segunda-feira, 20 de abril de 2020


     Covid-19/ Liga dos Direitos Humanos alerta sobre fome na Guiné-Bissau

Bissau,20 Abr.20(ANG) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) alertou este fim de semana que existem casos de fome e subnutrição em várias regiões do país e pediu às autoridades e aos parceiros internacionais para adotarem um plano conjunto de contingência.

"A LGDH lança um vibrante apelo às autoridades nacionais e aos parceiros internacionais no sentido de convergirem as sinergias com vista à adoção urgente de um plano de contingência contra a fome na Guiné-Bissau e o seu consequente e imediato financiamento", pede a organização, em comunicado divulgado à imprensa.

A Liga refere que as suas unidades locais de alerta registaram 650 famílias em "situação de insegurança alimentar grave em várias regiões do país".
"As regiões de Oio, Quinará, Tombali e Bafatá e alguns bairros periféricos de Bissau, havendo casos de famílias inteiras a passar vários dias sem comer", salienta a Liga.
Segundo a organização, as principais causas da insegurança alimentar estão relacionadas com o "impacto direto das medidas de prevenção da covid-19 no mundo e na Guiné-Bissau, em particular, afetando sobremaneira a campanha de caju, base da economia nacional".
A Guiné-Bissau tem 1,8 milhões de habitantes. Cerca de 80% da população do país depende direta ou indiretamente da comercialização e exportação da castanha de caju, que está parada por falta de compradores no terreno.

"Esta triste realidade com que a população guineense se depara, sobretudo nas zonas rurais, tende a agravar-se nos próximos tempos, caso não foram adotadas, com caráter de urgência, as medidas de mitigação dos efeitos da covid-19 na economia, tais como a concessão de apoio às famílias mais vulneráveis do país", sublinha.

A Guiné-Bissau registou até hoje 50 contaminações pela covid-19, três das quais já foram dadas como curadas.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 164 mil mortos e infetou mais de 2,3 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 525 mil doentes foram considerados curados.ANG/Lusa


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