terça-feira, 14 de abril de 2020


   Covid-19/ LGDH regista mais de 100 queixas contra forças de segurança

Bissau,14 Abr 20(ANG) - A Liga Guineense dos Direitos Humanos registou mais de 100 queixas contra atuação das forças de segurança no âmbito das medidas de prevenção contra o novo coronavírus.

"Desde que foi decretado o estado de emergência na Guiné-Bissau, a 27 de março, até à presente data, a Liga Guineense dos Direitos Humanos registou mais de 100 casos de denúncias de espancamentos, cobranças ilícitas e violações graves dos direitos humanos perpetrados pelas forças de segurança, sem que tenham sido responsabilizadas", refere, em comunicado a que a Lusa teve segunda-feira acesso, a organização guineense.

No comunicado, divulgado na  Facebook, a Liga Guineense dos Direitos Humanos condena aqueles atos e exige ao Ministério do Interior a "abertura de inquéritos céleres e transparentes, tendentes à responsabilização disciplinar e criminal de todos os seus agentes, que se têm aproveitado do estado de emergência para lançar medo e terror junto da população".

O caso mais recente, segundo a organização guineense, ocorreu em São Domingos, no norte do país, quando as forças de segurança obrigaram uma família, que estava debaixo de uma árvore, na sua propriedade, a abandonarem o local.

O ato que provocou discussões entre os membros da família e a polícia a disparar uma arma de fogo,   culminou com violência física , havendo o registo de dois feridos.

A Liga Guineense dos Direitos Humanos refere que as vítimas foram obrigadas a pagar uma multa correspondente a  15 euros, "para além de terem sido ameaçadas com um novo espancamento se denunciassem o ocorrido".

"A esquadra da polícia de São Domingos, na pessoa do seu comissário, tem sido referenciado em atos de cobranças ilegais e intimidações sistemáticas dos cidadãos", acrescenta a organização.

No âmbito do combate ao novo coronavírus, as autoridades guineenses declararam o estado de emergência, que foi renovado sábado até 26 de abril, bem como o encerramento das fronteiras aéreas, terrestres e marítimas na Guiné-Bissau, medidas que foram acompanhadas de uma série de outras restrições à semelhança do que está a acontecer em vários países do mundo.

Uma das restrições só permite que as pessoas circulem entre 07:00 e as 11:00 locais.

Dados divulgados sábado pelas autoridades sanitárias guineenses, apontam que na Guiné-Bissau o número de pessoas infetadas com o novo coronavírus é de 39.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 112 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Dos casos de infeção, quase 375 mil são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com mais de 932 mil infetados e 77 mil mortos, é o que regista o maior número de casos, e a Itália é o segundo país do mundo com mais vítimas mortais, contando 19.899 óbitos e mais de 156 mil casos confirmados.

No continente africano, o número de mortes provocadas pela covid-19 subiu hoje para 788 e há mais de 14 mil casos registados em 52 país.ANG/Lusa


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