Papa volta a
nomear bispos chineses, 67 anos depois
Bissau, 01 out 18 (ANG) - O Papa Francisco
admite que o acordo assinado recentemente com a China sobre a nomeação dos
bispos pode gerar incompreensão junto dos fiéis chineses.
O chefe dos católicos lançou um apelo à
reconciliação aos católicos chineses. "Convido-os a serem os artífices
da reconciliação", afirmou o Papa Francisco numa mensagem onde
admite que o acordo rubricado com a China pode significar que alguns tenham "a sensação de que foram
abandonados pela Santa Sé".
O sumo pontífice no avião que o trouxe de
volta a Roma após a viagem aos países bálticos na semana passada admitiu que as
concessões feitas através da assinatura deste protocolo pode ser fonte de
sofrimento.
"Roguemos pelos sofrimentos de
alguns que não compreendem ou que têm atrás deles tantos anos de clandestinidade",
afirmou o chefe dos católicos.
Seriam 12 milhões os católicos na China:
desde há 67 anos e a ruptura entre o Vaticano e a China existe uma igreja
"subterrânea", que só reconhece a autoridade do Papa e uma igreja "oficial", autorizada por Pequim que nomeia os
eclesiásticos.
O acordo agora assinado atribui, de novo ao
Papa o poder de nomear os bispos na China, após consulta prévia das autoridades
de Pequim.
Assim sendo o Papa reconheceu sete bispos
chineses, nomeados por Pequim sem o seu aval, e ainda um oitavo a título
póstumo.
Fica ainda por delinear a questão de
Taiwan, tida como uma ilha rebelde por Pequim.
O Vaticano é um dos últimos 17 Estados do
mundo a reconhecer o regime de Taipé, Pequim exigindo que os seus aliados
cessem relações com a antiga Formosa.
A China considera Taiwan como parte
integrante do seu território que poderia retomar pela força, se necessário.
O Padre Luís Sequeira, em Macau, alega, por
isso, que este acordo, que não satisfaz todas as partes, é apenas um primeiro
passo na aproximação entre o Vaticano e a China. ANG/RFI
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