribuiu o título de fundador da nacionalidade guineense, chama-se Amílcar Lopes Cabral.

Hizaji aproveitou o momento para render homenagem aos heróis  Combatentes da Liberdade da Pátria, pelos sacrificios consentidos pela causa da independência da Pátria de Amílcar Cabral.

“Hoje, ao comemorarmos os 100 anos de nascimento de Amílcar Cabral e os 51 anos de seu desaparecimento físico, torna-se necessário refletir sobre a necessidade e dimenção do seu pensamento”, sublinhou Aly Hizaji.

Acrescentou  que a dimensão  do arquiteto  da Independência da Guiné e Cabo Verde levou-o a ser considerado, o segundo maior líder mundial, numa lista elaborada pelos históriadores da BBC.

Para Filomeno Correia, um dos participantes do evento, o acto siboliza respeito a pessoa que ontem deu o seu tudo, para libertar os guineenses do colonialismo português, e trazer a liberdade ao seu povo.

 Ana Sarafina Quade,por sua vez  parabenizou o Presidente da República Umaro Sissoco Embaló e o Governo da Guiné-Bissau pela iniciativa.

“Amilcar Cabral não é só um líder imortal para os guineenses, mas sim é um simbolo africano, que inspira vários Chefes de Estados Os seus ensinamentos sõ  ainda lembrados em vários países do mundo, para tal, merece respeito de todos, e a data que marca o seu assassínio, não deve ser esquecido pelo Estado guineense”, diz Ana Sarafina Quadé.ANG/LLA//SG    

Centenário de Amílcar /Presidente da República inaugura rua com nome de Hamed Sekou Touré

Bissau, 12 set 24 (ANG) – O Presidente da República inaugurou hoje, no dia em que se asinala 100 anos de nascimento de Amílcar Cabral, uma rua com o nome do antigo Presidente da República da Guiné , Hamed Sekou Touré.

Trata-se do troço que liga a 2ª Esquadra à  Granja de Pessubé, e o baptismo dessa rua se enquadra nas celeberações do Centenário de Amilcar Cabral hoje abertas pelo Presidente da República com a realização de um acto cental na Fortaleza da Amura, em Bissau.

Intervindo no ato, Umara sissoco Embaló disse que o gesto representa um reconhecimento à uma figura que nos primórdios da luta armada de libetação da Guiné-Bissau e Cabo Verde decidiu albergar os guineenses que lutavam pela independência e como consequencia sofreu   ataques coloniais.

“Penso que estou  a fazer a reparação por aquilo que a República da Guiné fez no passado pela  Guiné-Bissau. É algo que nenhum filho da Guiné pode esquecer, porque deram comida, armas e lugar para os combatentes dormirem.Sem este apoio não seria possivel travar a luta pela libertação”, disse Sissoco Embaló.

“Ter uma rua com o nome de Sekou Touré na Guiné-Bissau é homenagiar Amílcar Cabral”, sublinhou o chefe de Estado. ANG/LPG//SG

 

 

 

Brasil/Lula apela aos países ricos financiamento à Amazónia em plena vaga de incêndios

Bissau,  12 Set 24(ANG) - O Presidente brasileiro, Lula da Silva, apelou hoje aos países ricos que financiem a proteção da Amazónia, num momento em que a maior floresta tropical do mundo enfrenta uma onda de incêndios.

Em entrevista à Rádio Norte FM, após uma viagem ao estado do Amazonas para ver os efeitos da seca extrema que também está a atingir a maior floresta tropical do mundo, o chefe de Estado brasileiro alertou que "a situação é muito grave".

A seca tem deixado vários rios em mínimos históricos de água, prejudicando o transporte de medicamentos e alimentos e isolou dezenas de comunidades rurais, além de servir de combustível para a propagação de chamas.

"Temos que aproveitar esse momento em que a Amazónia, não só brasileira como da América do Sul, é a parte mais conservada do planeta Terra para que a gente receba em dinheiro para cuidar das pessoas que moram lá", disse.

Lula da Silva frisou que o país tem de "fazer os europeus e o mundo desenvolvido compreender que, debaixo de cada copa de árvore, mora uma pessoa - tem um extrativista, um seringueiro, um pescador, um indígena".

Os incêndios queimaram 6.718.025 hectares da Amazónia brasileira desde o início do ano, ou seja, 1,6% do bioma, segundo dados oficiais.

No total, 63.189 incêndios deflagraram na Amazónia brasileira entre janeiro e agosto deste ano, o dobro do número registado no mesmo período em 2023.

O Governo brasileiro suspeita que a grande maioria deles tenha sido causada pela ação humana.ANG/Inforpress/Lusa

 

ONU/EUA a favor de dois assentos permanentes para África no Conselho de Segurança

Bissau, 12 Set 24 (ANG) - Os Estados Unidos apoiam a criação de dois assentos permanentes para os países Africanos no Conselho de Segurança das Nações Unidas e de um assento rotativo para os pequenos países insulares.

 Esta decisão a ser oficializada nesta quinta-feira pela embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, surge numa altura em que Washington diz pretender avançar no dossier da reforma das instituições das Nações da ONU.

A decisão de os Estados Unidos colocarem novamente em cima da mesa a questão da reforma das instituições das Nações Unidas, surge numa altura em que Washington procura melhorar as suas relações com o continente africano, onde numerosos países condenam o seu apoio à ofensiva israelita nos territórios palestinianos. Com esta proposta, os Estados Unidos também pretendem consolidar os elos com as nações do Pacífico, no intuito de evitar o alastramento da influência da China nessa região do mundo.

Vários países de África, nomeadamente Angola, reclamam há muito tempo assentos permanentes no Conselho de Segurança, a instituição mais poderosa das Nações Unidas.

Washington é favorável há anos à entrada da Índia, Japão e Alemanha como membros permanentes do Conselho de Segurança.

Contudo, em declarações à agência noticiosa Reuters, a embaixadora Linda Thomas-Greenfield referiu que os Estados Unidos não querem que um direito de veto seja atribuído a mais nenhum país para além dos cinco membros que actualmente dispõem dessa prerrogativa, a Rússia, China, França, Grã-Bretanha e os Estados Unidos.

Ainda antes do anúncio formal da posição americana, ao ser igualmente questionado pela Reuters, o Secretário-geral das Nações Unidas António Guterres, disse concordar com uma reforma do Conselho de Segurança, entidade que ainda hoje "corresponde exactamente à situação pós-segunda Guerra Mundial", sendo que na sua óptica, o Conselho tem "um problema de legitimidade, um problema de eficácia, e precisa ser reformado".

Para já, não se sabe estas propostas dos Estados Unidos podem produzir efeitos, dado que as discussões em torno das reformas das Nações Unidas não deram qualquer resultado até agora. Refira-se que qualquer mudança na estrutura do Conselho de Segurança precisa ser ratificada na Carta das Nações Unidas, o que implica uma aprovação por pelo menos dois terços da Assembleia geral e nomeadamente pelos cinco países com direito de veto no Conselho.ANG/RFI

Venezuela/ O número  de presos políticos na Venezuela sobe para 1.808, o maior deste século

Caracas, 12 Set (Inforpress) – A organização não-governamental (ONG) venezuelana Fórum Penal (FP) indicou hoje que o número de presos políticos no país aumentou para 1.808, o maior deste século, a grande maioria dos quais desde os protestos pós-eleições presidenciais.

 “Registámos e qualificámos o maior número de presos por motivos políticos conhecido na Venezuela, pelo menos no século XXI, e continuamos a receber e a registar detidos”, anunciou a ONG na rede social X.

Os dados, atualizados até 09 de Setembro, indicam ainda que mais de nove mil pessoas continuam “submetidas arbitrariamente” a restrições à liberdade. Dos 1.808 presos políticos, 1.673 estão detidos desde 29 de julho, início dos protestos pós-eleições presidenciais, adianta a ONG.

De acordo com a FP, entre os detidos estão 1.582 homens e 226 mulheres, 1.651 são civis e 157 militares, incluindo 60 adolescentes.

A ONG precisou ainda que, na última semana, uma pessoa foi libertada e 16 foram detidas e que 150 detidos foram condenados por tribunais e 1.658 aguardam julgamento.

Segundo a FP, desde 2014 até hoje foram detidas 17.577 pessoas por motivos políticos na Venezuela, das quais mais de 14.000 foram libertadas, após terem recebido assistência gratuita daquela ONG.

Os dados sobre o número de presos políticos no país, segundo a FP, foram enviados à Organização de Estados Americanos e à ONU, para verificação e certificação.

A Venezuela, país que conta com uma expressiva comunidade de portugueses e de lusodescendentes, realizou eleições presidenciais no passado dia 28 de Julho, após as quais o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) atribuiu a vitória ao atual Presidente do país, Nicólas Maduro, com pouco mais de 51% dos votos, enquanto a oposição afirma que o seu candidato, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia obteve quase 70% dos votos.

A oposição venezuelana e muitos países denunciaram uma fraude eleitoral e exigiram que sejam apresentadas as atas de votação para uma verificação independente.

Os resultados eleitorais têm sido contestados nas ruas, com manifestações reprimidas pelas forças de segurança, com o registo, segundo as autoridades, de mais de 2.400 detenções, 27 mortos e 192 feridos.

O regime de Caracas diz estar em curso um golpe de Estado, mantendo nas ruas milhares de polícias e militares para controlar os manifestantes, e pediu à população que, de maneira anónima e através da aplicação VenAPP, denuncie quem promove os protestos. ANG/Inforpress/Lusa

 


Cabo Verde
/Vera Duarte destaca Amílcar Cabral como um pensador e um visionário

Bissau, 12 Set 24(ANG) – A escritora Vera Duarte destacou hoje a figura de Amílcar Cabral como um "pensador e um visionário" que pensou coisas para além do seu tempo.

"É um líder, ao reunir todos os combatentes da pátria, tanto de Cabo Verde como da Guiné-Bissau para a luta pela independência desses dois países", disse, Vera Duarte, em entrevista à Inforpress, no âmbito do centenário de Cabral que se assinala hoje, 12 de Setembro.

Considerou que para ele a luta de libertação "não era apenas" conquistar a independência, mas sim conquistar a independência e tirar o povo do sofrimento e ajudá-los a se tornarem cada vez mais cultos, ou seja, a emancipação dos povos era uma das prioridades dele.

Acrescentou que no quesito cultura Amílcar Cabral trabalhou "muito bem" sobretudo a questão da identidade dos homens e mulheres de Cabo Verde e Guiné-Bissau, por considerar que a participação das mulheres na luta poderia ser importante e disse entender que a luta pela libertação, liderada por Cabral é, em si, um acto de cultura.

"Ele lutou para combater a submissão e a alienação dos povos coloniais. Esta é a maior dimensão ética da batalha dele, pois mostrou a sua luta, apesar de estarmos sob domínios coloniais", frisou.

Lembrou que Amílcar Cabral, enquanto homem da Cultura, foi fundador e colaborador da criação da Academia dos escritores e das actividades culturais quando estudava no liceu em São Vicente. Aos 15 anos publicou o seu primeiro caderno de poesia “nos intervalos da arte da minerva e quando cupido acerta no alvo".

"Ao longo dos tempos ele publicou vários pequenos cadernos de poesia, mas acredita-se que ainda há alguns que não foram publicados”, sublinhou.

A escritora lembrou, igualmente, o discurso que ele fez no dia 08 de Março de 1969, nas zonas libertadas sobre a emancipação da mulher, pelo direito à vida, ao trabalho, à dignidade e a ser considerado companheiro na luta.

"Ele é um testemunho que influenciou e inspirou o pensamento de várias pessoas no mundo para a tomada de posições com os seus discursos. Actualmente muitas universidades do mundo estudam o pensamento dele", disse.

Por outro lado, destacou também que a língua portuguesa que, segundo Cabral, “é uma das ‘melhores coisas’ que os portugueses deixaram”, referindo que a língua não é senão um instrumento para os homens se relacionarem uns com os outros, é um meio para falar, para exprimir as realidades da vida e do mundo.

 A mesma fonte mencionou um conjunto de pensamentos deste combatente, como a luta pelos direitos da mulher tanto a nível da educação, quanto à participação e ser dirigente de qualquer sector.

"Devemos a Amílcar Cabral o reconhecimento eterno por nos ter tirado das colónias", concluiu.

Amílcar Cabral, filho do professor Juvenal Lopes Cabral (cabo-verdiano de ascendência guineense) e de Iva Pinhel Évora (nascida na ilha de Santiago, Cabo Verde), nasceu a 12 de Setembro de 1924, em Bafatá, na então Guiné portuguesa (hoje Guiné-Bissau) e foi assassinado a 20 de Janeiro de 1973, em Conacri, República da Guiné.

As comemorações do centenário do nascimento de Amílcar Lopes Cabral, um político, agrónomo e referenciado como um “teórico marxista”, têm sido marcadas por diversos eventos académicos, culturais, políticos, desportivos, sociais em várias partes do mundo. ANG/ Inforpress


    Centenário A Cabral/Investigador Sumaila Jaló diz ser necessário resgatar o pensamento revolucionário de Cabral para as lutas de hoje"

Bissau, 12 Set 24 (ANG) - O investigador guineense, Sumaila Jaló, participou na mesa redonda sobre Cabral e a Juventude: um debate inter-geracional.

O estudante em doutoramento no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra afirma ser preciso "resgatar o pensamento revolucionário de Amílcar Cabral - enquanto ideologia progressista - para as lutas de hoje".


RFI: Amílcar Cabral teve uma relação profunda com a juventude, tanto no contexto do movimento de libertação como em termos de inspiração política e ideológica. Esta relação entre o legado de Cabral e a juventude ainda existe?

Sumaila Jaló: Existe há uma transdimensão em que podemos falar dessa relação de Cabral com a juventude. Uma primeira dimensão que é a dimensão da ausência, que consiste nas tentativas de apagamento do legado da luta e da acção revolucionária de Amílcar Cabral e dos seus camaradas no espaço público, tanto no sistema educativo como no espaço dos partidos políticos para a mobilização pública. No próprio PAIGC que ele ajudou a fundar que, a partir do golpe de 14 de Novembro de 1980, se desligou com a sua base ideológica fundadora, pan africanista, socialista e que pugna pelo progresso do povo realizado pela mobilização do próprio povo, mas também uma tentativa muito actual de certos poderes políticos identificados no caso da Guiné-Bissau, que decretam a celebração do Dia da Independência a 16 de Novembro, dia das Forças Armadas e não 24 de Setembro, que é o dia da proclamação unilateral histórica da independência da Guiné-Bissau. Uma tentativa de militarização do poder, mas também, muito recentemente, através de um despacho que impede a fixação de cartazes no espaço público para a celebração do centenário. Primeiro esta ausência, depois a presença na cultura em toda a sua dimensão na produção cultural. A figura de Cabral e o legado da luta aparece e a partir da produção cultural que a juventude se conecta com o legado de Amílcar Cabral. Através disso, os movimentos sociais que, tanto na Guiné-Bissau como em Cabo Verde, assim como nas suas diásporas, se mobilizam com base no pensamento revolucionário de Amílcar Cabral, para a transformação. Finalmente, há uma dinâmica de resgate da figura de Cabral.

O que eu acredito é que essa dinâmica de resgate não seja no sentido de salvar o pensamento do Cabral, porque isso está salvo, 51 anos depois do seu assassinato, nós ainda falamos de Cabral e celebramos Cabral e o seu pensamento. O que nós precisamos é um resgate para o pensamento revolucionário de Cabral enquanto ideologia progressista e de transformação da realidade que nos sirva para as lutas de hoje, as lutas para a emancipação do povo guineense e cabo-verdiano, mas sobretudo para a construção de uma nova vida na paz e na dignidade em Cabo Verde, na Guiné-Bissau, em África e para toda a Humanidade.

E porque é que acontece esse distanciamento entre as classes políticas, com a sociedade civil e este legado de Amílcar Cabral?

Este desligar de entidades políticas, particularmente partidos políticos com as bases populares que mobilizam deu-se primeiro, como o próprio PAIGC, que é um movimento revolucionário de massas na sua origem. Mas a transição de sistema de partido único para a liberalização económica e depois para a abertura política. Não estou a dizer que estas aberturas não deviam ter acontecido, mas não são motivos para um partido dessa dimensão esvaziar do seu espaço o pensamento comprometido com a transformação dessas massas populares. O que aconteceu foi o aburguesamento das lideranças desses partidos políticos que repeliu a sua relação com as massas populares e essa desconexão começou a gerar desconfianças desse próprio povo que alimentou o surgimento do PAIGC com esta estrutura. Esta dinâmica se alastrou para todos os outros partidos criados com a abertura democrática: Em vez de o partido ser uma instituição ao serviço da população, o partido passou a transformar-se em entidades que se servem do erário público produzido pela população e pela massa popular.

Amílcar Cabral defendia a educação política dos jovens. Acreditava que o futuro da África dependia da formação das novas gerações conscientes e preparadas, Muitos jovens foram educados pela visão de auto-determinação e igualdade. O que é que aconteceu a estes jovens? Onde é que estão estes jovens hoje? E o que é que fizeram pelo país?

Há duas questões aqui: Quando o PAIGC e o resto dos outros partidos políticos se transformaram em espécies de castas para incorporar interesses pessoais e não interesses colectivos, quadros até formados por esses partidos, na linha progressista de servir para a transformação da realidade, para o benefício de todos. Quadros que não se inscreveram na lógica de instrumentalização do partido para agendas particulares tinham duas possibilidades ou continuar e acomodar-se na destruição da base ideológica fundadora do PAIGC, por um lado, dos outros partidos que queriam ser alternativas ou então vão fora do partido político. O que acontece? Por um lado, há uma fuga de quadros, aqueles que recusaram acomodar se no sistema para não ser cúmplice da destruição do nosso país, na Guiné-Bissau, também em Cabo Verde encontrou outros refúgios fora dos nossos países.

Mas há aqueles outros que se acomodaram nos espaços das ONGs ou arranjaram outra forma de sobrevivência, mais uma vez, para não fazerem parte do sistema a destruir o país. Só que nenhuma dessas opções funciona como alternativa a esses lugares de mobilização política. O que nós devemos começar a pensar em fazer é criar alternativas de todas as dimensões, tanto no espaço político quanto no espaço social e de mobilização cultural. Três dimensões fundamentais para construção de qualquer sociedade no mundo, disputarmos esses espaços, afirmarmos nos nesses espaços com novas agendas viradas para o progresso. O progresso nada mais é do que trabalhar colectivamente, consentir sacrifícios que são indispensáveis consentir para a melhoria das nossas vidas. Porque a luta de libertação, o legado de Amílcar Cabral e dos seus companheiros, se continuar só no domínio teórico e não for concretizado no domínio da transformação da vida das populações, não serve para nada que não seja teoria e que não encontra a prática que transforme a realidade das nossas mobilizações.

Este legado de Amílcar Cabral foi esquecido pelos nossos representantes?

Foi. Primeiro porque o pensamento de Amílcar Cabral é sólido e é um pensamento que não dialoga bem com demagogia, que não dialoga bem com traição, que não dialoga bem com corrupção, que não dialoga bem como mentir ao povo. É um legado assentado em princípios éticos, morais e de compromisso patriótico que as actuais lideranças políticas não têm na sua gramática política. Por isso, não estão interessados em conhecer Amílcar Cabral.

Amílcar Cabral e o seu pensamento inquietam. Amílcar Cabral e o seu pensamento fazem-nos perguntar onde estamos e por onde vamos caminhando. Lideranças políticas interessadas em construir castas, em consolidar burguesias para a captura do erário público, para interesses localizados e não colectivos, nunca estarão interessados na afirmação e consolidação do pensamento cabralista nas nossas sociedades. Por isso é que esse pensamento é repelido através de decretos e através de despachos que pretendem apagar do espaço público. Mas isso é impossível porque, mesmo que existam mais do que esses decretos, o pensamento de Cabral que já se consolidou 50 anos na academia, na cultura, nos movimentos sociais e mesmo nesses partidos políticos, apesar de uma lógica instrumentalizada e demagoga.

Amílcar Cabral tornou-se um símbolo de luta contra o colonialismo e a opressão. Nos últimos 50 anos surgiram líderes que foram ou são vistos hoje como mentores ou guias pelos mais jovens?

Não têm surgido muitos. Há líderes que nós podemos reconhecer que tenham feito esforço em Cabo Verde e também para a África. Nós devemos reconhecer a força, a resistência e a longevidade do compromisso patriótico do comandante Pedro Pires é um exemplo. Apesar de todas as dificuldades com que se confrontou no contexto em que foi primeiro-ministro de Cabo Verde e Presidente da República, manteve o vínculo com os valores da luta de construir o bem-estar dos nossos povos. Ensinou-nos a pensar na nossa unidade, que é um legado histórico, mesmo que essa unidade não exista numa dimensão binacional.

No caso da Guiné-Bissau, nós tivemos Presidentes da República, como o Luís Cabral, que herdou uma linha, se esforçou a afirmar nos primeiros anos da independência. Depois houve três Presidentes da República, a quais eu tenho muito respeito na Guiné-Bissau.

Malam Bacai Sanhá pelo seu carácter. Em tempos em que tipos de liderança que tivemos na altura não só se divorciaram destes princípios éticos e morais, mas se desafiaram com o próprio povo. Se nós olharmos para todos os Presidentes da República na Guiné-Bissau, podemos olhar para esta figura de Malam Bacai Sanhá como aquele que não teve muito tempo na Presidência, mas que nos ensinou a construir paz, estabilidade, mesmo que seja a fogo e ferro. Temos  o Serifo Nhamadjo e o Henrique Rosa, que mesmo no caso do Serifo Nhamadjo, tendo sido Presidente num contexto de golpe de Estado e tenha havido muitas interpretações dessa altura. A forma como foi Presidente da República.  Estamos a falar de um Presidente que chegou à Presidência da República através de um golpe de Estado, mas que teve um desempenho ético e moral de larga dimensão, melhor que a situação actual. São exemplos que não são perfeitos, exemplos criticáveis, mas exemplos aos quais nós podemos olhar para fazer melhor, sobretudo melhor, no sentido que eles não conseguiram, no sentido de recuperar o pensamento cabralista enquanto base ideológica para olhar para a realidade, compreender a realidade e transformar a realidade para o nosso bem-estar.ANG/RFI

 


Centenário  de  Cabral
/ PR destaca contribuições de Cabral para desenvolvimento das Ciências Sociais

Bissau, 12 set 24 (ANG)O Presidente da República enalteceu hoje as contribuições  de Amílcar Lopes Cabral para o desenvolvimento das Ciências Sociais.

Estas contribuições, segundo Umaro Sissoco Embaló  permitiram que Amílcar Cabral seja reconhecido pelas instituções académicas e organizações internacionais, nomeadamente a Universidade de Syracuse, de Nova Iorque, em Fevereiro de 1970, e a Academia de Ciências da antiga União Soviética ,em Julho de 1972.

O chefe de Estado discursava no acto central das comemorações do centenário de Amílcar Cabral, decorrido na Fortaleza da Amura em Bissau.

Acrescentou  que Cabral foi em 1972, convidado pela UNESCO(Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) para numa reunião de peritos, desenvolver o tema :  O papel da cultura na luta pela independência.”

Umaro Sissoco Embaló considerou ainda Cabral como um homem de pensamento, com uma personalidade universal.

Disse que recordar Amílcar Cabral significa evocar a mais importante figura da história política da Guiné-Bissau. 

“ Amílcar Cabral cresceu e afirmou-se como  homem politico, cujas dimensões de líder do Movimento de Libertação Nacional,  do estratega militar e do teórico revolucionário, contribuiram para a sua reconhecida projeção internacional”, destacou.

De acordo com Umaro Sissoco Embaló Amílcar Cabral definia-se a si próprio como  “um simples africano que quis saldar a sua dívida para com o seu povo, e viver a sua época”.

O  chefe de Estado guineense sublinhou que poucos dias antes da sua morte, Amílcar Cabral anunciou,  na sua mensagem de Ano Novo, em Janeiro de 1973,  a transformação política mais importante da nossa história.

“Vamos, no decurso deste ano,  e tão cedo quanto seja possivel, reunir a Assembleia Nacional Popular na Guiné, para que ela  cumpra a primeira missão histórica que lhe compete: a proclamação da existência do nosso Estado, a criação de um Executivo para esse Estado e a promulgação  de uma Lei Fundamental – a primeira Constituição da nossa história - a qual será a base da existência ativa da nossa nação africana”, referiu citando  as palavras proferidas por  Amílcar Cbarla.

Disse que os grandes sucessos que foram alcançados em todas as frentes no campo militar e na diplomacia, na ação política e na construção institucional do Estado garantiram a plena concretização da agenda estratégica que Amílcar Cabral tinha definido para  1973.

A conquista da independência pelos povos da Guiné-Bissau e de Cabo Verde, diz o PR,  ficará para sempre associada ao seu nome.

Amílcar Cabral não viveu muitos anos. Morreu na Republica irmã da Guiné, assassinado em Conacri, na noite de 20 de Janeiro de 1973. Tinha 48 anos de idade. 

Umaro Sissoco Embaló disse que, na qualidade de Presidente da República da Guiné-Bissau, é com muito prazer que, hoje,  dia 12 de Setembro de 2024, deu início às comemorações do centenário de nascimento de Amílcar  Cabral, que a primeira Assembleia Nacional Popular, reunida nas Colinas do Boé,  a 24 de setembro de 1973,  atribuiu o título de Fundador da nossa Nacionalidade.

Amílcar Cabral tinha 36 anos de idade em 1960, quando decidiu interromper a sua carreira profissional,  para se entregar inteiramente à luta de libertação nacional para a independência da Guiné e de Cabo Verde.

Conhecendo essa decisão de Amílcar Cabral, de deixar a sua profissão de Engenheiro Agrónomo, um seu antigo professor, comentou : “a Agronomia  ficou mais pobre, mas o mundo ficou muito mais rico.” 

Amílcar Cabral  instalou-se, a partir de 6 de Maio de 1960 em Conacri, capital da vizinha República da Guiné, independente desde 1958, seria, com o apoio do Presidente Sekou Touré, a retaguarda segura que o PAIGC teve, durante quase 14 anos.

O aquartalamento da Amura abriu as suas portas e recebeu a população de Bissau para o centenário de Amílcar Cabral cujas ecelebrações vão prolongar até ao próximo mês de Novembro.

Presentes na cerimónia estiveram a segunda Vice-Presidente da Assembleia Nacional Popular,Adja Satú Caamará, Primeiro-ministro,Rui Duarte Barros Vice-Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Lima André António, Presidente do Tribunal de Contas, membros do Corpo Diplomático e Representantes dos organismos internacionais  e o  Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas, General Biague Na Ntan. ANG/LPG//SG



Centenário de Cabral
/ Cineastas guineenses apresentam  documentário sobre Amílcar Cabral e processo de luta pela Independência da Guiné e Cabo Verde

Bissau, 12 Set 24 (ANG) – Os cineastas Flora Gomes, Sana Na N´hada e Suleimane Biai vão apresentar hoje as 19 horas, no Centro Cultural Franco Bissau guineense um documentário de 46 minutos sobre como Amílcar Lopes Cabral preparou e liderou a luta pela independência,intitulado “ Sou um Simples Africano”.

A iniciativa se realiza no quadro das celebrações do  centenário do nascimento daquele que é considerado pai da independencia da Guiné e Cabo Verde.

Segundo um spot publicitário fixado no Centro Cultural Francês em Bissau, a apresentação deste  primeiro documentário de Flora Gomes Sana Na N´hada e Suleimane Biai alusivo as celebrações dos centenário de Amílcar Cabral, que se assinala hoje (12) será seguida com djumbai dos cineastas com o publico.

“Ha mais de 50 naos, o líder da libertação africano Amílcar Cabral confiou a um grupo de quadro jovens cineastas guineenses a tarefa de documentar a guerra de independencia do país da africa ocidental. Mas antes de poderem terminar o filme, Cabral foi assassinado”, lê-se no cartaz alusivo ao evento.

Flora Gomes, Sana Na Nhada e Suleimane Biai faziam parte do grupo original de  jovens quadros escolhidos por Amílcar Cabral para  formação em Cuba visando a relização de  documentário sobre  a luta pela independencia e o custo da ocupação.

Simpose,título do filme a ser apresentado, combina documentário e ficção para contar a história do revolucionário da África Ocidental, Amílcar Cabral e como preparou e liderou a luta pela independencia da Guiné-Bissau e Cabo Verde.

ANG/LPG//SG

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

Tráfico de Droga/ Governo diz que apreensão do avião traduz   sua determinaçãode travar combate sério contra trafico de drogas  no país

Bissau, 11 Set 24 (ANG) – O  Governo  disse hoje, em comunicado do Conselho de Ministros, que a apreensão da aeronave no aeroporto internacional Osvaldo Vieira demonstra a sua determinação de travar um “combate sério” contra o tráfico de drogas e de estupefacientes em toda extensão do territorio nacional.

Por via desse comunicado à que a ANG teve acesso hoje, produzido no final da sessão extraordinária dos plenário governamental,que decorreu  sob presidência do Chefe de Estado guineense,o Executivo felicitou  e encorajou as autoridades, nomeadamente a Guarda Nacional, a Polícia de Intervenção Rápida, a Polícia Judiciária e os Serviços de Informações e Segurança, pelo seu envolvimento direto na operação de apreensão da aeronave, no aeroporto internacional de Bissau, com 2.633, 1 kg de drogas tipo cocaína.

Ao abrir a sessão, o Chefe de Estado anunciou ao Plenário Governamental os resultados “bastante proficuos” do seu recente périplo à República Popular da China, no Fórum China-África, à República Socialista do Vietnam e aos Emiratos Árabes Unidos, em visita de Estado.

Congratulado com os resultados obtidos com esses países, no âmbito da cooperação bilateral, o Conselho de Ministros deliberou que os Passaportes Oficiais, emitidos pelas autoridades da República Popular da China, da República Socialista do Vietnam e dos Emiratos Árabes Unidos, sejam isentos de visto para a entrada no território da Guiné-Bissau,

Em relação as comemorações do Centenário de Amilcar Cabral, a Presidente da Comissão Interministerial instituída pelo Governo, considerou estarem reunidas todas as condições para o ato central que terá lugar, amanhã, dia 12 de Setembro, data de nascimento de Amilcar Cabral, Fundador da Nacionalidade Guineense, nas instalações da Fortaleza de Amura, em Bissau.

Em decorrência, o Conselho de Ministros deliberou conceder tolerância de ponto, amanhã, 12 de setembro, dia do Centenário de Amilcar Cabral, permitindo assim a participação dos funcionários públicos e a população em geral nesse grande evento.

O Conselho de Ministros ouviu do Ministro do Comércio e Indústria uma breve exposição sobre o quadro atual da campanha de exportação da castanha de cajú e  o stock de bens da primeira necessidade.

O Ministro dos Transportes, Telecomunicações e Economia Digital anunciou a chegada ao país, para breve, de um navio e vários autocarros, no âmbito das comemorações do Centenário de Amilcar Cabral.

A Ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social, apresentou a estratégia para a mitigação de riscos que decorrem das intempéries nesta época de chuvas intensas e com muitas habitações danificadas, em vários cantos do país.

O Conselho de Ministros iniciou os trabalhos com a observância de um minuto de silêncio e de recolhimento, em memória do Senhor Filomeno Lobo de Pina, ex-membro do Governo que faleceu em Bissau, vítima de doença prolongada.

ANG/LPG//SG

Política/Presidente da República anuncia que não se recandidata  para  segundo mandato

Bissau,11 Set 24(ANG) – O Presidente da República anunciou hoje que não vai se recandidatar  ao segundo mandato , alegando que não é do nível e qualidade dos atuais políticos guineenses.

“Há dias estava a falar com a minha mulher no avião e ela disse-me que não vou fazer o segundo mandato e perguntei-lhe dos motivos  respondeu-me que não mereço todas as situações que estão a ser fabricadas contra a minha pessoa. Ontem, terça-feira, confirmei-lhe de que não ia candidatar para o meu segundo mandato”, revelou Umaro Sissoco Embaló, em declarações à imprensa, à saída da reunião do Conselho de Ministros.

O Presidente da República disse que  esta sua posição é oficial.

Umaro Sissoco Embaló disse entretanto que  não será substituído na cadeira presidencial, nem por Domingos Simões Pereira, nem por Braima Camará ou Nuno Gomes Nabiam, mas sim, por uma outra pessoa.

“Digo isso, porque a Guiné-Bissau merece ser dirigida por pessoas melhor preparadas de que nós os atuais dirigentes políticos”, sublinhou.

Abordado sobre a situação da aeronave apreendida com cerca de três toneladas de drogas, no passado dia 07 do corrente mês, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira de Bissau, o Presidente da República respondeu que gostava que a imprensa lhe perguntasse sobre a sua recente visita à China, Vietnam e Emirados Árabes Unidos.

“Isso para mim é o mais importante do que estes teatros de apreensão de drogas”, sublinhou.

O Presidente da República disse contudo que não vai responder à nenhuma acusação de ser  traficante de drogas, tanto de Nuno Nabiam, Braima Camará ou de Domingos Simões Pereira.

Após a apreensão de um jato com drogas no aeroporto internacional de Bissau,na semana passada, organizações  da socieade civil e partidos políticos  criticaram o atual regime e alguns solicitaram investigações para  responsabilização criminal dos implicados.

As eleições presidenciais anda não não têm data de realização mas as  legislativaas  já foram marcadas para 24 de Novembro deste ano.

Umaro Sissoco Embaló foi investido no cargo de Presidente da República a 27 de Fevereiro de 2020, após uma renhida segunda volta das eleições presidenciais disputada com Domingos Simões Pereira, candidato apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
ANG/ÂC//SG