Enclave Nagorno-Karabakh/União Europeia e França apelam ao fim das hostilidades
Bissau,
28 Set 20 (ANG) - A União Europeia (UE) e a França apelaram domingo à cessação
das hostilidades entre o Azerbaijão e a Arménia no enclave de Nagorno-Karabakh,
pedindo às partes que se sentem à mesa negocial, noticiou a Lusa.
Em Bruxelas, e através do Twitter, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, manifestou-se preocupado com as “informações sobre as hostilidades” em
Nagorno-Karabakh, que considera “fonte das mais graves inquietações”.“A acção militar deve
cessar imediatamente, para impedir qualquer escalada (da violência) A única via
possível é um regresso imediato às negociações, sem quaisquer pré-condições”,
frisou.
Em Paris, o Governo
francês afirmou-se “muito preocupado” com a situação e apelou também às partes
à cessação imediata das hostilidades e ao regresso ao diálogo.
Num comunicado, o
Ministério dos Negócios Estrangeiros francês reitera a disponibilidade da
França para apoiar uma solução negociada e duradoura para o conflito naquela
região, “no respeito pelo direito internacional”.
Já antes, em Moscovo, a
Rússia também instara os dois países a cessarem imediatamente os combates
próximo da fronteira comum junto a Nagorno-Karabakh e a sentarem-se à mesa das
negociações para estabilizar a situação.
“A situação na zona de
Nagorno-Karabakh deteriorou-se consideravelmente e instamos as partes a
respeitarem um cessar-fogo imediato e a darem início a negociações com o
objetivo de estabilizar a situação”, indicou hoje, em comunicado, o Ministério
dos Negócios Estrangeiros russo.
Os apelos de Bruxelas,
Paris e Moscovo surgem depois de as partes em conflito terem intensificado os
confrontos na região de Nagorno-Karabakh, uma região separatista do Azerbaijão
habitada maioritariamente por arménios e apoiada pela Arménia.
O Ministério da Defesa
azeri acusou a Arménia de ter violado o
acordo de cessar-fogo (assinado em 1994) e lançado às primeiras horas de domingo
“provocações em grande escala” com bombardeamentos contra posições do Exército
do Azerbaijão e localidades situadas na primeira linha de zona de conflito.
Segundo a versão das
autoridades de Baku, a arménia utilizou nos ataques armas de grande calibre,
morteiros e artilharia, ações que provocaram “mortos e feridos entre a
população civil” e “danos graves em infraestruturas civis”.
Por seu lado, o
primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinian, acusou o Azerbaijão de ter lançado
uma ofensiva militar “com ataques aéreos e mísseis contra Artsaj”, nome arménio
de Nagorno-Karabakh, e assegurou que o exército “fará tudo” para proteger o
país da “invasão azeri”.
Antes o Ministério dos
Negócios Estrangeiros arménio indicou que o Azerbaijão estava a lançar mísseis
“contra localidades pacíficas, incluindo a capital [de Nagorno-Karabakh]
Stepanakert”.
Nagorno-Karabakh foi
cenário de uma guerra no início dos anos 1990, na qual morreram cerca de 30.000
pessoas, e, desde então, as autoridades azeris têm tentado recuperar o seu
controlo, se necessário pela força, enquanto as conversações de paz permanecem
num impasse há vários anos.
Os combates ocorrem
regularmente entre separatistas e azeris, bem como entre Erevan e Baku.
Em 2016, os graves
confrontos armados quase degeneraram numa guerra em Nagorno-Karabakh e, em
Julho de 2020, registaram-se igualmente combates entre arménios e
azerbaijaneses na sua fronteira.
Apesar de o conflito ter
terminado em 1994 e de ter sido sucedido de um cessar-fogo, as tensões na
região separatista de Nagorno-Karabakh permaneceram ao longo dos anos, tendo
hoje subido de tom, com as partes a trocarem acusações sobre quem iniciou as
hostilidades.ANG/Angop
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