Covid-19/Cidadãos se divergem em relação à
renovação do estado de emergência no
país
Bissau 25 Jun 20 (ANG) –
Alguns cidadãos ouvidos hoje pela ANG para opinarem sobre o término da quinta fase do estado de emergência
decretada pelo Presidente da República, no âmbito de prevenção da pandemia, se
divergem sobre o seu prolongamento ou não no país.
Abduram
ane Djalo, vendedor ambulante morador no Bairro de Tchada e estudante na Universidade Lusófona da Guiné, é de opinião de que o estado de emergência deve ser prolongado por mais 15 dias, uma vez que os casos positivos de coronavírus estão a aumentar de uma forma preocupante na Guiné-Bissau.“O Estado deve contudo fazer
funcionar o país, abrindo escolas, liberando transportes públicos para as
regiões e fazer cumprir as regras higiénicas de prevenção. São as autoridades que fazem os cidadãos cumprir
as regras estabelecidas”, disse.
Para Verónica Ié, moradora
em Quinhamel, o estado de emergência deve
acabar para que a população, sobretudo do interior de país, possa tornar a sua
vida diária normal.
Verónica acha que a
população já sabe como se prevenir da doença.
“O maior problema tem são os
transportes privados que levam as
pessoas e cobram duas ou três vezes mais do que o preço normal, que era de 500
francos CFA. As vezes andamos à pé quilómetros e quilómetros para poder vender
os nossos produtos, em Bissau para o sustento das nossas famílias”, lamentou.
Adiantou que é do
conhecimento de todos que é por causa da doença e que ninguém tem culpa disso, mas
que o Estado deve acabar com o período de emergência para facilitar a população
e controlar o cumprimento das regras que estabeleceu, punindo quem não cumprir.
“Caso contrário vamos morrer
de fome e de outras doenças”, disse.
O magarefe, Wilson da Silva,
morador em Cuntum Entrada de Caju, disse que o Estado deve se engajar mais para
que todos possam cumprir com as recomendações do Ministério de Saúde e do
Interior, principalmente no uso obrigatório de máscaras “porque esta doença
além de ser grave ainda não tem vacina”.
Da Silva defende que o estado de emergência deve ser prolongado
e que os transportes públicos (táxis e toca-tocas) devem funcionar das 6 da manha as 21 horas da noite,
e os transportes para o interior devem trabalhar das 6 da manha até as 19 horas
. Quem violar as regras impostas pelo Estado deve pagar conforme a gravidade do
seu acto”, disse.
Nelson José da Silva,
estudante morador do bairro de Mindará, é de opinião de que, apesar de tudo, as
autoridades nacionais e sanitárias fizeram um trabalho incansável na luta
contra a covid-19, uma vez que o número das pessoas infectadas e mortas
causados pelo coronavírus podia ser muito superior ao verificado.
“A questão de transportes
para o interior é das preocupações maiores das populações, tendo em conta o
nível económico dos guineenses. Imagina para deslocar de Bissau para Gabú a
pessoa tem que pagar 10 mil francos CFA, se dantes pagava 5 mil Isso é grave e
quem sai a ganhar são os proprietários das viaturas privadas”, explicou.
Acrescentou que os transportes públicos para as regiões
estão proibidos de circular e as pessoas mais carenciadas estão a passar
grandes dificuldades em todos os sentidos. “Por isso, já chega, o estado de
emergência não deve ser prolongado”, sustenta.
Nelson disse que a solução
passa pela sensibilização e orientação das pessoas em como lidar com a pandemia
, deixando-as livres das 7 da manha até as 19 horas da tarde, obrigando-as
contudo a cumprirem as regras de distanciamento, lavagem sempre das mãos e o
uso obrigatório das máscaras da protecção, “porque ninguém sabe até quando vai
durar esta praga”.
Na opinião do cidadão Bacar
Banora, o estado de emergência deve ser levantado de vez.
Segundo Banora esta medida
foi tomada para impedir a propagação e na verdade não está impedindo, por isso
deve ser pensada uma nova estratégia de combate da pandemia e contextualizada à
realidade do país.
Para a cidadã Chelsia Ramos,
com início das aulas previstas na primeira semana de julho, vai ser difícil
lidar com os impedimentos nas circulações das pessoas devido os diferentes
horários dos estudos na escolas e universidades.
Segundo Chelsia deve ser
exigido o uso obrigatório de máscaras e impedimento das aglomerações das
pessoas com objetivo de entretenimento.
A quinta fase do estado de
emergência no âmbito de prevenção da covid-19, termina hoje, ( 25) do c e
número de mortos é de 19 em 1556 infectados.ANG/MSC/ÂC//SG
Sem comentários:
Enviar um comentário