segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Especial 24 de Setembro/Populares de Guiledje queixam-se de más condições de estradas da região

Bissau, 21 set 20 (ANG) – Os populares da povoação de Guiledje, região de Tombali, sul do país, queixam-se das más condições das estradas, da falta do centros de saúde, de estabelecimentos de ensino, bem como falta de professores em alguns casos.

Ouvidos pela imprensa no âmbito das reportagens sobre os 47 anos da independência do país que se assinala no dia 24 de Setembro, os comerciantes Mansa Djaló, Sona Bangura, Malam Seidi e Mussa Djaló foram unânimes em lamentar o estado avançado de degradação em que se encontra a estrada que liga a secção de Guiledje à sede  da região de Tombali e para Bissau.

Situação que o comerciante  Mansa Djaló disse dificultar-lhes muito no transporte das suas mercadorias de Bissau para a Região.

“É muito difícil trabalhar ou desenvolver qualquer actividade nestas condições. Com esta situação não há viatura de transporte. Mesmo que queremos deslocar só para Catió, sede da região já é um problema quanto mais para Bissau. As vezes para se deslocar a pessoa pode levar dois ou mais dias a espera de transporte”, revelou o comerciante.

O agricultor,  Malam Seidi pede ao governo para melhorar as condições das estradas no interior do país, sobretudo as da região de Tombali para que possam escoar os seus produtos agrícolas para Bissau com facilidade, por forma a diversificar a dieta alimentar da população.

“Se não fosse os senegaleses, os nossos produtos acabariam por se estragar, porque actualmente não temos meios de transporte. Imagine... para chegar a Bissau leva quase um dia e meio e isso é injusto, parece que estamos num outro país”, lamentou.

Disse que não se pode continuar nessa  situação, pelo que apela ao governo no sentido de fazer de tudo para reduzir o sofrimento do povo, no que se refere a melhoria das vais rodoviárias nas regiões.

As mesmas preocupações foram levantadas  por Mussa Djaló que disse  que não se sentem satisfeito por estarem a vender os seus produtos aos senegaleses e ainda mais à um  preço fixado pelos próprias senegaleses.

“Eles vêm até aqui com os seus próprios meios para comprar os nossos produtos, imaginem só um saco de 50 ou mais de quilograma de mandioca custa nove mil francos cfas, é quase uma oferta, não é da nossa vontade, mas sim devido a  degradação de estradas”, lamentou.

Por sua vez, Sona Bangura revelou as dificuldades com que as mulheres e crianças se confrontam na secção de Quiledje, acrescentando que, as crianças são obrigadas a percorrer cerca de um ou dois quilómetros para chegar as escolas, frisando que as mulheres grávidas  sofrem com as mesmas dificuldades.

Por isso, exorta o governo a construir mais estabelecimentos de ensino e postos sanitários para  minimizar
 o sacrifício da população daquela área.

“Nós aqui em Guiledje temos um estabelecimento de ensino, mas não temos professores, razão pela qual apelo ao governo através do Ministério da Educação no sentido de colocar professores em todas os sectores do país, incluindo Guiledje, porque queremos ver os nossos filhos a frequentar escolas”, concluiu Sona Bangura.

Acrescentou ainda que a estrada que liga Guiledje à  Mampata Foreá está em degradação progressiva, bem como a de Bissau/ Tombali , pelo que urge serem reabilitadas para facilitar a circulação de pessoas e bens.

ANG/LPG/ÂC//SG

 

 

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