quarta-feira, 24 de junho de 2020

 

Covid-19/África do Sul anuncia ensaio da possível vacina contra a doença

Bissau, 24 jun 20 (ANG) - Uma possível vacina contra a covid-19, desenvolvido pela Universidade de Oxford do Reino Unido, começa a ser testado ainda esta semana na África do Sul, primeira iniciativa do género num país mais afectado pela pandemia em África, soube-se de fonte oficial.

As provas terão início na província de Gauteng, onde se localizam Joanesburgo e Pretória, e a instituição responsável pela iniciativa, a Universidade de Witwatersrand.

O estudo incluirá cerca de 2.000 sul-africanos, cujo país acaba de ultrapassar os 100.000 casos de covid-19 (com quase 2.000 mortes) .Os participantes incluirão 50 cidadãos que vivem com o Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH, que causa a sida).

Na Universidade de Witwatersrand, os responsáveis pelos ensaios salientaram que este é um passo "importante" para a África do Sul e que participar nos mesmos é uma forma de ajudar a garantir que a África e os países de baixos rendimentos em geral não fiquem para trás na corrida global por uma vacina.

"Quando participarmos em ensaios, há uma obrigação moral bastante forte de podermos dizer 'ajudámos a desenvolver aquilo que esperamos que seja uma vacina bem sucedida' e, por isso, queremos garantir que as pessoas no país onde foi desenvolvida tenham acesso a essa vacina", disse Helen Rees, directora executiva do Instituto de Saúde Reprodutiva e VIH da Universidade de Witwatersrand.

A vacina em questão chama-se ChAdOx1 nCoV-19 e foi desenvolvida por peritos do Instituto Jenner da Universidade de Oxford.

Já foram realizados testes promissores no Reino Unido, mas o impacto decrescente da pandemia nesse país levou os cientistas a procurarem também noutros Estados para medirem a eficácia do medicamento.

Assim, para além do território sul-africano, a vacina também será testada no Brasil e, com maior escala, nos Estados Unidos da América.

No mês passado, a empresa farmacêutica AstraZeneca, que chegou a acordo com a Universidade de Oxford para fabricar milhões de doses, afirmou que, se os resultados forem os esperados, o fármaco (vacina) poderá começar a ser comercializada no Reino Unido em Setembro ou Outubro desta ano.

No entanto, os peritos internacionais alertam para o facto de que, se um remédio eficaz for efectivamente alcançada, só poderá, na melhor das hipóteses, ser distribuída a nível mundial em 2021.

Existem actualmente pouco mais de cem vacinas potenciais em desenvolvimento em todo o mundo, mas menos de uma dúzia estão em ensaios em seres humanos.ANG/Angop

 


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