sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Imigração/”Comunidade guineense em Cabo Verde continua a ser a mais expressiva e com desafios a serem ultrapassados”,  diz a AAI


Bissau, 25 Set 20 (ANG) – A presidente da Alta Autoridade da Imigração (AAI) afirmou quinta-feira que a comunidade guineense residente em Cabo Verde continua a ser a mais “expressiva” e com desafios relacionados com o acesso aos serviços e a regularização da documentação.

Carmen Furtado fez estas declarações, à margem do encontro de reflexão das Comunidades Imigrantes da Guiné-Bissau em Cabo Verde, realizado pela Alta Autoridade para a Migração (AAI), em parce

ria com a Missão Diplomática e a Universidade de Cabo Verde, no âmbito do 47º aniversário da Independência da Guiné-Bissau, assinalado hoje.

Segundo esta responsável, o referido encontro marca o inicio da elaboração de uma publicação que é feita anualmente e que aborda um conjunto de questões sobre as comunidades imigrantes em Cabo Verde, elucidando que essas publicações visam promover uma maior divulgação sobre os perfis e a diversidade das mesmas.

“A publicação é para nós aprofundarmos conhecimentos, o que nós temos são características muito gerais fornecidas pelo INE, o que é que sabemos é que a imigração da Guiné-bissau é a maior que nós temos em Cabo Verde”, realçou, salientando que a colectânea estará concluída até ao final do ano.

Considerou a comunidade guineense como a mais expressiva e com laços históricos comuns com Cabo Verde, referindo que a nível de integração há um sentimento “muito positivo”, não obstante os desafios que ainda se colocam.

Por seu turno, o embaixador da Guiné-bissau em Cabo Verde, M´bala Fernandes, destacou a importância do evento, que no seu entender irá permitir que as pessoas tenham uma visão mais académica e aprofundada dos imigrantes guineenses.

“O importante para nós é que somos a maior comunidade de imigrantes em Cabo Verde, embora algumas pessoas não entendam que sejamos imigrante porque partilhamos uma história comum que vem de laço de sangue”, disse, defendendo, no entanto, a necessidade de a nova geração guineense nascida em Cabo Verde ter o interesse e conheça melhor a história, o percurso e a expectativa de integração dessas pessoas.

E isto, reforçou, passa pela por três dimensões, nomeadamente a política, associativa e cultural, reiterando que a referida comunidade enfrenta ainda alguns desafios, com destaque para a questão da documentação.

“O desafio da documentação da legalização, embora tenhamos conhecimentos de que até agora, na nossa Embaixada, não tenhamos nenhum guineense que fosse a embaixada pedir algum auxílio de que está a ser maltratado por ser guineense ou imigrante, ou que está a ser expulso de Cabo Verde por não ter documentos”, frisou, asseverando que isto significa que, apesar das condições em que se encontram, uma maior parte dos guineenses, quase na sua maioria, sente-se bem em Cabo Verde.

Fazendo, por outro lado, um balanço dos 47 anos de independência da Guiné-bissau, o diploma afirmou que o País, como qualquer outro, tem os seus problemas e crises, salientando que a maior conquista do país é a independência nacional.

Mostrou-se, por outro lado, convicto de que as instituições democráticas, os vários órgãos da soberania, desta vez poderão levar a Guiné-Bissau a bom porto. ANG/Inforpress/Fim.

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário