Especial 24 de Setembro/Populares de Guiledje queixam-se de más condições de estradas da região
Bissau, 21 set 20
(ANG) – Os populares da povoação de Guiledje, região de Tombali, sul do país,
queixam-se das más condições das estradas, da falta do centros de saúde, de estabelecimentos de ensino, bem como falta de professores em alguns casos.
Ouvidos pela imprensa no âmbito das reportagens sobre os 47 anos da independência do país que se assinala no dia 24 de Setembro, os comerciantes Mansa Djaló, Sona Bangura, Malam Seidi e Mussa Djaló foram unânimes em lamentar o estado avançado de degradação em que se encontra a estrada que liga a secção de Guiledje à sede da região de Tombali e para Bissau.
Situação que o
comerciante Mansa Djaló disse dificultar-lhes muito no transporte das suas mercadorias de Bissau para a Região.
“É muito difícil trabalhar ou desenvolver qualquer actividade nestas condições. Com esta
situação não há viatura de transporte. Mesmo que queremos deslocar só para Catió,
sede da região já é um problema quanto mais para Bissau. As vezes para se deslocar
a pessoa pode levar dois ou mais dias a espera de transporte”, revelou o
comerciante.
O agricultor, Malam Seidi pede ao governo para melhorar as
condições das estradas no interior do país, sobretudo as da região de Tombali
para que possam escoar os seus produtos agrícolas para Bissau com facilidade,
por forma a diversificar a dieta alimentar da população.
“Se não fosse os
senegaleses, os nossos produtos acabariam por se estragar, porque actualmente
não temos meios de transporte. Imagine... para chegar a Bissau leva quase um dia
e meio e isso é injusto, parece que estamos num outro país”, lamentou.
Disse que não se pode
continuar nessa situação, pelo que apela
ao governo no sentido de fazer de tudo para reduzir o sofrimento do povo, no
que se refere a melhoria das vais rodoviárias nas regiões.
As mesmas preocupações
foram levantadas por Mussa Djaló que
disse que não se sentem satisfeito por
estarem a vender os seus produtos aos senegaleses e ainda mais à um preço fixado pelos próprias senegaleses.
“Eles vêm até aqui com
os seus próprios meios para comprar os nossos produtos, imaginem só um saco de 50
ou mais de quilograma de mandioca custa nove mil francos cfas, é quase uma
oferta, não é da nossa vontade, mas sim devido a degradação de estradas”, lamentou.
Por sua vez, Sona
Bangura revelou as dificuldades com que as mulheres e crianças se confrontam na
secção de Quiledje, acrescentando que, as crianças são obrigadas a percorrer
cerca de um ou dois quilómetros para chegar as escolas, frisando que as
mulheres grávidas sofrem com as mesmas
dificuldades.
Por isso, exorta o
governo a construir mais estabelecimentos de ensino e postos sanitários para minimizar
o sacrifício da população daquela
área.
“Nós aqui em Guiledje temos um estabelecimento de ensino, mas não temos professores, razão pela qual
apelo ao governo através do Ministério da Educação no sentido de colocar
professores em todas os sectores do país, incluindo Guiledje, porque queremos
ver os nossos filhos a frequentar escolas”, concluiu Sona Bangura.
Acrescentou ainda que
a estrada que liga Guiledje à Mampata
Foreá está em degradação progressiva, bem como a de Bissau/ Tombali , pelo que
urge serem reabilitadas para facilitar a circulação de pessoas e bens.
ANG/LPG/ÂC//SG
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