Covid-19/China levanta restrições à circulação de pessoas em
Wuhan 76 dias depois
Bissau,08
Abr. 20(ANG) - As autoridades chinesas
levantaram terça-feira, 76 dias depois,
as restrições à circulação em Wuhan, permitindo à população voltar a entrar e
sair da cidade epicentro da pandemia da covid-19.
Segundo reporta a agência Associated Press, a
proibição, que tem servido de modelo a grande parte dos países afectados pelo
novo coronavírus, terminou às 00:00 locais de quarta-feira em Pequim (17:00 em
Lisboa), pondo cobro às medidas decretadas a 23 de Janeiro passado.
Imediatamente após o fim da proibição, os cerca de 11
milhões de residentes podem já viajar sem qualquer autorização especial de e
para Wuhan, tendo, no entanto, de seguir uma série de regras decretadas pelo
Governo chinês.
Todos os viajantes terão de utilizar obrigatoriamente
uma aplicação nos telemóveis que junta uma série de dados de localização e de
vigilância governamental que permitem demonstrar que estão saudáveis e que não
estiveram recentemente em contacto com alguém contaminado com o novo
coronavírus.
As restrições na cidade em que se registou a maioria
das 82 mil infecções detectadas na China, que causaram cerca de 3.300 mortos,
têm vindo a ser aligeiradas nas últimas semanas, à medida que o número de novos
casos tem descido.
Os últimos dados oficiais divulgados pelo Governo
indicam que não se registou qualquer caso nas últimas 24 horas.
Imediatamente após a meia-noite local, centenas de
passageiros preparavam-se para abandonar Wuhan, enchendo a estação ferroviária
da cidade, relata, por seu lado a a agência France-Presse.
Nas várias estações de Wuhan era perceptível uma
relativa efervescência, à medida que as centenas de passageiros lá chegavam e
aguardavam pelo comboio.
As forças de segurança chinesas, com megafones na mão,
lembravam aos viajantes as medidas de higiene e o distanciamento de um metro
entre as pessoas, enquanto dos altifalantes das diferentes estações
ferroviárias saíam com elogios a Wuhan, "cidade de heróis".
No entanto, Wuhan continua a ser uma cidade enlutada
pela pandemia na China, pois mais de 2.500 habitantes locais morreram, parte
significativa do total de vítimas mortais registadas a nível nacional.
O número de comboios e de aviões que partem de Wuhan
continua, para já, limitado, uma vez que estão ainda em vigor muitas das
restrições às deslocações dentro da cidade, medidas que visam evitar qualquer
ressurgimento das infecções.
Wuhan, na província de Hubei, é um importante centro
da indústria pesada chinesa, em particular na vertente automóvel, e, à medida
que as principais fábricas retomam a produção, os pequenos e médios empresários
que garantem a maioria do emprego, continuam a sofrer com a falta de
trabalhadores e de procura.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da
covid-19, já infectou mais de 1,3 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais
morreram mais de 75 mil.
Dos casos de infecção, cerca de 290 mil são
considerados curados.
Depois de surgir na China, em Dezembro de 2019, o
surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde
(OMS) a declarar uma situação de pandemia.ANG/Angop
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