Covid-19/Médico Nboma Sanca aconselha cumprimento das medidas de prevenção para evitar o contágio
Bissau, 08 Abr 20 (ANG) – O
Médico, Nboma Sanca, dos Cuidados Intensivos do Hospital Nacional Simão Mendes afirmou
esta terça-feira que, tendo em conta as debilidades do sistema de saúde
nacional , a arma mais eficaz para os guineenses combaterem o Coronavírus é
acatar com rigor as medidas de prevenção.
Sanca, em entrevista
exclusiva à ANG, afirmou que a população deve trabalhar afincadamente porque as
medidas preventivas além de serem mais fáceis de cumprir e “conseguem livrar-nos
de problemas maiores”.
“Ou seja, não podemos ficar
a duvidar ou a espera de ver os doentes onde estão, o problema é que o Covid-19
é real e está a ceifar vidas de milhares de pessoas no mundo, por isso, temos que
trabalhar com a prevenção na Guiné-Bissau, vai nos dar mais vantagens em relação
pandemia”, aconselhou.
Nboma Sanca disse que, com
todas as carências do país, se o vírus começar a comportar como em outros
países do mundo não vamos poder controlar a doença.
Frisou que hoje os guineenses
podem gozar da sorte de o facto de que, desde o inicio da doença em Dezembro do
ano passado, levou muito tempo a atingir o país, sendo o primeiro caso da doença detectado no passado
dia 25 de Março.
“Esses primeiros casos são
importados, mas agora está-se a verificar os casos de transmissões locais ou
seja aqui dentro do país e as pessoas já estão a se infectarem mutuamente”,
explicou o médico.
Informou que vai chegar a altura
em que o país pode começar a ter casos
de transmissão comunitária, o que considera de nível elevado de qualquer
transmissão infecciosa.
“Ou seja, quando no meio da
comunidade o vírus começa a passar de pessoa à pessoa, aí a situação descamba e
as próprias estruturas sanitárias não conseguem dar uma resposta”, explicou.
Afirmou que deve-se evitar
tudo isso e cumprir as recomendações das autoridades ou seja distanciamento
social, ficar em casa para poder cortar a cadeia de transmissões.
Nboma Sanca disse que, o que se quer
é diminuir drasticamente o número das pessoas que ficarão contaminadas
com o próprio coronavírus e que depois vão ser infectados.
Declarou que a contaminação e
a infecção não são a mesma coisa como muitos pensam, acrescentando que, neste
momento todos correm o risco de serem contaminados por este vírus e uma vez que
os testes confirmaram positivo a pessoa já deixa de ser contaminada para passar
a ser infectada.
Explicando as recomendações
da Organização Mundial de Saúde (OMS), o médico lembrou que todos os Estados
devem trabalhar no sentido de reduzir não só o número de contaminados, bem como
dos infectados, salientando que o continente africano ainda está na madrugada
da contaminação do vírus e não se sabe quando é que isso vai atingir a sua fase
mais complicada.
“Por isso, as pessoas são
exortados a cumprirem as medidas de prevenção, mas isso não pode acontecer com
esse tipo de comportamento principalmente no Mercado de Bandim, onde as pessoas
aglomeram de uma forma anormal só porque o mercado abre das 07 às 11 horas da
manhã, o que, na minha opinião, não justifica aquele elevado risco de as
pessoas ficarem contaminadas com facilidade”,lamentou.
Sanca disse duvidar dos efeitos
do Estado de Emergência decretada pelo Presidente da República uma vez que, o
que se verifica no terreno não tem nada a ver.
Segundo ele, por exemplo no
Mercado de Bandim, o que devia fazer é criar um cordão policial a volta do
mercado, isso permitiria controlar as pessoas que vão fazer compras entrando
num grupo de dois ou três pessoas evitando aglomerações .ANG/MSC/ÂC//SG
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