Política/Presidente da
República exonera cinco ministros
Bissau,29
Jun 20(ANG) - Umaro Sissoco Embaló exonerou no domingo cinco ministros do
Governo liderado por Nuno Nabian, que pediram a sua demissão por "razões
pessoais", segundo um decreto tornado público no domingo.
O chefe
de Estado exonerou os ministros da Defesa, Sandji Fati, do Interior, Botche
Candé, da Economia, Victor Mandinga, da Agricultura, Abel da Silva Gomes, e dos
Recursos Naturais e Energia, Jorge Malú.
“As
funções dos ministros exonerados serão asseguradas pelo primeiro-ministro até
novas nomeações”, acrescenta o decreto, que, de imediato, entrou em vigor.
Sandji
Fati, Victor Mandinga e Abel da Silva Gomes foram eleitos deputados pelo
Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (Madem-G15) e
integraram o Governo nomeado por Umaro Sissoco Embaló, após ter tomado posse
como Presidente do país e demitido o executivo chefiado por Aristides Gomes.
Jorge
Malú e Botché Candé são deputados eleitos pelo Partido de Renovação Social nas
últimas legislativas.
Quando
integraram o Governo de Nuno Nabian não foram substituídos nos seus lugares enquanto
deputados, porque não houve sessão plenária na Assembleia Nacional Popular.
Na
sexta-feira, um outro deputado do PRS foi exonerado das funções de
diretor-geral dos Portos da Guiné-Bissau.
O
parlamento da Guiné-Bissau reúne-se a partir desta segunda-feira e até 07 de
agosto para discutir a atual situação política do país e definir que tem a
maioria parlamentar.
A
Guiné-Bissau está a viver um período de especial tensão política com o
parlamento guineense dividido em dois blocos com ambos a reivindicarem a
maioria parlamentar e a defenderem o seu direito de formar Governo.
A crise
política agudizou-se depois de não ter havido entendimento entre as várias
partes para formar um Governo, até 22 de maio, que respeitasse os resultados
das eleições legislativas de 2019, ganhas pelo PAIGC.
O prazo
dado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que
tem mediado a crise política no país, não foi respeitado, nem o de 18 de junho
dado pelo chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló.
O
Presidente guineense, que admitiu dissolver o parlamento caso não houvesse
entendimento entre as várias fações políticas, disse agora que vai esperar pela
sessão plenária marcada para segunda-feira, onde será determinado quem tem a
maioria parlamentar.
O PAIGC
venceu as legislativas de março de 2019 sem maioria e fez um acordo de
incidência parlamentar com a APU-PDGB, Partido da Nova Democracia e União para
a Mudança, obtendo 54 dos 102 assentos no parlamento.
Logo no
início da legislatura, o líder da APU-PDGB, Nuno Nabian, incompatibilizou-se
com o PAIGC e aliou-se ao Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15),
segunda força política do país, com 27 deputados, e Partido da Renovação
Social, que elegeu 21 deputados.
Apesar
da nova aliança, quatro dos cinco deputados da APU-PDGB mantiveram a sua
lealdade ao acordo de incidência parlamentar assinado com o PAIGC.
O PAIGC
confirmou no Domingo que não vai participar na sessão prevista para
segunda-feira. ANG/Lusa
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