segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Dia Mundial de Surdo/Associação de surdo da Guiné-Bissau pede inclusão de um intérprete na Televisão

Bissau, 28 set 20 (ANG) – O Presidente da Associação de Surdos da Guiné-Bissau pede ao Governo a inclusão de um intérprete nos serviços noticiosos da Televisão Pública para facilitar o acompanhamento dos noticiários por pessoas portadores de deficiência  auditíva.

José Augusto Lopes fez o  pedido  no fim de semana , no âmbito 

das celebrações do Dia Mundial de Surdos, assinalado   a 26 de Setembro com o lançamento de dois dicionários de línguas gestuais guineenses.

Segundo Augusto Lopes, ao nível dos países de língua oficial portuguesa, a Guiné-Bissau está em frente, “porque os técnicos nacionais são formadores de formadores de professores em linguais gestuais.

José Augusto Lopes lamentou a situação das crianças com deficiência auditiva, visual e motora do interior do país que não podem frequentar as aulas.

“Como temos condições para construir estabelecimentos de ensino no interior do país e colocação dos professores, desejamos implementar este ano lectivo 2020/2021, um regime de internato para que as  crianças com deficiências que se encontram no interior da Guiné-Bissau possam ter acesso à educação mas não vai ser possível devido a pandemia de covid-19”, disse.

Na ocasião, o   representante de surdos e mudos, Martinho Monteiro    considerou de discriminação o facto de os deficientes auditivos não terem as possibilidades de  compreender e acompanhar os acontecimentos do país.

Em representação do Ministro da Educação Nacional, Dulia Barbosa e Silva reconheceu a responsabilidade do Ministério da Educação de garantir instrução escolar a todos os cidadãos, mas admitiu que apoios para esse efeito podem vir de  outros parceiros.

Revelou que o Ministério está a evidenciar  esforços para melhorar a sua prestação no âmbito da educação inclusiva, por isso tem  vindo a formar professores em  diferentes áreas, inclusive professores para portadoras de deficiência.

 “O esforço que muitas das vezes é prejudicado  por causa da nossa instabilidade governativa”, referiu Dulia Barbosa e Silva.

Por outro lado, disse que a formação de portadoras de deficiência é um desafio não só para a  Escola de Surdos e Mudos, mas também do governo , que prevê a  melhoria de alguns aspectos relacionados com a sinalização das salas para que deficientes visuais possam ter acesso as salas  de aulas com facilidade e construção de rampas para os deficientes motora e a formação de professores em línguas gestuais.

O padrinho da escola  Bengala Branca da Guiné-Bissau, Braima Sanhá defendeu a institucionalização de um Dia Nacional dos deficientes auditivos, visuais e motoras para permitir que os dirigentes passam a saber o que devem fazer para melhorar a situação das crianças que estão nestas condições.

Enalteceu o trabalho feito pela direcção da escola, mas aconselhou-a a pensar na especialização dos professores.

Braima Sanhá agradeceu  igualmente a cooperação portuguesa pelo apoio para  a construção do estabelecimento de ensino para os deficientes nacionais.

O pardinho da escola exortou a  direcção da Escola Bengala Branc

a a pensar na  profissionalização dos jovens  dificientes para que possam ter maior e melhor reinserção social.

Acrescentou  que, caso contrário, não vale a pena ensiná-los escrever e ler e depois não serem úteis para  eles e nem para a sociedade.

As cerimónias de celebrações do Dia Internacional de surdos foram marcadas ainda  com a realização de uma palestra que decorreu sob o lema: “Línguas e Sinais para Todos”, e a entrega de prémios às equipas masculino e feminina vencedores dos torneios alusivo a data, assim como aos melhores jogadores.ANG/LPG/ÂC//SG

 

  

 

 

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