Política /Sissoco Embaló disse que nomeou Nuno Nabiam com base
na Constituição
Bissau,24 Abr.20(ANG) - O presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco
Embaló, afirmou quinta-feira que nomeou o Governo de Nuno Nabian com base na
Constituição da Guiné-Bissau e através de um decreto presidencial.
"O Governo que nomeei foi com base
na Constituição da República, através de um decreto presidencial, mas, para
mim, teremos tempo para sentar com todos os atores políticos", afirmou
Sissoco Embaló, quando questionado sobre o pedido da Comunidade Económica dos
Estados da África Ocidental (CEDEAO) de nomear um novo Governo com base na
Constituição até 22 de Maio.
Num comunicado quinta-feira divulgado por
alguns órgãos de comunicação social internacional e nas redes sociais, em
nome da Comissão ministerial da CEDEAO refere-se que os chefes de Estados e de
Governo da CEDEAO, numa reunião, cuja data e local não foram indicadas, decidiram reconhecer Umaro Sissoco Embaló como vencedor da segunda
volta das presidenciais da Guiné-Bissau .
O
mesmo comunicado da comissão interminesterial da CEDEAO refere que os chefes de
Estados e de Governo da CEDEAO pediram ao Umaro Sissoco Embaló que nomeasse um
novo primeiro-ministro e novo governo, com base nos resultados das eleições
legislativas de Março de 2019, ganhas pelo PAIGC.
"Só há uma coisa que não vou
negociar, os valores do Estado da Guiné-Bissau", afirmou Umaro Sissoco
Embaló, que falava à imprensa na Presidência da República, depois de ter
participado na reunião virtual dos chefes de Estado e de Governo da CEDEAO.
Umaro Sissoco Embaló salientou também
que a Guiné-Bissau faz parte das organizações internacionais, mas que é preciso
não esquecer que "quem tem competência para dizer quem venceu as eleições
é a CNE (Comissão Nacional de Eleições) e não a CEDEAO".
"A CEDEAO fez o seu papel enquanto
comunidade oeste africana", disse o general guineense, salientando que a
sua vitória eleitoral nunca esteve em causa.
"Mesmo Domingos Simões Pereira
nunca disse que ganhou as eleições em todas as suas declarações. E a primeira
pessoa que me felicitou foi o cidadão Domingos Simões Pereira, mas há jogos
políticos que eu respeito. É por isso que nunca o ataquei. A democracia tem
jogos políticos", frisou.
Umaro Sissoco Embaló referiu que passou
a ser Presidente da República no dia em que a CNE disse que ganhou a segunda
volta das presidenciais, realizadas em 29 de Dezembro.
Questionado sobre se vai convocar os
partidos políticos com assento parlamentar para formar um novo Governo até 22
de Maio, Umaro Sissoco Embaló respondeu que os conselhos não são demais e que
tem "muitos conselheiros".
"Se virem bem desde que tomei posse
não houve nenhuma condenação à figura do Presidente da República por parte de
nenhum partido na Guiné-Bissau, nem da parte do cidadão comum, nem lá fora por
parte de alguma organização internacional. Quero dizer que estou disponível
para me sentar com toda a gente. Eu sou árbitro não estou a fazer política, não
sou partido político. Os partidos têm que se entender entre eles",
acrescentou.
Umaro Sissoco Embaló reafirmou também
que não vai permitir bloqueios institucionais na Guiné-Bissau, que não pode
falhar na quinta República.
Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor
das presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições, autoproclamou-se
Presidente do país em Fevereiro, quando decorria no Supremo Tribunal de Justiça
um recurso de contencioso eleitoral apresentado pelo candidato Domingos Simões
Pereira.
Na sequência da sua tomada de posse,
demitiu Aristides Gomes do cargo de chefe do Governo, saído das legislativas de
10 de Março, e nomeou Nuno Nabian para o cargo de primeiro-ministro, bem como
um novo Governo, que acabou por assumir o poder com o apoio dos militares.
Os principais parceiros internacionais
da Guiné-Bissau apelaram a uma resolução da crise com base na lei e na
Constituição do país, sublinhando a importância de ser conhecida uma decisão do
Supremo Tribunal de Justiça sobre o recurso de contencioso eleitoral.
O Supremo Tribunal de Justiça remeteu
uma posição sobre o contencioso eleitoral para quando forem ultrapassadas as
circunstâncias que determinaram o estado de emergência no país, declarado no
âmbito do combate à pandemia provocada pelo novo coronavírus.ANG/Angop
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