EUA/Democratas aprovam reforma da polícia
Bissau, 26 jun 20 (ANG) - A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos,
controlada pelos democratas, aprovou na quinta-feira uma reforma da polícia, em
resposta ao homicídio em Maio de um afro-americano sob custódia da policia e
aos protestos que abalaram o país.
O projecto de lei foi aprovado com 236
votos a favor e 181 contra, um dia depois dos democratas terem bloqueado no
senado norte-americano uma lei republicana de reforma da polícia, considerando
que não ia suficientemente longe, num contexto de contestação generalizada ao
racismo e violência policial nos Estados Unidos.
A reforma aprovada na quinta-feira na
Câmara dos Representantes recebeu o nome de George Floyd, o afro-americano
assassinado por um polícia branco em Minneapolis, Minnesota, que o sufocou com
um joelho durante quase 10 minutos, no final de maio, uma morte que provocou
protestos em todo o país e no estrangeiro.
A oposição dos republicanos ao diploma
(apenas três votaram a favor) torna muito difícil que a medida receba luz verde
do senado, onde o Partido Republicano têm a maioria, sem a qual não pode
tornar-se lei.
Entre as múltiplas reformas que o
projecto de lei estabelece está a proibição da asfixia como técnica policial, a
eliminação da impunidade dos agentes, tornando mais fácil levá-los a
julgamento, e a criação de uma base de dados nacional sobre abusos policiais.
"Há exatamente um mês, George Floyd
proferiu as suas últimas palavras: 'Não consigo respirar', mudando o curso da
história. A Câmara dos Representantes honra hoje [quinta-feira] a sua vida e a
vida de todos aqueles que foram mortos pela brutalidade policial", disse a
líder democrata da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi.
O diploma tem o apoio de organizações de
direitos civis, autarcas, artistas como Rihanna e membros da família de
afro-americanos mortos pela polícia.
O Presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump, e os congressistas republicanos criticaram o projecto, considerando que
"enfraquece a polícia".
"O que vai acontecer quando
tivermos uma força policial tímida e neutralizada?", questionou o
congressista republicano Glenn Grothman.
George Floyd, de 46 anos, morreu em 25
de Maio, em Minneapolis (Minnesota), depois de um polícia branco lhe ter
pressionado o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação
de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
Desde a divulgação das imagens nas redes sociais, sucederam-se protestos contra a violência policial e o racismo em dezenas de cidades norte-americanas, algumas das quais foram palco de atos de pilhagem, um cenário que se estendeu também a várias cidades mundiais. ANG/Angop
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