Diplomacia/Argélia condena palavras do Presidente Macron e chama embaixador
Bissau, 04 Out
21 (ANG) - A Argélia chamou sábado o seu embaixador em Paris para
protestar contras as declarações proferidas na última quinta-feira pelo
Presidente Emmanuel Macron.
Segundo o jornal
Le Monde, o chefe de E
stado francês teria descrito o país norte-africano
como "sistema político militar", com uma história baseada numa
renda memorial.
De acordo com o diário Le Monde, as
declarações do Presidente Macron foram feitas a 30 de Setembro de 2021, no
decurso de um encontro com descendentes de figuras proeminentes
da guerra da independência argelina.
Insatisfeito com as declarações atribuídas
ao chefe de Estado francês, o governo da Argélia chamou imediatamente
o seu embaixador em Paris, Mohamed Antar-Daoud para consulta e rejeitou
categoricamentre as afirmações de Emmanuel Macron.
Num comunicado, a presidência argelina expressou
a sua "rejeição
de qualquer ingerência nos seus assuntos internos", explicando que
reagia a declarações não desmentidas, que várias fontes atribuíram
designadamente ao Presidente Emmanuel Macron.
Perante uma "situação particularmente inaceitável
desencadeada por essas declarações irresponsáveis", segundo o
mesmo comunicado, as autoridades argelinas decidiram chamar o
seu embaixador para consulta.
Os media argelinos divulgaram amplamente as declarações imputadas
ao Presidente francês e publicadas no dia 2 de Outubro de 2021.
Vários orgãos da comunicação social argelina qualificaram as
referidas declarações de "mordazes" e de
"derrapagem".
Os orgãos da imprensa argelina, sublinharam que, o que
também irritou o seu governo, é o facto de Emmanuel Macron ter descrito o
seu homólogo da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, como sendo "o prisioneiro de um sistema muito duro", bem como ter ironizado à respeito da maneira como a Argélia
apresenta os franceses, como "os seus colonizadores",
ignorando o domínio otomano entre os séculos XVI e XVII.
De acordo com o artigo publicado pelo Le Monde, que relata o
encontro o chefe de Estado francês e jovens descendentes de protagonistas
da guerra da indepenência da Argélia, ocorrida entre 1954 e 1962, Emmanuel
Macron teria estimado que depois da sua independência em 1962, a Argélia
construiu-se através de uma renda memorial.
Segundo ainda o Le Monde, Emmanuel Macron teria criticado uma história oficialmente reescrita" pelas autoridades argelinas que "não se baseia na verdade", mas num "discurso que repousa no ódio da França".ANG/RFI
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