sexta-feira, 19 de agosto de 2022

                Mali / Junta Militar acusa França de apoiar o terrorismo

Bissau, 19 Ago 22 (ANG) - O ministro dos Negócios Estrangeiros do Mali Abdoulaye Diop, enviou uma carta ao Conselho de Segurança da ONU para denunciar as violações do espaço aéreo do Mali, e também acusou as forças armadas francesas de apoiarem os jihadistas.  

Abdoulaye Diop, na sua carta, enumera vários episódios em que o espaço aéreo maliano foi violado pelas forças armadas francesas que estavam a vigiar as forças armadas malianas, isto para ameaçar e recolher informações aos jihadistas a quem também forneceram armas e munições segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros maliano.

Bamaco contabilizou cerca de 50 violações do espaço aéreo por drones, helicópteros ou aviões de caça desde o início do ano.

Acusações e números que já eram do domínio público visto que o Governo maliano já tinha apresentado esses factos em finais de Abril.

Nessa altura, uma vala comum tinha sido descoberta em Gossi e tanto a França como o Mali se acusavam mutuamente. As autoridades francesas denunciaram uma campanha de desinformação orquestrada pelos novos aliados russos de Bamaco.

Desde Maio que o Mali rejeitou todos os acordos de defesa com a França. Por isso denunciou acções unilaterais não coordenadas com o Mali para operações anti-terroristas levadas a cabo pela força Barkhane.

Agora o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Abdoulaye Diop, ameaça defender-se com “legítima defesa” para o que considera ser uma “agressão”.

A embaixada francesa no Mali já reagiu, refutando por completo as acusações: “A França nunca apoiou directamente ou indirectamente os grupos terroristas”.

As autoridades lembraram também que estiveram presentes “no Mali entre 2013 e 2022 a pedido das autoridades malianas”, tendo libertado várias cidades que estavam “sob o controlo de terroristas como Timbuktu e Gao”.

A embaixada francesa recordou ainda que centenas de terroristas foram neutralizados”, sem esquecer que “53 soldados franceses morreram nessa luta contra os grupos terroristas”, concluindo que até à saída da força Barkhane, “os comunicados dos terroristas apontavam a França como inimigo número 1”, concluiu.

Apesar da saída da força Barkhaneas tensões continuam entre os Governos do Mali e da França. ANG/RFI

 

 

 

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