Covid-19/IATA agrava previsão de perdas para
seis mil milhões na aviação em África
Bissau, 29 abr 20 (ANG) - A Associação
Internacional do Transporte Aéreo (IATA) reviu em alta a previsão de perdas
para as companhias africanas, estimando agora uma quebra de seis mil milhões de
dólares e a perda de metade dos empregos devido à pandemia.
"As companhias da região africana podem perder seis mil
milhões de dólares em receitas de passageiros, quando comparado com 2019, o que
é mais 2 mil milhões de dólares do que o estimado no início do mês", diz a
associação que representa os transportadores aéreos.
"As perdas de empregos na aviação e nas indústrias
relacionadas pode crescer para 3,1 milhões de dólares, o que é metade dos 6,2
milhões de empregos que existem na região neste sector, sendo que a estimativa
anterior era de 2 milhões de empregos", acrescenta-se na nota divulgada em
Amã, a capital da Jordânia.
Entre as estimativas da associação do sector para esta indústria
que está a ser fortemente afectada pelas restrições à movimentação de pessoas e
bens no âmbito do combate à propagação da pandemia da Covid-19, a IATA salienta
ainda a queda de 51% do tráfego aéreo, que aprofunda a previsão inicia de uma
queda de 32% nas viagens, o que no conjunto, faz com que o contributo da
aviação para o PIB da região caia de 56 mil milhões de dólares para 28 mil
milhões de dólares, quando a previsão anterior era de 17,8 mil milhões de
dólares.
"Estas estimativas são baseadas num cenário de restrições
severas às viagens durante três meses, com um levantamento gradual das
restrições nos mercados internos, seguidos de [uma acção semelhante a nível]
regional e intercontinental", explica a IATA.
Entre os países mais afectados estão a África do Sul, seguida da
Nigéria, Etiópia e Quénia, numa lista onde aparecem também os lusófonos
Moçambique, que deverá enfrentar uma redução de 1,4 milhões de passageiros, que
resulta numa perda de 130 milhões de dólares em receita, que coloca 126 mil
empregos em risco e uma contribuição de 200 milhões de dólares para a economia
moçambicana.
Em Cabo Verde, um dos países onde o turismo mais tem influência
na economia, a IATA estima que haja uma redução de 2,2 milhões de passageiros,
que vão originar uma perda de 200 milhões de dólares em receita, 46.700
empregos e 480 milhões de dólares de contribuição para o PIB do arquipélago.
Perante este cenário, a IATA defende um conjunto de medidas,
entre as quais se incluem o apoio financeiro directo ao sector, a atribuição de
empréstimos e garantias do Estado e apoio ao mercado de títulos de dívida
corporativa, bem como um alívio fiscal.
"As companhias aéreas em África estão a lutar pela
sobrevivência", resumiu o vice-presidente da IATA com o pelouro da África
e Médio Oriente, Muhammad Al Bakri, acrescentando que "várias companhias
aéreas colocaram o pessoal em licença sem vencimento ou anunciaram já a
intenção de cortar empregos, e outras vão seguir-se se um alívio financeiro
urgente não for concedido".
O número de mortes provocadas pela Covid-19 em África subiu para
1.521 nas últimas horas, com quase 35 mil casos da doença registados em 52
países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia no continente.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da
União Africana (África CDC), nas últimas 24 horas o número de mortos subiu de
1.467 para 1.521, enquanto as infecções aumentaram de 33.273 para 34.915.
O número total de doentes recuperados subiu de 10.091 para
11.309.ANG/Angop
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