sexta-feira, 19 de junho de 2020

         


Justiça/WANEP-GB defende revisão da legislação sobre droga no país

Bissau, 19 Jun (ANG) - A Rede Oeste Africana para Edificação de Paz na Guiné-Bissau (WANEP-GB)  defendeu esta sexta-feira a revisão das estratégias de comunicação e legislação sobe  droga por parte do governo.

A ideia foi defendida pela coordenadora nacional de WANEP-GB, Denise dos Santos Indeque numa comunicação à imprensa, feita por WANEP em colaboração com IDPC (internacional Drug Policy Consortium) no quadro de celebração do Dia Mundial de Luta Contra Droga, que decorre este ano sob o lema “Apoiar e Não Punir”.

Denise dos Santos disse que o objectivo principal da iniciativa é de incentivar o governo para rever as suas estratégias em matéria de droga, acrescentando que as metas específicas são as de analisar as práticas policiais e facilitar o exercício do poder discriminatório da política optando pelo encaminhamento das pessoas para os serviços de saúde e de redução de danos, em vez de as prender.

Acrescentou que têm ainda como objectivos específicos, reforçar a capacidade local da sociedade civil, das redes comunitárias e dos meios de comunicação social em matéria de política de droga e de descriminação, lançamento de uma avaliação nacional ou um estudo de viabilidade sobre descriminação, e trabalhar para alterar as leis, regulamentos e práticas existentes que impõem o tratamento ou detenção obrigatório em locais fechados.

A coordenadora de WANEP-GB mencionou igualmente como objectivo específico, a  sensibilização aos decidires políticos, aos líderes religiosos, responsáveis pela aplicação das leis e aos responsáveis da saúde pública,  juízes e advogados sobre a política da droga e  seus efeitos sobre a saúde.

Indeque explicou que  o consumo de droga globalizou-se nos anos 80 e 90 e inflitrou-se inicialmente nos mercados tradicionais dos Estados Unidos, de seguida para Europa

Disse que os  países da África Ocidental só serviam como países de trânsito das drogas.

“Na Guiné-Bissau, o Decreto-lei 2-B/1993 foi particularmente inovador na matéria de prevenção. Através deste Decreto o Estado deve ser atribuído as acções e medidas de prevenção do consumo de droga, de tratamento e reinserção dos toxicodependentes e de luta contra o tráfico de droga”, disse a coordenadora.

Sublinhou que, seria bom a implementação cabal do referido Decreto devido aos  riscos sociais, de saúde e de criminalidade no seio dos jovens guineenses relacionados com a droga, frisando que  são preocupações centrais da WANEP e da opinião pública.

“A comercialização e consumo de drogas aumentaram na Guiné-Bissau apesar de recursos consideráveis afectados para o seu controlo. Por isso, o papel dos responsáveis políticos deve  consistir em utilizar, de forma mais eficaz, esses recursos para alcançar os objectivos centrais da política em matéria de droga, ou seja, um elevado nível de protecção da saúde, de coesão social e de segurança pública dos guineenses”, disse.

Denise Indeque disse que o desenvolvimento de políticas e respostas eficazes em matéria de droga está a revelar-se difícil e que os decisores políticos enfrentam muitos desafios tais como o aparecimento de novas substâncias “psicoativas” e de novos padrões de utilização, tendo mostrado que é necessário estratégias proactivas que permitem identificar as ameaças emergentes.

Por sua vez, o Vice-presidente do Conselho de Administração de WANEP-GB Ernesto Higino Correia  apelou  aos guineenses no sentido de não pouparem os seus esforços na luta contra o fenômino de droga no país.

Ernesto Correia afirmou que a droga é um flagelo que afecta, na sua maioria, à camada juvenil da Guiné-Bissau e que, por isso, a WANEP exorta o governo para encarar o assunto de droga como um problema de Saúde Pública. ANG/AALS/ÂC//SG

 


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