Covid-19/ ONU apoia projeto para
verificacão de “fake news” sobre a doença na Guiné-Bissau
Bissau,16 Abr 20(ANG) - As Nações Unidas anunciaram quarta-feira apoio a um projeto
para verificar factos e tentar impedir a disseminação na Guiné-Bissau de
notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavírus.
Escritório da ONU em Bissau |
"Durante esta pandemia da covid-19, a rápida disseminação
de notícias falsas e de desinformação pode colocar muitas vidas em risco.
Muitos artigos e notícias, desde a origem do vírus até à prevenção e cura não
comprovadas são publicadas nas diversas páginas sociais e em outras plataformas
on-line sem evidências", refere a ONU na Guiné-Bissau, numa mensagem na
rede social Facebook.
Por causa disso, as Nações Unidas na Guiné-Bissau decidiram
apoiar o "desenvolvimento de um ‘site’ de verificação de factos que ajude
os cidadãos da Guiné-Bissau a estarem informados com informações
credíveis".
A plataforma pode ser consultada em www.nobaschecker.org e
na rede social Facebook e tem o apoio do Fundo da ONU para o Desenvolvimento,
do Escritório Integrado da ONU para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau e do
Fundo de Consolidação da Paz.
"Ao criar uma ampla comunidade de verificadores de factos
envolvendo jornalistas, médicos, economistas da Guiné-Bissau e de todo o mundo,
a plataforma visa combater a desinformação e desmascarar notícias falsas em
torno da pandemia, fornecendo factos e notícias verificadas
cientificamente", salienta a ONU.
Em declarações à Lusa no final de março, o bastonário da Ordem
dos Jornalistas da Guiné-Bissau, António Nhaga, disse estar "bastante
preocupado" com o que considerou o "canibalismo" das notícias
falsas no país, que estavam a levar as pessoas a não acreditar na informação
verdadeira que circula.
"Estou bastante preocupado, porque na Guiné-Bissau as `fake
news’ intensificaram-se de tal maneira que já não se acredita na imprensa
tradicional", lamentou à Lusa António Nhaga, referindo-se às falsas
notícias que circulam nas redes sociais guineenses sobre a pandemia do novo
coronavírus.
A Guiné-Bissau tem confirmados 46 casos de covid-19.
No âmbito do combate ao novo coronavírus, as autoridades
guineenses declararam o estado de emergência, que foi renovado no sábado até 26
de abril, bem como o encerramento das fronteiras aéreas, terrestres e marítimas
na Guiné-Bissau, medidas acompanhadas de uma série de outras restrições à
semelhança do que está a acontecer em vários países do mundo.
Uma das restrições só permite que as pessoas circulem entre
07:00 e as 11:00 locais.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África é de 874
com mais de 16 mil casos registados em 52 países, de acordo com a mais recente
atualização dos dados da pandemia naquele continente.
A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou quase 127 mil
mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por
todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma
situação de pandemia.ANG/Lusa
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