Inglaterra/Boris Johnson
anuncia criação de comissão sobre desigualdades raciais
Bissau, 15 jun 20 (ANG) - O primeiro-ministro britânico anunciou a criação de uma comissão sobre as desigualdades raciais e defendeu que "a substância" do racismo deve ser atacada e não os símbolos, numa referência às estátuas vandalizadas à margem de recentes manifestações antirracismo.
"Devemos atacar a
substância do problema, não os símbolos. Devemos abordar o presente, não tentar
reescrever o passado e isso significa que não podemos, nem devemos manter um
debate sem fim no qual nenhuma personagem histórica conhecida é suficientemente
pura ou politicamente correta para ficar à vista do público", escreveu
Boris Johnson, num artigo no The Telegraph, divulgado no domingo no site do
jornal.
O dirigente conservador
anunciou a criação de uma comissão encarregada de examinar "todos os
aspetos das desigualdades" no emprego, na saúde ou ainda no ensino
universitário.
O líder do Governo
britânico voltou a referir-se ao caso da estátua do antigo primeiro-ministro
Winston Churchill, situada nas imediações do Parlamento, em Londres, e
vandalizada à margem de protestos contra o racismo, desencadeados pela morte do
norte-americano George Floyd, asfixiado por um polícia.
Sob o nome de Churchill,
acusado de declarações racistas nomeadamente contra os indianos, foi escrito:
"era um racista".
Atualmente, a estátua
encontra-se protegida por uma caixa metálica. Milhares de manifestantes,
apoiados por grupos de extrema-direita, concentraram-se no sábado junto ao
Parlamento britânico para guardar o monumento. A polícia efetuou 113 detenções,
na sequência de confrontos com manifestantes de extrema-direita.
Boris Johnson considerou
"absurdo que grupos de arruaceiros de extrema-direita e agitadores se
tenham concentrado em Londres com a missão de proteger a estátua de Winston
Churchill".
Churchill "foi um
herói", escreveu o primeiro-ministro britânico. "Resistirei com todas
as minhas forças a qualquer tentativa de retirar esta estátua do seu local e
quanto mais depressa for possível retirar a proteção que a rodeia, melhor
será", afirmou.
Ao invés de vandalizar estátuas como a do mercador de escravos Edward Colson, arrancada do pedestal por militantes antirracistas em Bristol (sudoeste de Inglaterra), Boris Johnson propôs a "construção de outras" para homenagear pessoas que para a "atual geração merecem um monumento". ANG/Angop
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